Economia

Dólar fecha em queda, a R$ 5,80, à espera de cortes de gastos; bolsa recua





Mercado repercutia decisão de Trump sobre secretário do Tesouro e medidas fiscais do governo brasileiro

O dólar recuava frente ao real nesta segunda-feira (25), após o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, escolher o investidor Scott Bessent como seu secretário do Tesouro. O Ibovespa apresentava oscilações ao longo do dia em meio à expectativa por medidas fiscais do governo, esperadas para esta semana.

O dólar à vista fechou a sessão em baixa de 0,18%, a R$ 5,8036 na venda. O principal índice da bolsa brasileira também encerrou em queda de 0,07%, a 129.036,10 pontos.

A sessão foi marcada pela repercussão dos mercados globais à escolha de Scott Bessent como próximo secretário do Tesouro.

O presidente eleito dos EUA anunciou a decisão na noite da última sexta-feira (22), agradando os investidores diante da perspectiva de um governo mais responsável com as contas públicas, uma vez que Bessent, um veterano de Wall Street, é considerado um conservador fiscal.

Os investidores também ajustavam suas posições para uma semana repleta de eventos econômicos, incluindo a divulgação de uma leitura do índice PCE — o indicador de inflação preferido do Federal Reserve — e da ata da mais recente reunião de política monetária do banco central dos EUA.

Cenário internacional

No exterior, os agentes financeiros avaliavam a escolha pelo presidente eleito norte-americano, Donald Trump, de Scott Bessent como secretário do Tesouro dos EUA.

Bessent defende uma reforma tributária e a desregulamentação, especialmente para estimular mais empréstimos bancários e produção de energia, conforme observado em um recente artigo de opinião que ele escreveu para o Wall Street Journal.

“O mercado interpreta como uma sinalização um pouco mais moderada, principalmente depois de toda a retórica do Trump, que vai ‘tarifar tudo’, e não é muito a política e o modelo de pensamento do Scott Bessent”, afirmou o analista Renato Nobile, da Buena Vista Capital.

Cenário nacional

No cenário doméstico, o mercado continua à espera do anúncio de medidas de contenção de gastos pelo governo, que tinha prometido a publicação do pacote após o segundo turno das eleições municipais.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva tinha reunião marcada nesta manhã com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o ministro da Casa Civil, Rui Costa, com a expectativa de que as medidas possam ser anunciadas ao longo da semana.

“O grande destaque da semana, sem dúvida, será o pacote fiscal”, afirmou o economista-chefe da Ativa Investimentos, Étore Sanchez, destacando também a pesquisa Focus, que mostrou nesta segunda-feira elevação pelo mercado de suas projeções para a Selic e a inflação em 2025.

Na noite de sexta-feira, o governo anunciou o bloqueio adicional de R$ 6,04 bilhões do Orçamento para 2024, com o objetivo de cumprir a meta de resultado primário estabelecida para o ano. Haddad já havia antecipado que a equipe econômica bloquearia um pouco mais de 5 bilhões de reais do Orçamento.

 

Fonte: CNN