O Ibovespa encerrou em queda e o dólar subiu nesta terça-feira (9), em linha com o movimento externo, enquanto investidores seguem à espera de dados da inflação no Brasil e nos Estados Unidos que serão publicados nesta semana.
O principal índice do mercado brasileiro cedeu 0,74%, aos 131.446 pontos. Na véspera, o pregão encerrou com alta de 0,31%, aos 132.426 pontos.
O movimento negativo foi reforçado pela queda das companhias com maior peso no mercado doméstico. Vale (VALE3) perdeu 1,27% na esteira da quarta sessão consecutiva de queda do minério de ferro. Já a Petrobras (PETR4) caiu 0,86%, a despeito da valorização do petróleo.
O cenário de cautela à espera de números da inflação deu força ao dólar ante o real, fechando com alta de 0,76%, negociado a R$ 4,906 na venda, em um dia marcado por nova alta dos rendimentos dos Treasuries, os títulos norte-americanos.
O principal foco dos mercados é um dado de inflação norte-americano agendado para quinta-feira (11). Caso venha dentro ou abaixo do esperado, a leitura pode revigorar o otimismo dos mercados globais, mas, no caso de qualquer cifra mais forte, devem cair ainda mais as apostas em um início iminente para o ciclo de afrouxamento de juros nos EUA.
Participantes reduziram apostas no corte dos juros pelo Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) em março, após sinais mistos de autoridades da instituição sobre o momento do afrouxamento.
O presidente do Federal Reserve de Atlanta, Raphael Bostic, por exemplo, disse na véspera que, com a inflação ainda acima da meta de 2% do banco central dos Estados Unidos, sua tendência é defender que a política monetária permaneça rígida.
Por outro lado, a diretora Michelle Bowman sinalizou vontade de apoiar eventuais cortes de juros à medida que a inflação diminui.
Também na quinta serão conhecidos os números da inflação em dezembro e do acumulado de 2023, de acordo com a leitura do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
A expectativa do mercado é que a inflação tenha encerrado o ano passado com alta de 4,47%, abaixo do teto da meta — que tem centro de 3,25%, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos.
Enquanto isso, investidores nacionais ficam de olho nesta terça-feira em reunião do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), com líderes do Congresso para discutir a medida provisória que estabeleceu a reoneração gradual da folha de pagamento.
Fonte: CNN