Economia

Ibovespa sobe 1,6% com apoio da Vale e IPCA-15 abaixo do esperado; dólar recua a R$ 4,93





No cenário local, investidores seguem à espera de dados da inflação nos EUA, que serão divulgados na quinta

O Ibovespa voltou a fechar acima dos 131 mil pontos e o dólar recuou quase 1% ante o real nesta terça-feira (27), com a recuperação de commodities e dados da prévia da inflação de fevereiro no Brasil menores do que o esperado.

O principal índice do mercado doméstico subiu 1,61%, aos 131.689 pontos, o melhor resultado desde meados de janeiro.

Após operar no campo negativo durante todo o dia, o dólar encerrou próximo das mínimas do dia, em baixa de 0,98%, negociado a R$ 4,933 na venda. O movimento segue em linha com a fraqueza da divisa norte-americana ante boa parte das demais moedas de exportadores de commodities no exterior.

Vale sustenta ganhos

A alta do mercado brasileiro foi sustentada principalmente pela recuperação da Vale (VALE3) — papel com maior peso no Ibovespa — que subiu 2,63% diante da recuperação do minério de ferro no mercado global.

A valorização da commodity reflete esperanças de recuperação da demanda chinesa e um possível imposto de exportação sobre o minério de ferro indiano de baixa qualidade.

As ações da BRF (BRFS3) também foram destaques na sessão, com alta de 8,14%, após a processadora de alimentos reportar lucro líquido de R$ 823 milhões no quarto trimestre de 2023, o primeiro após sete trimestres consecutivos de prejuízos. O resultado ficou bem acima das previsões de analistas de lucro líquido de 339,57 milhões para a BRF.

Já a ponta do Ibovespa foi puxada pelos papéis do Pão de Açúcar (PCAR3), com avanço acima de 12,57% após a sequência de quedas que fez as ações desvalorizarem 18% desde a divulgação do balanço na semana passada.

Na França, um tribunal de Paris aprovou o plano de recuperação do Casino, que é a principal acionista do GPA. As ações do varejista francês, que já sinalizou planos de se desfazer de sua participação na companhia brasileira, disparavam mais de 40%.

IPCA-15 surpreende para baixo

O bom humor do mercado brasileiro também é levado por dados do Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) em fevereiro, a “prévia da inflação”.

O indicador 0,78% em fevereiro, patamar menor do que o esperado por economistas.

No ano, o índice acumula alta de 1,09% e nos últimos 12 meses, de 4,49%, acima dos 4,47% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em fevereiro de 2023, o IPCA-15 foi de 0,76%.

Ainda na pauta de inflação, mercados em todo o mundo trabalhavam em modo de espera antes de publicação, na quinta-feira (29), do índice de preços PCE, o favorito do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) para medir a inflação.

Essa leitura virá depois que, recentemente, dados mostraram sinais de resiliência da atividade e da inflação na maior economia do mundo, levando os mercados a adiarem apostas sobre o início do afrouxamento monetário nos EUA.

 

Confira outras notícias

Banco Central adia divulgação do balanço de 2023 

Tradicionalmente divulgado em fevereiro, o balanço anual do Banco Central (BC) vai atrasar em um mês, informou nesta terça-feira (27) a instituição. Os números só serão aprovados e apresentados na reunião ordinária do Conselho Monetário Nacional (CMN) de março.

A reunião de fevereiro, prevista para esta quinta-feira (29), não ocorrerá. Segundo o BC, o cancelamento ocorreu por “falta de assuntos”. Nesta semana, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente do BC, Roberto Campos Neto, que compõem o CMN, participam da reunião de ministros das Finanças do G20, em São Paulo.

A legislação não estabelece uma data exata para a aprovação e divulgação do balanço do Banco Central. Até 2021, os números eram aprovados e apresentados semestralmente, nas reuniões ordinárias do CMN de fevereiro e de agosto. Com a lei que concedeu autonomia ao BC, o Conselho Monetário passou a divulgar o balanço apenas uma vez por ano, em fevereiro.

 

Fonte: CNN - Agência Brasil