Economia

Bolsa e dólar fecham estáveis, à espera de regra fiscal e com alívio no exterior





Internamente, o foco de investidores segue nas incertezas domésticas, depois que o presidente Lula adiou a apresentação do nova regra fiscal do país.

Depois de cair 1% e marcar a pior pontuação em oito meses na véspera, o Ibovespa encerrou esta terça-feira (21) praticamente estável, com alta de 0,07%, aos 100.998,13 pontos, acompanhando melhora no humor internacional, mas com o foco de investidores ainda nas incertezas domésticas, depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou a apresentação do novo arcabouço fiscal do país.

O dólar também ficou praticamente estável e subiu 0,05%, cotado a R$ 5,246 na venda.

Os mercados externos operaram com algum alívio nesta sessão após o resgate do Credit Suisse pelo banco rival UBS, enquanto investidores aguardam, também, a conclusão das reuniões de política monetária do Federal Reserve e do Banco Central do Brasil.

Os olhos estão voltados para o primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, que deve definir o patamar da taxa Selic. A expectativa é que os juros sejam mantidos em 13,75% ao ano, embora haja uma pressão crescente para que a autoridade inicie o movimento de redução do aperto.

A reunião começa sem novidades sobre a nova regra fiscal do país. Uma apuração do analista da CNN, Caio Junqueira, dá conta de que, no encontro com Arthur Lira e Rodrigo Pacheco, presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, respectivamente, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a necessidade de uma ferramenta para corte de gastos públicos — algo que desagrada a ala política do governo.

Já no cenário externo, a crise do Credit Suisse segue no radar, embora a compra pelo rival UBS tenha contido parte das preocupações dos investidores, que temem um efeito cascata no setor bancário global. Esse respiro aliviado vem da percepção de que as autoridades europeias e norte-americanas conseguiram segurar o tranco, mas o receio de contágio ainda não foi totalmente descartado.

Nos Estados Unidos, a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) levanta apostas sobre qual será o novo patamar da taxa de juros por lá. Uma ferramenta do CME Watch aponta que a probabilidade de uma nova alta de 0,25 p.p. é de mais de 85% — consolidando, então, a ideia de que o Fed deverá manter o foco no combate à inflação e fará uso da comunicação para ancorar percepções de vigília sobre a crise bancária.

Na véspera, a moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 5,242 na venda, em baixa de 0,54%. O Ibovespa recuou 1,04%, aos 100.922 pontos, menor pontuação desde 26 de julho de 2022 (99.772 pontos).

O Banco Central fará neste pregão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de maio de 2023.

Fonte: CNN - Reuters.