As FDI (Forças de Defesa de Israel) deram início a uma ofensiva terrestre na parte sul do Líbano. Segundo o governo israelense, a operação é “limitada, localizada e direcionada” contra alvos “terroristas” e a infraestrutura do Hezbollah próxima à fronteira entre os países.
A invasão ao território do país árabe se deu depois de aprovação do Gabinete de Segurança de Israel. Autoridades israelenses afirmaram que a operação, intitulada “Flecha do Norte”, será pontual e não visa à ocupação do território libanês.
Israel comunicou que a operação envolve forças terrestres, com apoio aéreo e de artilharia, planejada nos últimos meses.
Mais cedo, o ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, visitou as tropas na fronteira com o Líbano. Destacou a importância da eliminação do ex-líder do Hezbollah Hassan Nasrallah e alertou que a operação não significa o fim do conflito.
Conforme a Al Jazeera, os ataques israelenses na manhã desta 2ª feira (30.set) deixaram pelo menos 95 mortos e 172 feridos. Partes do centro de Beirute, capital libanesa, foram atingidas pelos bombardeios.
As FDI mataram Sayyed Hassan Nasrallah durante ofensivas em Beirute, capital do Líbano, na 6ª feira (27.set). Além dele, Israel afirmou que outros líderes do grupo extremista morreram na ofensiva. Entre eles, Muhammad Ali Ismail, comandante da Unidade de Mísseis do Hezbollah no sul do Líbano, e seu vice, Hussein Ahmad Ismail.
Em comunicado, as FDI disseram que, depois de receberem informações da inteligência do país, os militares “conduziram um ataque direcionado à sede central da organização terrorista Hezbollah, que estava localizada no subsolo, embutida em um prédio residencial na área de Dahieh, em Beirute”.
Israel e o grupo Hezbollah travam um conflito na fronteira desde o início da guerra na Faixa de Gaza, em outubro de 2023, depois de um ataque do Hamas, aliado do grupo extremista libanês.
O conflito se intensificou depois de 2 ataques a dispositivos de comunicação utilizados pelo grupo extremista. O Líbano acusa o país judeu, que nega autoria. As explosões de pagers e walkie-talkies na semana passada deixaram ao menos 32 mortos e mais de 3.000 feridos.
- Hezbollah ataca tropas de Israel após início da operação terrestre israelense no Líbano
O grupo armado libanês Hezbollah diz que atacou Metula, no norte de Israel e sul do Líbano, duas vezes nas primeiras horas da manhã desta terça-feira (1º) após o início de uma incursão militar israelense no país.
O Hezbollah disse que um grupo de soldados em Metula foi alvo de artilharia e mísseis, dizendo que eles atingiram seu alvo com sucesso. O ataque foi “em apoio ao nosso firme povo palestino” em Gaza, e “em defesa do Líbano e seu povo”, disse o grupo.
O exército israelense informou que “aproximadamente cinco projéteis foram identificados cruzando do Líbano. Alguns dos projéteis foram interceptados e projéteis caídos foram identificados na área”, sem indicar onde eles caíram.
Em um incidente separado, o exército israelense disse que interceptou “dois projéteis” que cruzaram do Líbano, e acrescentou que sirenes também foram tocadas na área de Bar’am, no norte de Israel, e “um projétil foi identificado cruzando do Líbano e caiu em uma área aberta”.
Após o início da operação, sons de fogo de artilharia, drones e helicópteros ecoavam pelo ar vindos de uma posição de uma equipe da CNN perto da fronteira.
Várias explosões, colunas de fumaça e flashes de luz também foram vistos vindos da direção da vila libanesa de Aadaysit Marjaayoun.
O exército israelense informou que começou uma “operação terrestre limitada” no sul do Líbano em uma declaração nesta terça-feira (1º), no horário local.
“As FDI [Forças de Defesa de Israel] começaram há algumas horas uma operação terrestre limitada e direcionada na área do sul do Líbano contra alvos terroristas e infraestruturas da organização terrorista Hezbollah, em várias vilas perto da fronteira, que representam uma ameaça imediata e real aos assentamentos israelenses na fronteira norte”, disseram no comunicado.
A operação acontece após horas de ataques direcionados de Israel no Líbano, e em meio a restrições de movimentos civis em algumas cidades fronteiriças israelenses.
Israel tem lançado uma série de ataques aéreos em regiões do Líbano. No dia 23 de setembro, o país teve o dia mais mortal desde a guerra de 2006, com mais de 500 vítimas fatais.
Segundo os militares israelenses, os alvos são integrantes e infraestrutura bélica do Hezbollah, uma das forças paramilitares mais poderosas do Oriente Médio e que é apoiada pelo Irã.
A ofensiva atingiu diversos pontos no Líbano, incluindo a capital do país, Beirute. Milhares de pessoas buscaram refúgio em abrigos e deixaram cidades do sul do país.
Além disso, uma incursão terrestre não foi descartada.
O chefe do Hezbollah, Hassan Nasrallah, foi morto em um ataque aéreo israelense em Beirute, conforme confirmado pelo próprio grupo.
Hezbollah e Israel começaram a trocar ataques após o início da guerra na Faixa de Gaza. O grupo libanês é aliado do Hamas, que invadiu o território israelense em 7 de outubro de 2023, matando centenas de pessoas e capturando reféns.
Devido aos bombardeios, milhares de moradores do norte de Israel, onde fica a fronteira com o Líbano, tiveram que ser deslocados. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu diversas vezes fazer com que esses cidadãos retornem para suas casas.
No dia 17 de setembro, Israel adicionou o retorno desses moradores como um objetivo oficial de guerra.
Ao menos dois adolescentes brasileiros morreram nos ataques. O Itamaraty condenou a situação e pediu o fim das hostilidades. O governo brasileiro também avalia uma possível missão de resgate.
- Brasil fará repatriação de brasileiros que estão no Líbano
O Ministério das Relações Exteriores comunicou que o governo brasileiro fará a repatriação dos brasileiros que estão no Líbano. A comunidade brasileira no Líbano é composta por cerca de 20 mil pessoas.
Desde a semana passada o país tem sido alvo de ataques de Israel. A morte de dois brasileiros foi confirmada pelo governo. O primeiro foi o jovem Ali Kamal Abdallah, de 15 anos e no dia seguinte Mirna Raef Nasser, de 16 anos. Só nesta segunda-feira (30/9) 95 pessoas morreram nos bombardeios, segundo o Ministério da Saúde libanês. "Os bombardeios israelenses mataram 95 pessoas e feriram 172 nas últimas 24 horas", anunciou o ministério.
Conforme nota publicada pelo Itaramarty, a repatriação dos brasileiros foi determinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e será realizada nos próximos dias em uma ação coordenada pelo Itamaraty e realizada pelo Ministério da Defesa. O avião da Força Aérea Brasileira deverá decolar de Beirute.
Na terça-feira da semana passada (24/9) o Itamaraty emitiu um alerta orientando que as pessoas deixassem as áreas de conflito e fizessem a atualização do cadastro consular.
Nota do Ministério das Relações Exteriores sobre repatriação de Brasileiros que estão no Líbano
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, determinou a realização de voo de repatriação de brasileiros no Líbano. A operação, coordenada pelo Itamaraty e pelo Ministério da Defesa, terá a data anunciada nos próximos dias, após análise das condições de segurança para o voo. O planejamento inicial da Força Aérea Brasileira prevê a decolagem do aeroporto de Beirute, que se encontra aberto. A Embaixada no Líbano está tomando as providências necessárias para viabilizar a operação, em contato permanente com a comunidade brasileira e em estreita coordenação com as autoridades locais.