O dólar passou a cair nas negociações desta segunda-feira (3) após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, dizer que vai suspender as tarifas planejadas contra o México e as negociações continuarão para se chegar a um “acordo” entre os dois países.
A Casa Branca anunciou no fim de semana barreiras de 25% aos produtos do México e Canadá, além de 10% para importações da China, a partir desta terça-feira (4).
O republicano também ameaçou ações semelhantes contra a União Europeia e Reino Unido.
No final da sessão, o dólar registrava queda de 0,34% ante o real, negociado a R$ 5,8159 na venda. Mais cedo, a divisa operava em alta, superando a cotação de R$ 5,90 na máxima.
Essa é a décima primeira vez consecutiva em que a moeda norte-americana encerra com perdas ante o real, registrando a maior sequência em 20 anos.
Em janeiro, o real valorizou mais de 5,5% ante o par norte-americano.
Na sexta-feira (31), a divisa encerrou com queda de 0,3%, a R$ 5,835.
Com o mesmo viés negativo, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, fechou em queda de 0,13%, a 125.970,46 pontos.
O movimento segue Wall Steet, que terminou em baixa, mesma direção das principais praças da Europa.
Na Ásia, índices fecharam em queda forte, com destaque ao tombo de 2,66% do Nikkei, em Tóquio, enquanto o sul-coreano Kospi recuou 2,52% em Seul.
A taxação de produtos importados foi uma das principais bandeiras da campanha de Trump. O presidente declarou emergência nacional sob a Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, o que permite amplos poderes para lidar com crises, para autorizar as tarifas.
Parte da decisão foi revertida hoje, com pausa nas taxações do México, após a presidente Claudia Sheinbaum afirmar que vai trabalhar em conjunto com autoridades dos EUA em pautas de segurança e comércio.
Em pronunciamento na manhã desta segunda, Sheinbaum afirmou que o país vai mandar imediatamente 10 mil membros da guarda nacional para reforçar o controle da fronteira.
O presidente dos EUA também conversou com o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, à medida que os dois países se preparam para impor novas tarifas de importação um ao outro.
Trump disse que falará com Trudeau novamente às 17h (horário de Brasília).
Em resposta, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, disse no sábado que o país imporia tarifas de 25% sobre 155 bilhões de dólares canadenses (106,5 bilhões de dólares) de produtos dos EUA em resposta às tarifas dos EUA.
Já a presidente do México, Claudia Sheinbaum, pediu a implementação de medidas tarifárias e não tarifárias em resposta à decisão dos EUA.
O governo da China denunciou, no domingo (2), a imposição pelo governo Trump de uma tarifa de 10% sobre as importações chinesas.
“Pequim desafiará a tarifa do presidente Donald Trump na Organização Mundial do Comércio e tomará “contramedidas” não especificadas em resposta à taxa, que entra em vigor na terça-feira (4)”, disseram os ministérios das finanças e do comércio.
Mais cedo, analistas consultados pelo Banco Central passaram a ver uma inflação ligeiramente mais alta ao fim deste ano e do próximo, segundo a pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.
O levantamento mostrou que a expectativa para o IPCA agora é de alta de 5,51% ao fim deste ano, de 5,50% na pesquisa anterior, no que foi a 16ª semana consecutiva de aumento na previsão. Para 2026, a projeção para a inflação brasileira é de 4,28%, de 4,22% anteriormente.
O centro da meta perseguida pelo BC é de 3%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
Fonte: CNN