O presidente Volodymyr Zelensky afirmou, em uma entrevista à Sky News transmitida na sexta-feira (29), que oferecer à Ucrânia a adesão à Otan, enquanto permite que a Rússia mantenha, por ora, os territórios que havia capturado, poderia ser uma solução para acabar com a “fase quente” da guerra, que já dura quase três anos.
“Ninguém nos ofereceu fazer parte da Otan apenas para uma parte ou outra da Ucrânia. Se quisermos parar a “fase quente” da guerra, devemos colocar sob o guarda-chuva da Otan o território da Ucrânia que está sob nosso controle”, disse Zelensky à Sky News.
“Isso é o que precisamos fazer rapidamente, e então, a Ucrânia poderá recuperar a outra parte de seu território diplomaticamente”, completou.
“Mas o convite deve ser feito à Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas. Não se pode fazer um convite apenas para uma parte de um país”, afirmou o líder ucraniano.
A Rússia invadiu a Ucrânia em fevereiro de 2022 e entrou no território por três frentes: pela fronteira russa, pela Crimeia e por Belarus, país forte aliado do Kremlin.
Forças leais ao presidente Vladimir Putin conseguiram avanços significativos nos primeiros dias, mas os ucranianos conseguiram manter o controle de Kiev, ainda que a cidade também tenha sido atacada. A invasão foi criticada internacionalmente e o Kremlin foi alvo de sanções econômicas do Ocidente.
Em outubro de 2024, após milhares de mortos, a guerra na Ucrânia entrou no que analistas descrevem como o momento mais perigoso até agora.
As tensões se elevaram quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o uso de um míssil hipersônico de alcance intermediário durante um ataque em solo ucraniano. O projétil carregou ogivas convencionais, mas é capaz de levar material nuclear.
O lançamento aconteceu após a Ucrânia fazer uma ofensiva dentro do território russo usando armamentos fabricados por potências ocidentais, como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França.
A inteligência ocidental denuncia que a Rússia está usando tropas da Coreia do Norte no conflito na Ucrânia. Moscou e Pyongyang não negam, nem confirmam o relato.
O presidente Vladimir Putin, que substituiu seu ministro da Defesa em maio, disse que as forças russas estão avançando muito mais efetivamente – e que a Rússia alcançará todos os seus objetivos na Ucrânia, embora ele não tenha dado detalhes.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse acreditar que os principais objetivos de Putin são ocupar toda a região de Donbass, abrangendo as regiões de Donetsk e Luhansk, e expulsar as tropas ucranianas da região de Kursk, na Rússia, das quais controlam partes desde agosto.
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- Direitos fundamentais dos palestinos continuam distantes, diz Guterres
Em mensagem, no Dia Internacional de Solidariedade para com o Povo Palestino, comemorado nesta sexta-feira (29), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que ainda estão “muito distantes” direitos fundamentais dos palestinos.
O secretário-geral ressaltou que as Nações Unidas continuarão a ser solidárias para com o povo palestino, com “seus direitos inalienáveis de viver em paz, em segurança e com dignidade”.
"Todos os anos, neste dia, a comunidade internacional manifesta a sua solidariedade pela dignidade, pelos direitos, pela justiça e pela autodeterminação do povo palestino. A comemoração deste ano é especialmente penosa porque estes objetivos fundamentais continuam muito distantes".
Guterres afirmou que “nada justifica” os ataques terroristas sofridos por Israel em 7 de outubro de 2023, e a tomada de reféns, ações realizadas pelo Hamas. No entanto, ele ressalvou que “nada justifica a punição coletiva do povo palestino”.
“Mais de um ano depois, Gaza está em ruínas, mais de 43 mil palestinianos – na sua maioria mulheres e crianças – terão sido mortos e a crise humanitária agrava-se de dia para dia. Isto é terrível e indesculpável”, diz o comunicado.
O secretário-geral listou uma série de ações de Israel, como a ocupação de parte da Cisjordânia, Jerusalém Oriental, operações militares, a expansão dos colonatos em territórios palestinos, despejos e demolições. “A violência dos colonos e as ameaças de anexação estão a infligir mais dor e injustiça”.
Guterres defendeu ainda um cessar-fogo e a libertação incondicional de todos os reféns. O secretário-geral pediu também a criação de dois Estados com a capital em Jerusalém.
“É mais do que que hora de um cessar-fogo imediato e da libertação incondicional de todos os reféns; do fim da ocupação ilegal dos Territórios Palestinianos – tal como confirmado pelo Tribunal Internacional de Justiça e pela Assembleia Geral; e de avançar irreversivelmente no sentido de uma solução de dois Estados, em conformidade com o direito internacional e as resoluções relevantes da ONU,” defendeu o secretário-geral da ONU.
Fonte: CNN - Agência Brasil