Economia

Ibovespa fecha semana com perdas de 1,39%; dólar avança 1,22%





Expectativa pela proposta de nova regra fiscal no Brasil e crise bancária no exterior impactaram o mercado nas sessões desta semana

O Ibovespa fechou em queda de 1,4% nesta sexta-feira (17), aos 101.981,53 pontos, com os olhos do mercado voltados à divulgação da nova regra o fiscale contaminado pelo viés negativo no exterior, em meio a preocupações persistentes com o sistema bancário na Europa e Estados Unidos.

No Brasil, notícias corporativas também fizeram preço, com Eztec entre as maiores baixas (10,73%) após resultado trimestral, enquanto 3R Petroleum saltou 16,73%  conforme a Petrobras ratificou continuidade do processo de transição do Polo Potiguar.

Na semana, o principal índice da B3 acumula perdas de 1,39%

Já o dólar terminou o dia em alta de 0,63%, cotado a R$ 5,271 na venda. Além d expectativa pela divulgação da proposta da nova regra fiscal, investidores também continuaram a buscar segurança em meio a temores sobre uma crise bancária global.

A moeda norte-americana encerrou a semana com valorização de 1,22%.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se reunião, nesta sexta-feira (17), com o ministro Fernando Haddad e sua equipe econômica para discutir a proposta do Ministério da Fazenda para dar credibilidade à política fiscal do novo governo.

A fórmula está guardada sob forte blindagem, mas a essência do modelo vem sendo antecipada a conta gotas pelos ministros Fernando Haddad (PT) e Simone Tebet (MDB) em entrevistas à imprensa. Tudo indica que o novo arcabouço fiscal prevê algum gatilho para segurar as despesas — coisa que o presidente Lula não gostaria de ter no seu governo, como ele mesmo diz e repete.

Em paralelo, a disputa pelo protagonismo na condução do substituto do teto de gastos já começou antes mesmo da apresentação pública da proposta. O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), disse ao analista da CNN, Caio Junqueira, que seu partido quer a relatoria do projeto. As articulações apontam que o escolhido pode ter um perfil não alinhado ao Palácio do Planato e à equipe econômica.

Por aqui, entra no radar os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgados há pouco pelo IBGE. A taxa média de desemprego no Brasil ficou em 8,4% no trimestre encerrado em janeiro, mostrando estabilidade em comparação com período imediatamente anterior.

Os investidores também seguem de olho nas movimentações do mercado internacional. Por lá, as bolsas operam com viés de alta, impulsionadas pelos empréstimos bilionários que resolvem — ao menos por enquanto — a crise de liquidez dos bancos Credit Suisse e First Republican Bank, que entrou na berlinda após o colapso de instituições do Vale do Silício.

Ao que tudo indica, porém, a empolgação pode durar pouco e não ter força para segurar os índices no positivo. O medo dos efeitos de uma nova crise no sistema financeiro aumenta a incerteza, e o mercado doméstico pode não passar incólume.

Na véspera, o dólar fechou o dia cotado a R$ 5,238 na venda, em baixa de 1,05%. Já o Ibovespa encerrou o pregão em leve alta de 0,74%, aos 103.343,66 pontos.

O Banco Central fez neste pregão leilão de até 16 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de maio de 2023.

Fonte: CNN - Reuters.