Economia

Dólar fecha em queda, a R$ 5,85, após decisão de juros; bolsa sobe 2,8%





Investidores reagem às decisões da véspera dos juros nos Estados Unidos e no Brasil

Após oscilar, o dólar fechou a sessão em baixa, enquanto a bolsa brasileiraavança nesta quinta-feira (30), com os investidores reagindo às decisões da véspera dos juros nos Estados Unidos e no Brasil.

Federal Reserve (Fed) manteve a taxa inalterada entre 4,25% e 4,5% ao ano, enquanto a autoridade monetária brasileira elevou a Selic em 1 ponto, a 13,25%.

Investidores também analisam a bateria de dados econômicos publicados na manhã, com destaque para números do mercado de trabalho no Brasil e Produto Interno Bruto (PIB) e inflação dos Estados Unidos.

O dólar à vista encerrou em queda de 0,26%, a R$ 5,8532 na venda. Na quarta-feira (29), o dólar fechou em leve baixa de 0,02%, aos R$ 5,868 – a menor cotação desde 26 de novembro do ano passado, quando encerrou em R$ 5,809.

Na contramão, o Ibovespa avançou 2,82%, aos 126.912,78 pontos, mantendo a maior variação intradia desde dezembro.

Na máxima, o principal índice do mercado brasileiro passou de 3%, confirmando a maior alta diária desde abril de 2023.

Emprego, PIB e inflação

Na cena doméstica, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados nesta quinta-feira, mostraram que o Brasil fechou 535.547 vagas formais de trabalho em dezembro.

O resultado ficou acima da expectativa de economistas apontada em pesquisa da Reuters de fechamento líquido de 402.500 vagas.

No total de janeiro a dezembro de 2024, houve criação de 1.693.673 postos, resultado de 25.567.248 admissões e 23.873.575 desligamento. Segundo o ministério, o saldo de empregos em dezembro historicamente apresenta retração.

Ainda entre os dados, as contas do governo central, que engloba Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social, registraram um déficit de R$ 43 bilhões em 2024, informou o Tesouro. O resultado representa um déficit de 0,36% do Produto Interno Bruto (PIB).

No cenário internacional, as atenções se voltam Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no quarto trimestre de 2024, com crescimento abaixo do esperado.

A economia dos Estados Unidos expandiu a uma taxa anualizada de 2,3% no quarto trimestre, a medida mais ampla de produção econômica, de acordo com novos números do Departamento de Comércio divulgados na quinta.

O dado ficou um pouco abaixo das expectativas dos economistas de uma taxa de 2,4%, segundo a FactSet. Os números são ajustados para oscilações sazonais e inflação.

O mercado também acompanha o índice de gastos com consumo (PCE) — o indicado de inflação favorito do Fed —, que subiu a 2,3% no quarto trimestre, com núcleo subindo 2,5%.

As estimativas iniciais foram publicadas pelo Departamento de Comércio.

Fed e BC

Investidores ainda digerem as decisões da “superquarta”, com resultados sem surpresas aos analistas.

Nos EUA, o Fed segurou os juros no mesmo patamar da última reunião, em dezembro.

A decisão já era esperada pelo mercado em meio às expectativas de analistas com o potencial inflacionário das políticas sinalizadas por Donald Trump, como a taxação de importações e a deportação de imigrantes ilegais.

Em coletiva após a divulgação dos dados, o chair Fed, Jerome Powell, disse que é muito cedo para dizer o que as políticas de Trump farão e que o banco central norte-americano levará o tempo necessário para avaliar as medidas.

As autoridades do Fed estão “esperando para ver quais políticas serão promulgadas” com o novo presidente.

“Não sabemos o que acontecerá com as tarifas, com a imigração, com a política fiscal e com a política regulatória”, disse.

No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC voltou a subir a taxa básica de juros do país em um ponto percentual, a 13,25% ao ano.

O colegiado votou unanimemente pelo ajuste.

O Copom reforçou compromisso com o guidance sinalizado anteriormente, e disse que deve realizar uma alta de mesma magnitude na próxima reunião, levando a Selic a 14,25% em março.

“O cenário mais recente é marcado por desancoragem adicional das expectativas de inflação, elevação das projeções de inflação, resiliência na atividade econômica e pressões no mercado de trabalho, o que exige uma política monetária mais contracionista”, afirmou o Copom em seu comunicado.

 

Fonte: CNN