Economia

Bolsa volta aos 100 mil pontos e tem menor nível em 8 meses; dólar cai a R$ 5,24





Expectativa por nova regra fiscal pesa no cenário global, enquanto compra do Credit Suisse pelo UBS e socorro de bancos centrais no fim de semana dita mercado global 

O Ibovespa fechou em queda de 1,04% e voltou aos 100 mil pontos nesta segunda-feira (20), com investidores de olho no cenário externo após oanúncio de compra do Credit Suisse pelo rival UBS por 3 bilhões de francos (US$ 3,2 bilhões) no fim de semana.

O principal índice acionário da bolsa brasileira encerrou o dia aos 100.922 pontos, menor pontuação desde 26 de julho de 2022 (99.772 pontos).

No cenário doméstico, pesam os receios sobre a nova regra fiscal para o país, a ser apresentada em breve pelo governo – o que fez a bolsa paulista descolar de pregões no exterior, onde prevaleceu o alívio após a aquisição do Credit Suisse e de uma ação coordenada de bancos centrais.

O dólar caiu 0,54%, cotado a R$ 5,243 na venda.

Junto com o acordo de venda do Credit Suisse, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) e outros cinco grandes bancos centrais anunciaram, no domingo, uma ação coordenada para garantir a liquidez do sistema financeiro global.

Agora, a ordem do dia é seguir em compasso de espera pelos desdobramentos do acordo fechado pelo UBS no setor bancário.

Fica no radar o resultado da reunião do Fed na “Super Quarta” desta semana, que guarda também a decisão do BC daqui.

A leitura do momento é que a compra do Credit Suisse pelo UBS, e as promessas de liquidez dos BCs, não garantem totalmente a contenção de uma crise maior no sistema global.

No cenário doméstico, as atenções também se voltam para a definição da nova regra fiscal do governo. A proposta foi apresentada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na sexta-feira.

Declarações de Lula voltando a destacar que investimentos e avanços sociais não podem ser colocados como gastos e a defender o uso de bancos públicos para a oferta de crédito e o financiamento do desenvolvimento do país causaram incômodo na sessão desta segunda-feira.

Tudo indica que o debate vai esquentar politicamente antes de ser apresentado. A força política do PT segue relevante, e o partido não quer restrições aos gastos tão cedo. As lideranças petistas convocaram manifestações contra o Banco Central nesta semana de decisão do Copom.

Pelo tom adotado pela presidente do partido, Gleisi Hoffman, a política fiscal pretendida pelo ministro Fernando Haddad (PT) já foi eleita como o próximo alvo dos ataques.

Na sexta-feira, o dólar fechou o dia cotado a R$ 5,271 na venda, em alta de 0,63%. O Ibovespa, por sua vez, em queda de 1,4%, aos 101.981,53 pontos.

Fonte: CNN