Ibovespa e dólar fecharam em alta nesta segunda-feira (7), com expectativas pela diminuição do ritmo de corte dos juros nos Estados Unidos, enquanto investidores afastam a possibilidade de recessão na maior economia do mundo.
O mercado também segue acompanhando a escalada das tensões no Oriente Médio. O temor fez com o que o petróleo saltasse 3% neste início de semana, a quinta sessão seguida de valorização.
O principal índice do mercado brasileiro encerrou com avanço de 0,17%, aos 132.017 pontos, sustentado pelas blue chips da bolsa, em sessão de alta de commodities no mercado global.
A Vale (VALE3) encerrou com alta de 0,88%, mesmo sem a referência da China por conta de feriado. Já Petrobras (PETR4) subiu 1,4%, em linha com o salto do petróleo.
A mudança de posições com o tamanho dos próximos cortes do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA), deu força para os títulos do Tesouro norte-americano, que voltaram a superar a rentabilidade de 4%.
O movimento deu força ao dólar, que encerrou o dia com alta de 0,55%, negociado a R$ 5,486 na venda.
Os mercados globais ajustavam suas apostas sobre os próximos movimentos do banco central dos Estados Unidos, com ampla expectativa de reduções graduais nos juros, depois que dados fortes de emprego na sexta-feira afastaram de vez os temores de uma recessão na maior economia do mundo.
O menor risco de desaceleração indica que os juros podem cair de forma mais amena, com a maior parte dos analistas vendo corte de 0,25 ponto na taxa no encontro do Fed em novembro, segundo a ferramenta CME FedWatch.
O número mostra a pisada no freio ante o corte de 0,5 confirmado pela autoridade monetária em setembro.
“As revisões dos dados da economia americana na semana passada, como o de poupança, mostraram que os americanos ainda têm reservas monetárias e podem continuar consumindo, demonstrando que o país não está em desaceleração como era o receio dos mercados”, explica Hemelin Mendonça, especialista em mercado de capitais e sócia da AVG Capital.
Dados do payroll no fim da última semana mostraram que a criação de empregos veio acima das expectativas.
Os empregadores adicionaram cerca de 254 mil empregos em setembro, de acordo com dados divulgados nesta sexta-feira pela Secretaria de Estatísticas Trabalhistas dos Estados Unidos.
É uma contagem maior do que o total mensal de agosto (que foi revisado para cima para 159 mil) e supera as expectativas dos economistas de um ganho de 140 mil empregos.
Os temores pela escalada das tensões no Oriente Médio também afastavam investidores do risco. Nesta segunda-feira, o grupo libanês Hezbollah lançou mísseis contra a terceira maior cidade de Israel, Haifa.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para novembro fechou em alta de 3,71% (US$ 2,76), a US$ 77,14 o barril, enquanto o Brent para dezembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), subiu 3,68% (US$ 2,88), a US$ 80,93 o barril.
“O risco geopolítico ainda está sendo bombeado para o mercado em meio ao aumento das tensões no Oriente Médio, que ameaça a segurança do fornecimento de petróleo na região”, disse a consultoria Ritterbusch em uma nota.
Segundo Phil Flynn, executivo sênior de contas e analista de mercado do Price Futures Group e colaborador da Fox Business, os mercados começam a se preparar para a possibilidade de aumento para US$ 100 por barril, diante dos últimos acontecimentos e se houver um corte substancial das exportações de petróleo iraniano.
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- Analistas elevam previsão de inflação este ano e veem PIB maior em 2025, mostra Focus
Analistas consultados pelo Banco Central fizeram pequenos ajustes em suas estimativas para a economia brasileira na pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira (7), vendo inflação ligeiramente mais alta este ano e um pouco mais de crescimento em 2025.
O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, apontou que a expectativa para a alta do IPCA em 2024 subiu 0,01 ponto percentual, a 4,38%, e permaneceu em 3,97% para o próximo ano.
O centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Para o Produto Interno Bruto (PIB), a estimativa de crescimento para este ano permaneceu em 3,0%, mas para 2025 melhorou em 0,01 ponto, a 1,93%.
A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda que não houve mudança na perspectiva para a política monetária, com a taxa básica de juros Selic, atualmente em 10,75%, ainda estimada em 11,75% ao final deste ano e em 10,75% em 2025.
Fonte: CNN com Reuters