Polícia

Agentes penitenciários realizam assembleia para discutir reivindicações da classe





(Foto: arquivo Jdia)

 

Profissionais cobram reajuste de no mínimo 10% da data base, indo contra o reajuste oferecido pelo governo de 2,8%. Além disso, exigem as mínimas condições de trabalho.

 

Os agentes do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen) realizam nesta quinta-feira (12), no auditório da concessionária Mônaco, uma assembleia onde o principal assunto em pauta é a oposição ao reajuste de 2,8% para o funcionalismo público estadual, anunciado pelo Governo do Amapá (GEA) no último dia 7.

Segundo a categoria, atualmente o agente penitenciário recebe o menor salário da segurança pública estadual. Além disso, eles frisam que as condições de trabalho são péssimas, classificando-as como uma das mais deterioradas do estado e chamando atenção ao fato de que o governo ofereceu mais benefícios as outras categorias, inclusive na área da segurança pública e deixou de fora os agentes penitenciários.

Um agente penitenciário, que preferiu não ser identificado, disse que as reivindicações não se resumem apenas ao reajuste de 10% da data base. “Nós estamos reivindicando não apenas o aumento de no mínimo 10% da data base, como também o pagamento das gratificações de insalubridade e do retroativo das progressões, melhores condições de trabalho, no que tange a segurança (armamentos; coletes; rádios comunicadores HT) e a aprovação do nosso plano de cargos e salários”.

Outras questões em pauta e que estão sendo cobradas pelos agentes são referentes à obras realizadas dentro e fora do presídio, que vem sendo feitas ao longo dos últimos cinco anos e ainda não foram concluídas. Além da falta de estrutura, dentro e fora do Cadeião, que possa garantir a segurança de servidores e internos.

No documento, os agentes citam também os perigos aos quais ficam expostos. Com capacidade para abrigar cerca de 1.500 detentos, o Iapen possui mais de 3.000 internos, sendo que apenas dois agentes são responsáveis por um pavilhão com mais de 250 presos, representando um risco para os agentes. O documento toma como exemplo o recente caso que ocorreu no Presídio Americano no Estado do Pará, onde uma tentativa de resgate resultou em várias mortes, inclusive de um servidor penitenciário.

Segundo o agente, as reivindicações vêm sendo cobradas do governo há algum tempo e a categoria tem feito seu trabalho com competência, mesmo diante das dificuldades nas condições de trabalho. “Há mais de três anos, que os servidores penitenciários vêm reivindicando, nossos direitos que estão sendo desrespeitados. Só queremos o que nos é devido”, ressaltou o agente no documento.

Na assembleia, onde poderá ser votada uma possível manifestação, devem estar presentes agentes e educadores penitenciários, os mais de 500 sindicalizados e a diretoria do sindicato.

Luciana Cordeiro