Cultura

O Papa: parem as armas, o terrorismo e a guerra não levam a nenhuma solução





Nas palavras de Francisco após o Angelus deste domingo, a sua dor pelo que está ocorrendo em Israel. A sua oração é pelas famílias das vítimas e por aqueles que vivem horas de terror e angústia. “Haja paz em Israel e na Palestina!”, o seu apelo, porque “toda guerra é uma derrota”. Dirigindo o seu pensamento a todos os países em conflito, recorda a “martirizada” Ucrânia “que todos os dias sofre tanto”.

“A guerra é uma derrota: toda guerra é uma derrota! Rezemos pela paz em Israel e na Palestina!”

Após a oração mariana deste primeiro domingo de outubro, o Papa Francisco expressou a sua apreensão e a dor com que acompanha o que está ocorrendo em Israel onde, afirma, “a violência explodiu ainda mais ferozmente, causando centenas de mortos e feridos”.

"Expresso a minha proximidade às famílias das vítimas, rezo por elas e por todos aqueles que vivem horas de terror e angústia. Por favor, parem com os ataques e as armas! e se compreenda que o terrorismo e a guerra não levam a nenhuma solução, mas apenas à morte e ao sofrimento de muitas pessoas inocentes".

Invoquemos a paz sobre os muitos países marcados por conflitos

Depois do Angelus, o Pontífice recorda também que este mês de outubro é dedicado, além das missões, à oração do Terço. Precisamente a Maria o Papa pede para nos dirigirmos a ela, sem parar:

"Não nos cansemos de invocar, por intercessão de Maria, o dom da paz sobre os numerosos países do mundo marcados por guerras e conflitos; e continuemos a recordar a querida Ucrânia, que todos os dias sofre tanto, tão martirizada".

O apelo do Patriarcado de Jerusalém à comunidade internacional

Numa nota publicada no site do Patriarcado Latino de Jerusalém lemos que a improvisa explosão de violência “é muito preocupante pela sua extensão e intensidade. A operação lançada a partir de Gaza e a reação do exército israelense estão a levar-nos de volta aos piores períodos da nossa história recente. As demasiadas vítimas e demasiadas tragédias que as famílias palestinas e israelenses têm de enfrentar criarão ainda mais ódio e divisão e destruirão cada vez mais qualquer perspectiva de estabilidade”. Daí o apelo à comunidade internacional, aos líderes religiosos da região e do mundo, para “fazerem todos os esforços para ajudar a acalmar a situação, restaurar a calma e trabalhar para garantir os direitos fundamentais das pessoas na região”. Acrescenta-se também que "as declarações unilaterais relativas ao status dos locais religiosos e dos locais de culto fazem vacilar o sentimento religioso e alimentam ainda mais o ódio e o extremismo. É, portanto, importante preservar o Status Quo em todos os Lugares Santos na Terra Santa e em Jerusalém em particular". A nota conclui: “o contínuo derramamento de sangue e as declarações de guerra lembram-nos mais uma vez da necessidade urgente de encontrar uma solução duradoura e abrangente para o conflito palestino-israelense nesta terra, que é chamada a ser uma terra de justiça, paz e reconciliação entre os povos. Pedimos a Deus que inspire os líderes mundiais na sua intervenção para a implementação da paz e da concórdia, para que Jerusalém seja uma casa de oração para todos os povos".

Depois do longo dia de ontem, 7 de Outubro, que encerrou as festividades judaicas de Sucot - quando, às primeiras luzes da madrugada, milhares de foguetes começaram a cair de Gaza sobre Israel, apanhados completamente de surpresa - os lançamentos de mísseis e os ataques terrestres continuam a se verificarem a partir da fronteira sul de Israel. Tel Aviv e Jerusalém foram atingidas. As vítimas israelenses seriam mais de 350, 1.400 os feridos. O Ministério da Saúde de Gaza relata 250 palestinos mortos e 1.700 feridos.

 

- Francisco: o cristão luta contra o demônio que quer destruir tudo

Por ocasião da festa de São Miguel Arcanjo, o Papa presidiu a Santa Missa para o Corpo da Gendarmaria do Vaticano. Comentando as leituras litúrgicas de domingo, o Santo Padre falou que a vida é como uma vinha. Devemos ser cuidadosos e cuidar a vida de cada um de nós, disse ele, para que não entrem brotos ruins.

O Papa Francisco presidiu na tarde deste sábado na Gruta de Lourdes, nos Jardins do Vaticano, a Missa para o Corpo da Gendarmaria do Vaticano, por ocasião da festa de seu padroeiro, São Miguel Arcanjo, que ocorre em 29 de setembro.

Quem não luta não é cristão

Em sua homilia, Francisco compara o trabalho dos gendarmes a um vinhedo no qual o inimigo, como diz a primeira leitura do Livro do Profeta Isaías (Is 5:1-7), de acordo com a liturgia do XXVII Domingo do Tempo Comum, entra de noite para arruinar e destruir o que está plantado ali. A vinha também é uma imagem da vida de todos, onde o bem e o mal lutam um contra o outro. Francisco afirma:

“O Senhor plantou todos nós como se fôssemos ramos de uma boa vinha, mas o inimigo sempre vem para nos arruinar. Essa é a luta de todos os dias: a sua, a minha e a de todos nós. Quem não luta não é cristão, quem não sofre as tentações não é cristão”.

Devemos cuidar da vinha de cada um de nós

Todos nós, continua o Papa, somos pecadores, mas queremos seguir em frente e, portanto, devemos lutar contra o demônio que quer entrar em nossas vidas. Lembrando que o arcanjo Miguel ajuda nessa batalha, ele exorta:

“Devemos ser vigilantes e cuidar da vinha: a vinha de cada um de vocês, a vinha de suas famílias, de seus filhos e a vinha, aqui, no Vaticano, para que não entrem brotos ruins”.

O diabo destrói para vencer

A passagem do Evangelho de Mateus (Mt 21,33-43) que apresenta a parábola dos agricultores que decidem tomar posse do que lhes foi confiado, nos diz que quando o diabo quer tomar posse de algo, ele o destrói. Uma guerra que quer destruir tudo é uma guerra suja, observa o Papa, e o demônio tenta vencer destruindo. Mas São Miguel", conclui ele, "nos ajuda a expulsá-lo".

- Papa Francisco: a ingratidão gera violência, um simples ‘obrigado’ pode trazer paz

Papa Francisco no Angelus deste domingo, 27º do Tempo Comum, comentando o Evangelho que narra sobre o proprietário de uma vinha: "uma parábola dramática, com um epílogo triste".

“A ingratidão gera violência, tira a nossa paz e nos faz sentir e falar gritando, sem paz, enquanto um simples ‘obrigado’ pode trazer paz!”. Foi o que disse o Papa Francisco no Angelus deste domingo, 27º do Tempo Comum, comentando o trecho do Evangelho que ele chamou de "uma parábola dramática, com um epílogo triste": o de um proprietário de uma vinha que a confia a agricultores, e esses, na época da colheita, quando o proprietário por primeiro envia seus servos e depois seu filho para recolher a colheita, maltrata-os e mata-os. "E de agricultores tornam-se assassinos", observa o Pontífice, segundo o qual "na raiz dos conflitos há sempre alguma ingratidão, e pensamentos gananciosos."

Segundo Francisco, “com esta parábola, Jesus recorda-nos o que acontece quando o homem se ilude pensando que pode se fazer por si mesmo e esquece a gratidão, esquece a realidade fundamental da vida: que o bem vem da graça de Deus, do seu dom gratuito."

"Quando esquecemos isto, a gratuidade de Deus – sublinhou Francisco -, acaba-se vivendo a própria condição e o próprio limite não mais com a alegria de se sentir amado e salvo, mas com a triste ilusão de não precisar nem de amor nem de salvação." "Sim, deixa de ser amado e se encontra prisioneiro da própria ganância, da necessidade de ter algo mais do que os outros, de querer ser mais do que os outros", acrescentou.

Para o Papa, “daqui provêm muitas insatisfações e recriminações, muitas incompreensões, muitas invejas; e levados pelo rancor, se pode cair no redemoinho da violência”. “Perguntemo-nos então – insistiu o Papa: tenho consciência de ter recebido como dom a vida e a fé, e de ser eu mesmo, um dom de Deus? Eu acredito que tudo começa com graça do Senhor? Entendo que sou um beneficiário sem mérito, amado e salvo gratuitamente? E sobretudo, em resposta à graça, sei dizer 'obrigado'?"

E o Papa Francisco enfatizou em seguida: “As três palavras que são o segredo da convivência humana: obrigado, permissão, perdão. Eu sei como dizer essas três palavras? Obrigado, permissão, perdão, desculpe. Eu sei como pronunciar essas três palavras? É uma palavra pequena, “obrigado” – é uma palavra pequena, “permissão”, é uma palavra pequena para pedir desculpas, “perdão” – esperada todos os dias por Deus e pelos irmãos. Perguntemo-nos se estas pequenas palavras “obrigado”, “permissão”, “perdão, desculpe” estão presentes em nossas vidas”.

Fonte: Vatican News