Em média, o Batalhão Ambiental (BA) da Polícia Militar (PM) do Amapárecebeu aproximadamente 1,6 mil denúncias de crimes de poluição sonora entre os meses de janeiro e setembro no ano da pandemia da Covid-19. Em média, foram 6 ocorrências por dia em Macapá e Santana. Os dados integram balanço do órgão do ano de 2020.
Segundo o BA, em 2019 as denúncias chegaram ao número de 1,2 mil, mas no ano passado o saldo foi maior.
Em janeiro, a PM havia divulgado que os chamados feitos diretamente ao 190, em todo o estado, aumentaram 86,7% em relação ao crime de perturbação de sossego, chegando a 6,7 mil ligações. Já quanto ao crime de poluição sonora, os registros ultrapassaram as 20 mil chamados no ano passado.
O tenente Emerson Kleiton, porta-voz do Batalhão, alia o registro principalmente ao fato de as pessoas ficarem mais tempo em casa.
“Acredito que esse aumento seja pela falta de lazer que a pandemia trouxe para todo mundo, visto que fecharam bares, boates, casas de show, balneários. A pessoa ficou meio ociosa em casa e a diversão com música alta é considerada uma saída pra alguns”, pontuou.
Neste batalhão, a prática de poluição sonora tradicionalmente lidera os crimes registrados. Por isso, o órgão planeja implementar um trabalho preventivo mostrando os males para os moradores e para a natureza.
Em 2020, o BA registrou um aumento também na quantidade de madeira apreendida. No ano anterior, os policiais conseguiram deter 72 metros cúbicos de material ilegal; e no ano passado, o saldo quase triplicou, chegando aos 203 metros cúbicos.
Por outro lado, a polícia elencou que houve queda no flagrante de outros crimes. A quantidade de pescado, por exemplo, foi de 3,8 toneladas em 2020, enquanto que no ano anterior foi de 5,5 toneladas. Entre a carne silvestre, as apreensões chegaram a 735 quilos em 2019, e no ano passado a 500 quilos.
O Batalhão “Onça”, como é conhecida a corporação, acredita que os números são resultados da conscientização da população.
Em relação aos animais capturados e resgatados, o saldo não variou muito (foi de 386 em 2019 para 357 em 2020; queda de 7,5%).
A maioria, segundo o tenente, são de bichos silvestres que invadem a área urbana e não conseguem voltar ao habitat natural, como os peixes-boi. Em setembro de 2020, um deles foi encontrado debilitado por um pescador no Arquipélago do Bailique, em Macapá.
Outros são animais que acabam sendo descobertos já domesticados, como o filhote de gato-maracajá recolhido no último mês de novembro. Ele já não tinha comportamento típico da espécie, estava manso, o que levantou a suspeita de que ele era criado em alguma residência como gato doméstico, e conseguiu fugir por algum descuido.
Outro crime registrado foi de carvão explorado ilegalmente. Entre janeiro e agosto, foram 123 sacos recolhidos em 2019; enquanto que em 2020 os policiais flagraram 519 sacos.
O disque denúncias do Batalhão Ambiental do Amapá é o (96) 99139-9433.
Fonte: G1