Cultura

Papa: diante dos medos e das forças perturbadoras do mal, o Senhor nos dá esperança





O Papa Francisco conduziu a oração mariana do Angelus neste 2º domingo Tempo Comum (19/01), rezada com os fiéis reunidos na Praça São Pedro. Apesar do tempo nublado milhares de fiéis e peregrinos participaram do encontro semanal.

“No banquete de nossa vida às vezes descobrimos que o vinho está faltando, e que nos faltam as forças… tantas coisas. Isso acontece quando as preocupações que nos afligem, os medos que nos assaltam, ou as forças perturbadoras do mal nos tiram o gosto da vida, a embriaguez da alegria e o sabor da esperança”. Foi o que disse o Papa Francisco na sua alocução que precedeu a oração mariana do Angelus neste 2º Domingo Tempo Comum rezada com os fiéis reunidos na Praça São Pedro. Apesar do tempo nublado milhares de fiéis e peregrinos participaram do encontro semanal na grande Praça.

O Evangelho da liturgia de hoje, iniciou o Papa, nos fala sobre o primeiro sinal que Jesus realizou, transformando água em vinho durante uma festa de casamento em Caná da Galileia. Trata-se de uma narração que antecipa e sintetiza toda a missão de Jesus: no dia da vinda do Messias - assim diziam os profetas - o Senhor preparará “um banquete de vinhos excelentes” (Is 25,6) e “os montes destilarão o vinho novo” (Am 9,13); Jesus, é o Esposo que veio trazer o “vinho novo”.

O Papa Francisco então sublinhou que nesse Evangelho, podemos encontrar duas coisas: a carência e a superabundância.

Por um lado, há falta de vinho e Maria diz ao Seu Filho: “Eles não têm mais vinho”; por outro lado, Jesus intervém mandando encher seis grandes ânforas e, no final, o vinho é tão abundante e requintado que o mestre do banquete pergunta ao noivo por que conservou até o fim.

Assim, “o sinal nosso é sempre a carência, mas o sinal de Deus é a superabundância”, e “a superabundância de Caná é o sinal. À carência do homem, como responde Deus? Com a superabundância, destacou o Papa.

Francisco chama então a atenção dos fiéis: “Deus não é avaro; Deus, quando dá, dá muito. Ele não lhe dá um pedacinho, ele dá muito. Às nossas carências, o Senhor responde com sua superabundância”.

Devemos estar atentos, continuou o Papa, é diante das carências, que o Senhor dá, dá a superabundância. Parece uma contradição: mais nossa carência, mais superabundância do Senhor, porque o Senhor quer fazer uma festa conosco, uma festa que não terá fim. 

O Papa conclui: “rezemos então à Virgem Maria. Para que ela, a “Mulher do vinho novo”, interceda por nós e, neste ano jubilar, nos ajude a redescobrir a alegria do encontro com Jesus”.

 

-  Francisco: respeitem a trégua, alcancem a solução justa de dois Estados

Francisco, no final do Angelus, recorda o cessar-fogo em Gaza que começou neste domingo (19/01) e expressa gratidão a todos os mediadores: “é um bonito trabalho mediar pela paz”. O Pontífice espera que todos os reféns voltem para casa e que a ajuda humanitária chegue logo à Faixa de Gaza. Enfim, define a libertação dos detidos em Cuba de “gesto de grande esperança”.

Depois de tanta dor, depois das orações, depois das invocações a Maria, Rainha da Paz, o Papa Francisco, no Angelus deste domingo, pode expressar sua gratidão àqueles que trabalharam para alcançar o cessar-fogo em Gaza, que entrou em vigor na manhã deste domingo.

Expresso minha gratidão a todos os mediadores. É um bonito trabalho esse de mediar para que a paz seja alcançada. Obrigado aos mediadores. E também agradeço a todas as partes envolvidas por esse importante resultado. Espero que o que foi acordado seja imediatamente respeitado pelas partes e que todos os reféns possam finalmente voltar para casa e reencontrar seus entes queridos. Rezo muito por eles e por suas famílias.

Ajudas àqueles que sofrem

Há também a preocupação com as muitas famílias em Gaza que estão sofrendo com a fome, a perda de entes queridos e as condições difíceis que a guerra inevitavelmente traz.

Espero que todas as ajudas humanitárias cheguem o mais rapidamente e em grande quantidade à população de Gaza, que tem tanta urgência.

Dois Estados

“Tanto os israelenses quanto os palestinos”, diz Francisco, “precisam de sinais claros de esperança”.

“Faço votos de que as autoridades políticas de ambos os lados, com a ajuda da comunidade internacional, possam chegar à justa solução para os dois Estados. Todos podem dizer sim ao diálogo, sim à reconciliação, sim à paz. Todos rezamos por isso: o diálogo, a reconciliação, a paz”.

Em Cuba, gestos de grande esperança

O Papa recorda então a anunciada libertação de um grupo de prisioneiros das prisões cubanas. Neste sábado, a libertação de Petro Albert Sanchez, um professor de 70 anos que, devido ao seu estado de saúde, estava cumprindo sua pena em prisão domiciliar, e Felix Navarro Rodriguez, condenado a 9 anos de prisão.

“Trata-se de um gesto de grande esperança que concretiza uma das intenções deste ano jubilar. Espero que, nos próximos meses, iniciativas desse tipo continuem a ser empreendidas nas diversas partes do mundo, infundindo confiança no caminho das pessoas e dos povos”.

Por fim, a saudação aos fiéis presentes na Praça São Pedro, recordando a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, com a exortação para rezar pelo “precioso dom da plena comunhão entre todos os discípulos do Senhor”.

“E rezemos sempre pela martirizada Ucrânia, pela Palestina, por Israel, por Mianmar e por todos os povos que sofrem com a guerra”.

 

Fonte:  Vatican News