Economia

Ibovespa fecha em queda de 1,16% com tombo da Petrobras e expectativa de juros nos EUA; dólar vai a R$ 4,97





Petroleira está entre as maiores baixas do dia após fala do CEO sobre dividendos

O Ibovespa fechou em queda e o dólar subiu contra o real nesta quarta-feira (28), com clima de cautela na véspera da divulgação da inflação nos Estados Unidos, que pode trazer pistas para a estratégia de corte dos juros do Federal Reserve (Fed, o BC norte-americano).

Na cena local, destaque negativo para a Petrobras (PETR4), que operou entre as maiores baixas do dia com a aversão dos investidores em meio a declarações do presidente-executivo sinalizando uma postura mais conservadora em relação à remuneração aos acionistas.

O principal índice do mercado doméstico perdeu 1,16%, na faixa dos 130.155 mil pontos, seguindo clima negativo em Wall Street.

Já o dólar teve avanço de 0,77%, cotado a R$ 4,971, devolvendo parte das perdas da véspera e seguindo a força da divisa ante a cesta de principais moedas do globo.

Investidores em todo o mundo aguardam pelos números do PCE, o índice de inflação favorito do Fed, que serão publicados nesta quinta-feira (29). Os dados podem dar mais clareza para a estratégia de corte de juros da maior economia do mundo, enquanto as apostas atuais apontam para início de queda apenas em junho.

Ainda nos EUA, mais cedo o Departamento do Comércio informou que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu a uma taxa anualizada de 3,2% no último trimestre, em taxa revisada ligeiramente para baixo em relação ao ritmo de 3,3% divulgado anteriormente.

Os números confirmaram que a economia dos EUA cresceu a um ritmo sólido no quarto trimestre, em meio aos fortes gastos dos consumidores, mas parece ter perdido um pouco de velocidade no início do novo ano.

No Brasil, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, falou mais cedo na abertura do encontro do G20 e defendeu que os países implementem sistemas progressivos de tributação que cobrem de bilionários uma “justa contribuição em impostos”. 

“Reconhecendo os avanços obtidos na última década, precisamos admitir que ainda precisamos fazer com que os bilionários do mundo paguem sua justa contribuição em impostos”, disse Haddad em participação virtual, após ser diagnosticado com Covid.

No mesmo evento, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que ainda há trabalho a ser feito no processo de desinflação dos países. 

“Depois da ação sincronizada por bancos centrais, vimos uma redução progressiva da inflação, mas esse processo ainda não acabou, ainda há trabalho a ser feito na última milha, e riscos permanecem à frente”, afirmou.

Petrobras recua forte após falas de dividendos

As ações da Petrobras estiveram entre as maiores baixas do Ibovespa em meio a declarações do presidente-executivo sinalizando uma postura mais conservadora em relação à remuneração aos acionistas da petroleira.

As ações preferenciais (PETR4) perderam 5,16%, enquanto as ordinárias (PETR3) tiveram queda de 5,39%.

Jean Paul Prates, disse em entrevista à Bloomberg que a Petrobras será mais cautelosa no pagamento de dividendos extraordinários à medida que se move para se tornar uma potência de energia renovável.

No fim da tarde, a empresa soltou comunicado ao mercado informando que não há decisões sobre a política de dividendos.

Também no campo negativo, a Vale (VALE3), cedeu 1,1%, em meio a ajustes após forte alta na véspera, tendo como pano de fundo um desempenho misto dos preços dos contratos futuros do minério de ferro na Ásia.

Investidores também acompanharam a perda próxima de 5,45% da IRB Brasil (IRBR3), mesmo após reportar lucro líquido de R$ 114 milhões no ano de 2023, revertendo prejuízo de R$ 630 milhões um ano antes. O volume de prêmios emitidos líquidos, porém, caiu 19% em relação a 2022.

 

 

Confira outras notícias

- Contas públicas têm superavit de R$ 79,3 bi em janeiro de 2024

É o pior resultado para o período desde 2021 em valores corrigidos pela inflação, de acordo com o Tesouro Nacional

O governo registrou superavit de R$ 79,3 bilhões nas contas públicas em janeiro de 2024. O resultado representa uma alta de 0,5% na comparação com o mesmo período em 2023, quando o saldo positivo foi de R$ 78,9 bilhões em valores correntes.

Quando se considera o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), porém, as contas do governo federal apresentaram queda de 3,8%. No mesmo período do ano passado, atingiram superavit de R$ 82,5 bilhões, em valores corrigidos pela inflação. Esse é o pior resultado desde janeiro de 2021, quando atingiu R$ 53,1 bilhões em termos reais.

O Tesouro Nacional divulgou o balanço nesta 4ª feira (28.fev.2024). Eis a íntegra(PDF – 648 kB) da apresentação.

O saldo primário é formado pela subtração de receitas contra despesas, sem contar com o pagamento dos juros da dívida.

 

RECEITAS

A receita total registrou crescimento de R$ 10 bilhões (3,7%) em relação a janeiro de 2023. Já a receita líquida –que corresponde à quantia que o governo tem depois de fazer as transferências aos entes da Federação subiu R$ 6,9 bilhões (3%) em termos reais.

De acordo com o Tesouro, a variação se dá, sobretudo, por estes fatores:

  • Imposto sobre a Renda – aumento de R$ 2,7 bilhões;
  • Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social) – alta de R$ 6,5 bilhões;
  • CSLL (Contribuição Social sobre o Lucro Líquido) – crescimento de R$ 2,6 bilhões;
  • arrecadação líquida para o Regime Geral da Previdência – alta de R$ 3,4 bilhões;
  • dividendos e participações – queda de R$ 6,6 bilhões.

DESPESAS

Os gastos também subiram R$ 10,1 bilhões (6,8%) descontando a inflação. Os valores se deram, especialmente, por estes pontos:

  • benefícios previdenciários – aumento de R$ 2,9 bilhões;
  • benefícios de prestação continuada – alta de R$ 1,2 bilhão;
  • complementação do Fundeb – crescimento de R$ 1,5 bilhão;
  • despesas do Poder Executivo sujeitas à programação – aumento de R$ 1,7 bilhão.

 

- Conhecido como inflação do aluguel, IGP-M cai 0,52% em fevereiro

O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), conhecido como “inflação do aluguel”, caiu 0,52% em fevereiro. Em 12 meses, o índice apresenta recuo de 3,76%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (28) pela Fundação Getulio Vargas (FGV).

O resultado de janeiro volta a deixar o IGP-M mensal no campo negativo, depois de cinco meses. A última deflação tinha sido em agosto de 2023, com -0,14%. Desde então, houve aceleração gradativa do indicador até alcançar 0,74% em dezembro. No mês de janeiro, o IGP-M marcou 0,07%.

Alimentos

Segundo o coordenador dos Índices de Preços da FGV, André Braz, mesmo com efeitos do fenômeno climático El Niño, que prejudicaram algumas safras brasileiras, o preço dos alimentos ajudou a deixar a inflação negativa. “Não se observa uma redução generalizada na produção agrícola nacional.”

Braz acrescentou que “a ampliação da oferta global de grãos promete atenuar as pressões inflacionárias sobre os preços dos alimentos no Brasil, proporcionando um alívio moderado à inflação”.

O pesquisador cita, especificamente, os mercados da soja (-14,18%) e do milho (-7,11%), que tiveram quedas acentuadas nos preços para os produtores, evidenciando as dinâmicas de oferta e demanda globais. Outra forte influência para segurar a inflação foi o óleo de soja, que recuou 13,97%.

O IGP-M é formado por três componentes. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que apura a inflação para o produtor, caiu 0,90%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede o custo de vida das famílias, subiu 0,53%. O Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) teve variação positiva de 0,20%.

O IGP-M é conhecido como inflação do aluguel, pois costuma ser usado para reajustar anualmente os contratos de moradia. O indicador também serve de indexador de contratos de empresas de serviço, como energia elétrica, telefonia, educação e planos de saúde.

 

Fonte: Poder360 - Agência Brasil - CNN