Economia

Mercado eleva previsão para inflação em 2024 pela 6ª vez consecutiva, mostra Focus





Pesquisa semanal mostrou ainda manutenção da expectativa pela décima semana consecutiva de que o Banco Central deixará a Selic em 10,50% até o fim deste ano

Pesquisa semanal mostrou ainda manutenção da expectativa pela décima semana consecutiva de que o Banco Central deixará a Selic em 10,50% até o fim deste ano 

Analistas consultados pelo Banco Central subiram de forma acentuada sua expectativa para o crescimento do PIB ao fim deste ano, mas elevaram novamente a projeção para a alta do IPCA em 2024, de acordo com a mais recente pesquisa Focus divulgada nesta segunda-feira.

O levantamento, que capta a percepção do mercado para indicadores econômicos, mostrou que a economia brasileira é vista crescendo 2,43% ao fim de 2024, ante avanço de 2,23% na semana anterior. Em 2025, a projeção é de que o PIB cresça 1,86, de 1,89% anteriormente.

A mediana das expectativas dos economistas para o PIB deste ano quase se igualou a projeção de crescimento do Ministério da Fazenda, atualmente em 2,5%. O chefe da pasta, Fernando Haddad, disse neste mês que a equipe econômica deve elevar em breve sua previsão para além do esperado neste momento.

Por outro lado, o Focus ainda evidenciou que o mercado subiu pela sexta semana consecutiva a projeção para a alta do IPCA neste ano, agora em 4,25%, de 4,22% há uma semana. No próximo ano, o índice é visto subindo 3,93%, de 3,91% antes.

O centro da meta oficial para a inflação é de 3,00%, sempre com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.

Na terça-feira, o IBGE divulgará os números do IPCA-15 de agosto, um medidor inicial sobre o comportamento dos preços neste mês.

A pesquisa semanal com uma centena de economistas mostrou ainda manutenção da expectativa pela décima semana consecutiva de que o Banco Central deixará a Selic em 10,50% até o fim deste ano. Em 2025, a taxa básica de juros ainda é projetada em 10,00%.

Em declarações recentes, uma série de membros do BC, incluindo o presidente da autarquia, Roberto Campos Neto, e o diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, têm indicado que a possibilidade de alta na Selic será considerada na próxima reunião do Copom, em setembro, diante da aceleração da inflação local e do aumento das incertezas no exterior.

Por fim, o mercado subiu ligeiramente a previsão para o valor do dólar ao fim deste ano, agora em R$ 5,32, de R$ 5,31 na semana anterior. Em 2025, a divisa norte-americana ainda é projetada em R$ 5,30.

 

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- Déficit nas contas externas até julho atinge maior nível em 5 anos 

O aumento das importações de serviços e a queda no superávit da balança comercial fizeram o déficit das contas externas atingir o maior nível desde 2019 para os sete primeiros meses do ano, divulgou nesta segunda-feira (26) o Banco Central (BC). De janeiro a julho, o resultado ficou negativo em US$ 25,552 bilhões. O déficit mais do que dobrou em relação ao mesmo período de 2023, quando tinha ficado em US$ 12,54 bilhões.

Também chamadas de transações correntes, as contas externas medem a vulnerabilidade de um país diante de crises externas. O indicador é formado pela soma do saldo da balança comercial, da balança de serviços (exportações menos importações de serviços), pela renda primária (que engloba remessas de lucros ao exterior e pagamentos de juros de empréstimos) e pelas transferências pessoais de brasileiros que vivem no exterior às famílias.

Apenas em julho, as contas externas registraram déficit de US$ 5,162 bilhões, alta de 45,1% em relação ao mesmo mês de 2023.

O principal fator responsável pelo aumento no déficit das contas externas foi o aumento das importações de serviços, entre outros serviços. Isso levou a balança de serviços, que engloba transportes, seguros, serviços financeiros e viagens internacionais, a fechar os sete primeiros meses do ano com déficit de US$ 28,937 bilhões, contra resultado negativo de US$ 22,159 bilhões no mesmo período de 2023.

Paralelamente, após crescimentos sucessivos até 2023, o superávit da balança comercial está recuando em 2024. De janeiro a julho, o país exportou US$ 44,696 bilhões a mais do que importou. Nos sete primeiros meses do ano passado, o resultado estava positivo em US$ 49,789 bilhões.

Segundo o Banco Central, o aumento do déficit das contas externas está ligado ao crescimento da economia. Quando o Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país) cresce, o país importa mais produtos e serviços.

Turistas no exterior

Dentro da conta de serviços, as contas externas também medem os gastos de turistas brasileiros no exterior. Nos sete primeiros meses do ano, os turistas brasileiros gastaram US$ 8,403 bilhões em outros países. Apesar da alta do dólar, essas despesas tiveram queda mínima em relação ao mesmo período do ano passado, quando totalizaram US$ 8,465 bilhões.

Apenas em julho, os gastos de turistas no exterior atingiram US$ 1,384 bilhão, exatamente o mesmo nível de 2023. Como o dólar acumula alta de 19,56% nos 12 meses terminados em julho, a estabilidade nos gastos pode ser explicada pelo aumento da renda dos turistas brasileiros que saem do Brasil.

Investimentos diretos

O saldo negativo das contas externas costuma ser compensado pelos investimentos estrangeiros diretos, investimentos das empresas que geram empregos no país. De janeiro a julho, as companhias estrangeiras investiram US$ 45,065 bilhões no Brasil, alta de 20,15% em relação aos mesmos meses de 2023.

Apenas em julho, os investimentos estrangeiros diretos somaram US$ 7,258 bilhões, com pequena alta em relação aos US$ 7,1 bilhões registrados em julho do ano passado.

 

Fonte: CNN - Agência Brasil