Dados do Departamento do Comércio mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 3% no segundo trimestre do ano na base anual
Os principais índices do mercado brasileiro encerraram no campo negativo nesta quinta-feira (29), com investidores digerindo dados fortes da economia dos Estados Unidos publicados na manhã.
O despenho negativo da bolsa também reflete um movimento de correção após sucessivos recordes batidos desde a semana passada.
O dólar fechou o dia com avanço de 1,19%, negociado em R$ 5,622 na venda, movimento em linha com a valorização da divisa norte-americana ante a cesta de moedas fortes do mercado.
“Acredito na estabilidade do dólar entre R$ 5,48 e R$ 5,69 nos próximos dias, caso não tenhamos nenhuma notícia muito fora do normal por aqui ou pelo mundo”, diz Anderson Silva, sócio da GT Capital.
Contrariando altas nas principais praças globais, o Ibovespa encerrou a sessão com perda de 0,95%, aos 136.941 pontos, com queda generalizada das ações.
A ponta positiva do mercado foi predominado por papéis expostos ao minério de ferro, influenciados pela alta da commodity. Gerdau (GGBR4) subiu 2,27%, enquanto CSN Mineração (CMIN3) ganhou 1,62%. Vale (VALE3), porém, perdeu 0,12%.
No caminho oposto, Azul (AZUL4) despencou 24,14% e teve as negociações suspensas no mercado em meio polêmicas envolvendo ações para melhoria de sua estrutura de capital.
Nesta manhã, os mercados globais analisam uma nova bateria de dados sobre a maior economia do mundo, em busca de sinais sobre sua força e indícios dos futuros movimentos do banco central dos EUA à medida que planeja iniciar um ciclo de corte de juros.
Dados do Departamento do Comércio mostraram que o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA cresceu 3% no segundo trimestre do ano na base anual, em resultado acima do esperado por analistas consultados pela Reuters, que projetavam alta de 2,8%, como divulgado em um primeiro relatório preliminar do governo.
Além disso, o Departamento do Trabalho relatou que o número de pedidos iniciais de auxílio-desemprego recuaram ligeiramente na semana encerrada em 24 de agosto para 231.000, de 233.000 revisado para cima na semana anterior e abaixo da estimativa de analistas de 232.000 pedidos.
Os números reforçam o argumento de que a economia norte-americana continua forte e que o mercado de trabalho, apesar de passar por um processo gradual de esfriamento, não está a caminho de um colapso total, como se temia no início do mês após dados de emprego mais pessimistas.
Dessa forma, o Fed, cujas autoridades têm sinalizado o início de um ciclo de cortes de juros em sua reunião de setembro, poderão afrouxar a política monetária em um ritmo mais cauteloso, já que a economia norte-americana não demonstra necessidades urgentes de estímulo.
Na semana passada, o chair do Fed, Jerome Powell, sinalizou no simpósio de Jackson Hole que “chegou a hora” de cortar os juros nos EUA, uma vez que o banco central não deseja ver uma deterioração adicional do mercado de trabalho.
A perspectiva de um afrouxamento monetário menos intenso nos EUA elevava os rendimentos dos Treasuries, o que tornava o dólar mais atraente no exterior.
No mercado doméstico, mercados avaliaram dados do IGP-M, também chamado de “inflação do aluguel”, desacelerando para 0,29% em agosto, após alta de 0,61% no mês anterior.
Já o índice de preços ao consumidor (IPP) teve alta de 1,58% em julho frente ao mês anterior, sexto resultado positivo consecutivo do indicador, mostraram dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Analistas ainda avaliavam o anúncio do diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, como indicado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para suceder o chefe da autarquia, Roberto Campos Neto, a partir do próximo ano.
Fonte: CNN