Economia

Bolsa sobe 6% em março, melhor mês desde agosto de 2024; dólar cai 3,5%





Mercados globais estão atentos aos planos tarifários dos EUA, enquanto se aproxima o dia 2 de abril, quando Trump deve anunciar uma série de tarifas recíprocas sobre parceiros comerciais

O Ibovespa e o dólar fecharam a última sessão do mês em queda nesta segunda-feira (31), diante de receios com os planos tarifários do presidente norte-americano, Donald Trump, após o republicano afirmar no domingo (30) que as tarifas a serem anunciadas esta semana incluirão todos os países, não somente um grupo pequeno.

Apesar da baixa, o índice referência do mercado acionário brasileiro registrou o melhor desempenho mensal desde agosto de 2024.

A bolsa brasileira fechou em baixa de 1,25%, a 130.259,54 pontos, acumulando uma alta de 6,08% na comparação com fevereiro. 

Nesta sessão, GPA (PCAR3) ficou entre os destaque positivo, saltando 13% após pedido de acionista por um novo conselho.

A moeda norte-americana, por sua vez, encerrou em queda de 0,97%, a R$ 5,7069 na venda, registrando um recuo de 3,53% ante o mês anterior, quando fechou cotado a R$ R$ 5,916.

Na sexta-feira (28), o dólar à vista fechou em leve alta de 0,08%, a R$ 5,7627.

Cenário internacional

Assim como tem sido na maior parte deste ano, os mercados globais estão atentos aos planos tarifários dos EUA, à medida que se aproxima a data de 2 de abril, quando Trump vem prometendo anunciar uma série de tarifas recíprocas sobre parceiros comerciais.

O presidente norte-americano, que havia dito ainda durante sua vitoriosa campanha à Casa Branca que desejava equilibrar o enorme déficit comercial dos EUA, busca responder às taxas e outras barreiras implementadas por parceiros sobre os produtos norte-americanos.

Em sua mais recente declaração sobre o tema, Trump disse no domingo que as tarifas a serem anunciadas na quarta-feira atingirão todos os países, não apenas um grupo pequeno de parceiros, afastando expectativas criadas na semana passada de que as taxas de importação poderiam ser mais direcionadas.

Uma vez que os agentes financeiros temem que as medidas do governo dos EUA possam levar a uma guerra comercial global que gere inflação mais alta e desaceleração econômica, os mercados demonstravam maior cautela nesta sessão, à espera do anúncio de Trump.

Até o momento, após várias ameaças e recuos, Trump já implementou tarifa de 20% sobre produtos chineses, tarifas de 25% nas importações de aço e alumínio e tarifas de 25% sobre mercadorias de Canadá e México que desrespeitem as regras de um acordo comercial da América do Norte.

Ele também prometeu na semana passada tarifas de 25% sobre importações de automóveis, que devem entrar em vigor em 3 de abril.

Ao longo da semana, os investidores também devem voltar suas atenções para o relatório de emprego dos EUA, que será divulgado na próxima sexta-feira (4).

Brasil

Na cena doméstica, o destaque da segunda para o mercado de câmbio é a disputa pela formação da Ptax. Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax serve de referência para a liquidação de contratos futuros.

No fim de cada mês, agentes financeiros tentam direcioná-la a níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas (no sentido de alta das cotações) ou vendidas em dólar (no sentido de baixa).

Mais cedo, analistas consultados pelo BC em sua pesquisa Focus mantiveram suas projeções para a inflação neste ano e no próximo.

O levantamento mostrou que a expectativa para o IPCA é de alta de 5,65% ao fim deste ano, mesma previsão da pesquisa anterior. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira se manteve em 4,50%.

 

Confira outras notícias

-  Medicamentos: preços podem subir até 5,06% a partir desta segunda (31)

Reajuste incide sobre a maioria dos medicamentos comercializados no país, cujos preços são regulados 

A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) definiu novo teto de preços dos medicamentos vendidos em farmácias e drogarias. A partir desta segunda-feira (31), o ajuste máximo de preços será de 5,06%. A decisão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU).

O reajuste tem como base a Lei nº 10.742, de 2003, que trata da regulação do setor farmacêutico e prevê a possibilidade de mudança anual nos valores comercializados dos produtos.

Com a resolução, fica facultativo às empresas que têm registro e comercializam medicamentos, tais como farmacêuticas, distribuidores e lojistas, definirem o preço de cada produto colocado à venda, respeitando o teto.

O reajuste incide sobre a maioria dos medicamentos comercializados no país, cujos preços são regulados. No entanto, a recomposição de preços não é imediata. O reajuste pode ser aplicado progressivamente até março de 2026, quando a CMED definirá o próximo reajuste.

A decisão considera a inflação acumulada dos últimos 12 meses. Em fevereiro, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) alcançou 5,06% em 12 meses.

Eis o preço máximo de ajuste permitido com a decisão divulgada nesta segunda-feira (31):

  • Nível 1: 5,06% (cinco inteiros e seis centésimos por cento);
  • Nível 2: 3,83% (três inteiros e oitenta e três centésimos por cento); e
  • Nível 3: 2,60% (dois inteiros e sessenta centésimos por cento).

Além disso, também são levados em consideração fatores como a produtividade das indústrias de medicamentos, custos não captados pela inflação e a concorrência de mercado.

No ano passado, o órgão estabeleceu 4,5% como teto para o reajuste. Foi o menor patamar desde 2020.

Segundo a Anvisa, a lei prevê um reajuste anual do teto de preços com o objetivo de proteger os consumidores de aumentos abusivos, garantir o acesso aos medicamentos e preservar o poder aquisitivo da população.

Além disso, o cálculo estabelecido na lei busca compensar eventuais perdas do setor farmacêutico devido à inflação e aos impactos nos custos de produção, possibilitando a continuidade no fornecimento de medicamentos.

 

Fonte: CNN