Economia

Empresas têm até dia 29 para enviar comprovantes de rendimentos





Os empregadores têm até esta quinta-feira (29) para enviar aos seus funcionários os informes de rendimentos referentes a 2023. O prazo também vale para bancos e corretoras de valores, que devem disponibilizar o documento referente aos rendimentos de aplicações financeiras aos seus clientes.

Os comprovantes são necessários para o preenchimento da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2024. Este ano, o período de entrega - sem multa - vai de 15 de março a 31 de maio.

A disponibilização dos informes é obrigatória e pode ser feita pelos Correios ou de forma digital, por e-mail, internet ou intranet. No caso de servidores públicos federais, o informe de rendimentos pode ser obtido pelo site ou aplicativo SouGov.br (disponível para Google Play e App Store).

Os comprovantes fornecidos pelos empregadores devem conter os valores recebidos pelos trabalhadores no ano anterior e detalhar os valores descontados para a Previdência Social e o Imposto de Renda recolhido na fonte. Contribuições para previdência complementar da empresa e aportes para o plano de saúde coletivo também devem ser informados, caso existam.

Comprovantes

Planos de saúde individuais e fundos de pensão também são obrigados a fornecer os comprovantes, cujos dados serão usados para o contribuinte deduzir os valores cobrados no Imposto de Renda.

Caso o contribuinte não receba os informes no prazo, deve procurar o setor de recursos humanos da empresa ou o gerente da instituição financeira. Se o atraso persistir, a Receita Federal pode ser acionada. Em caso de erros ou de divergência de dados, é necessário pedir novo documento corrigido.

A Receita orienta os contribuintes a guardar os informes de rendimentos por, no mínimo, cinco anos, contados a partir de 1º de janeiro do ano seguinte ao do processamento da declaração. A regra também vale para os demais documentos que servem para comprovar as informações prestadas.

A declaração do IRPF é obrigatória para quem recebeu rendimentos tributáveis acima de dois salários mínimos em 2023.

 

Confira outras notícias

- Americanas tem prejuízo de R$ 4,6 bilhões entre janeiro e setembro de 2023, após escândalo fiscal

Empresa teve uma redução de 45,1% em sua receita líquida nos nove primeiros meses do ano passado, puxada sobretudo pela forte redução de 77,1% nas vendas realizadas pelos canais digitais, que foram impactadas pela desconfiança dos consumidores.

A Americanas registrou um prejuízo de R$ 4,61 bilhões entre janeiro e setembro de 2023, segundo balanço corporativo divulgado pela companhia nesta segunda-feira (26). Os números estavam suspensos desde o começo do ano passado, quando a empresa encontrou uma fraude bilionária em suas demonstrações financeiras. (relembre mais abaixo)

O prejuízo da empresa foi puxado por uma queda de 45,1% em sua receita líquida nos nove primeiros meses de 2023 em relação ao mesmo período de 2022. Nos três trimestres deste primeiro ano de crise — que levou a companhia a um processo de recuperação judicial, com uma dívida estimada em R$ 50 bilhões—, a receita da empresa foi de R$ 10,293 bilhões

A principal razão para essa baixa na receita foi a forte diminuição nas vendas realizadas pelos canais digitais da companhia: uma queda de 77,1% entre janeiro e setembro de 2023 em comparação com os mesmos meses de 2022.

Americanas teve prejuízo de R$ 12,9 bilhões em 2022, e de R$ 6,2 bilhões em 2021. Os números foram revisados após a empresa ter revelado “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões em seus balanços. Especificamente nos nove primeiros meses de 2022, o prejuízo foi de R$ 6 bilhões - ou seja, o resultado do período em 2023 mostra uma queda de 23,5% no prejuízo. 

A Americanas entrou com pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023, na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. O plano foi aceito pelos credores da companhia apenas em 19 de dezembro, com apoio de mais de 90% dos votantes.  

Canais digitais foram os mais impactados

Os canais digitais foram os que mais sofreram no ano passado, principalmente por conta da desconfiança de consumidores após as notícias sobre as fraudes financeiras e a recuperação judicial da empresa. 

"No digital, onde se concentram as vendas de tickets mais altos, houve um abalo de confiança. Os clientes tinham preocupação em relação às entregas dos produtos e os sellers (vendedores) ficaram temerosos de não receber os repasses pelas vendas realizadas", diz nota da Americanas. 

O volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) vendido nos canais digitais foi de R$ 4,8 bilhões entre janeiro e setembro, uma fatia de apenas 30% de todo o GMV da companhia, de R$ 16,1 bilhões. 

No mesmo período de 2022, o volume dos canais digitais foi de R$ 20,9 bilhões e representava 64% de todas as vendas da Americanas. 

Além da insegurança e desconfiança dos consumidores com os canais digitais, a própria empresa pontua que optou por modificar suas estratégias de negócios visando maior rentabilidade. 

A Americanas reduziu as vendas da categoria 1P (quando o varejista vende o seu produto para o marketplace e é a Americanas quem fica responsável por todo o processo de venda e entrega), migrando algumas categorias de produtos para a categoria 3P (quando é o varejista quem realiza os processos de venda e entrega). A estratégia, de acordo coma a companhia, prioriza as operações de maior rentabilidade e a redução de queima de caixa operacional. 

"Neste contexto, no 9M23 o 3P representou 65% do total das vendas comparado com 51% no 9M22, o que acreditamos que contribuirá para a rentabilidade da Companhia", diz a nota. 

Lojas físicas mais resilientes

Já o GMV das lojas físicas se manteve mais estável entre os períodos de 2022 e 2023, com uma queda de 4,4% de um ano para o outro. Nos nove primeiros meses do ano passado, o volume de vendas pelos meios físicos foi de R$ 9,3 bilhões, contra R$ 9,7 bilhões registrados nos mesmos meses de 2022.

No entanto, as lojas físicas passaram a representar quase 58% das vendas da Americanas. Esse número era de 29% no mesmo período de 2022. 

"A performance (das lojas físicas) melhorou à medida que as negociações com fornecedores evoluíram e o sortimento em loja foi sendo recomposto. Além disso, nesse período, também foi realizado trabalho de otimização do número de lojas, visando maior eficiência operacional", diz a companhia.

Também como parte das estratégias adotadas pela empresa para melhorar sua estrutura operacional e financeira, a Americanas diz que optou por desacelerar as vendas de algumas linhas de tecnologia, além de migrar a venda de determinadas categorias para a operação 3P no digital. 

A companhia destaca que, nas lojas físicas, a categoria que mais cresceu em volume de vendas foi a de bomboniere, seguida por biscoitos.

 

Fonte: g1 - Agência Brasil