Economia

Taxa de desemprego sobe para 6,8% no trimestre encerrado em fevereiro





A taxa de desemprego do Brasil foi de 6,8% no trimestre terminado em fevereiro de 2025. Subiu em relação ao trimestre de setembro, outubro e novembro, quando foi de 6,1%.

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o resultado nesta 6ª feira (28.mar.2025). As estatísticas fazem parte da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, divulgada mensalmente pelo instituto.

A taxa de desocupação de 6,8% atingiu a mínima história para o trimestre encerrado em novembro, empatado com o mesmo período de 2014. Em 2024, o percentual havia sido de 7,8%.

O Brasil tinha 7,5 milhões de pessoas que procuravam emprego no trimestre de dezembro, janeiro e fevereiro. O número cresceu 10,4% em relação ao trimestre anterior, o que corresponde a uma alta de 701 mil pessoas no período. Em 1 ano, teve queda de 12,5%, menos 1,1 milhão de pessoas.

SUBUTILIZAÇÃO

O subutilizado é aquele que está desempregado, trabalha menos do que poderia ou não procurou emprego mesmo que esteja disponível para trabalhar.

A taxa de subutilização foi de 15,7% no trimestre encerrado em fevereiro. Teve alta de 0,4 ponto percentual ante o trimestre anterior (15,2%). Em 1 ano, recuou 2,1 pontos percentuais.

No último dado disponível, são 18,3 milhões de pessoas subutilizadas no país. Teve alta de 2,8% ante o trimestre anterior (mais 491 mil pessoas). O número caiu 11,5% em 1 ano, o que são 2,4 milhões de pessoas a menos.

Dentro do grupo de subutilizados, a população desalentada –que deixa de procurar emprego por não acreditar que conseguirá– foi de 3,2 milhões. Subiu 6,9% (mais 208 mil pessoas) no trimestre e caiu 11,8% em 1 ano (menos 435 mil).

POPULAÇÃO OCUPADA

A população ocupada do Brasil foi de 102,7 milhões no trimestre encerrado em fevereiro. Teve uma queda de 1,2% (menos 1,2 milhão de pessoas) em relação ao trimestre encerrado em novembro.

O nível de ocupação –percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar– foi de 58,0%. Caiu 0,8 ponto percentual no trimestre e cresceu 0,9 ponto percentual em 1 ano.

O número de empregados no setor privado atingiu 53,1 milhões de brasileiros no trimestre encerrado em fevereiro. Recuou 0,8% em relação ao trimestre anterior (menos 440 mil pessoas) e cresceu 3,5% (mais 1,8 milhão de pessoas) no ano.

O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado (sem contar trabalhadores domésticos) foi de 39,6 milhões. Foi o recorde da série histórica, iniciada em 2012. Subiu 1,1% no trimestre (mais 421 mil pessoas) e 4,1% em 1 ano (mais 1,6 milhão de brasileiros).

O número de empregados sem carteira no setor privado foi de 13,5 milhões. Recuou 6% no trimestre, uma diminuição de 861 mil pessoas. Em 1 ano, registrou estabilidade.

Segundo o IBGE, a taxa de informalidade foi de 38,1% da população ocupada. O país tinha 39,1 milhões de trabalhadores informais. Era de 38,7% há 1 ano, ou 38,8 milhões de brasileiros.

RENDA

O rendimento real habitual de todos os trabalhos foi de R$ 3.378 no trimestre encerrado em fevereiro, o recorde da série histórica, iniciada em 2012. Subiu 1,3% no trimestre e 3,6% no ano.

A massa de rendimento real habitual atingiu R$ 342 bilhões, também valor recorde. Subiu 6,2% em 1 ano (mais R$ 20 bilhões).

 

- IGP-M, conhecido como inflação do aluguel, cai 0,34% em março, diz FGV

O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), também conhecido como inflação do aluguel, teve deflação de 0,34% em março, ou seja, na média, os preços ficaram mais baixos. Em fevereiro, o índice tinha sido de 1,06%. A cotação do minério de ferro no cenário internacional foi um dos principais fatores que causaram a inflação negativa.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). No acumulado de 12 meses, o IGP-M soma 8,58%. A deflação de março é a menor taxa desde março de 2024, quando o indicador também ficou negativo (-0,47%).

A FGV leva em conta três componentes para apurar o IGP-M. O de maior peso é o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que mede a inflação sentida pelos produtores e responde por 60% do IGP-M cheio.

Em março, o IPA variou -0,73%, puxado pelo recuo de 3,64% no preço do minério de ferro. De acordo com o economista do Ibre Matheus Dias, a influência se deu “diante de um cenário de preocupações com a guerra comercial”.

A guerra comercial é o movimento protecionista desencadeado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que tem taxado produtos importados que chegam aos EUA, fazendo com que eles fiquem mais caro e dificultando a concorrência com produtos americanos. A iniciativa é vista como potencial indutora de uma recessão global.

Famílias

Outro componente do IGP-M é o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que ficou em 0,80% em março, abaixo do alcançado em fevereiro (0,91%). O que ajudou o IPC a perder velocidade foi a dissipação do impacto dos reajustes das mensalidades escolares no mês anterior. O grupo educação, leitura e recreação recuou 1,60% após ter subido 0,29% em fevereiro.

Outro impacto que ajudou a desacelerar o IPC foi a “forte queda” nos preços das passagens aéreas (-13,71%).

Por outro lado, dos cinco itens que mais contribuíram para o IPC em março, dois foram alimentícios: ovo (+19,16%) e café em pó (+8,76%).

O peso do aumento do preço dos alimentos no bolso do brasileiro foi identificado também pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), a prévia da inflação oficial, que ficou em 0,64%, conforme dado divulgado na quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

IPC responde por 30% do IGP-M. O terceiro componente medido pela FGV é o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), que desacelerou para 0,38% em março, após registrar alta de 0,51% no mês anterior.

“O grupo mão de obra registrou desaceleração na taxa de variação [de 0,59% em fevereiro para 0,35%], impactando significativamente a retração dos preços da construção”, detalha Dias.

Inflação do aluguel

O IGP-M é conhecido como inflação do aluguel porque o acumulado de 12 meses costuma ser base para cálculo de reajuste anual de contratos imobiliários. Além disso, o indexador é utilizado para reajustar algumas tarifas públicas e serviços essenciais.

Entenda aqui os diferentes índices de inflação

FGV faz a coleta de preços em Belo Horizonte, Brasília, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador.

 

Fonte: Poder360 - Agência Brasil