Economia

Mercado financeiro eleva projeção da inflação de 5,48% para 5,74%





A previsão para o PIB ficou em 0,8% em 2023

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerada a inflação oficial do país, subiu de 5,48% para 5,74% para este ano.

A estimativa consta do Boletim Focus de hoje (30), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC), em Brasília, com a expectativa de instituições financeiras para os principais indicadores econômicos.

Para 2024, a projeção da inflação ficou em 3,9%. Para 2025 e 2026, as estimativas são de inflação em 3,5%, para ambos os anos.

A previsão para 2023 está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para este ano, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 1,75% e o superior de 4,75%.

Da mesma forma, a projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, que é de 3%, também com os intervalos de tolerância de 1,5 ponto percentual.

Em carta ao Ministério da Fazenda, o Banco Central explicou que a inflação só ficará dentro da meta a partir de 2024, quando deverá se situar em 3%, e em 2025 (2,8%). Para esses dois anos, o CMN estabelece uma meta de 3% para o IPCA.

Em janeiro, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15), que é a prévia da inflação, teve aumento de 0,55%, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em 2022, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, fechou com uma taxa de 5,79% acumulada no ano. A meta estava em 3,5%, com a mesma margem de tolerância, e podia variar entre 2% e 5%.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, definida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa está no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava nesse patamar.

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 12,5% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é de que a taxa básica caia para 9,5% ao ano. Já para 2025 e 2026, a previsão é de Selic em 8,5%, ao final dos dois anos.

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. Além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas.

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é de que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica.

PIB e câmbio

A projeção das instituições financeiras para o crescimento da economia brasileira neste ano variou de 0,79% para 0,8%. Para 2024, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB) - a soma de todos os bens e serviços produzidos no país - é de crescimento de 1,5%.

Para 2025 e 2026, o mercado financeiro estima expansão do PIB em 1,89% e 2%, respectivamente.

A expectativa para a cotação do dólar está em R$ 5,25 para o final de 2023. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,30.

 

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O endividamento do país recuou 4,8 pontos percentuais no ano passado; em valores, chegou a R$ 7,2 trilhões

A DBGG (Dívida Bruta do Governo Geral) – que compreende governo federal, INSS e governos estaduais e municipais– caiu para 73,5% do PIB (Produto Interno Bruto). Segundo a série histórica do BC (Banco Central), é o menor percentual registrado desde julho de 2017, quando alcançou 73,2%.

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O Banco Central justifica o resultado em razão do crescimento do PIB nominal, pelos resgates líquidos de dívida e pela incorporação de juros nominais. A redução foi de 4,8 pontos percentuais na comparação com 2021, quando a dívida bruta em relação ao PIB era de 78,3%.

Em termos percentuais, o resultado também é menor do que no início do governo de Jair Bolsonaro (PL), quando a dívida pública chegou a 75,3%.

Em valores, a dívida pública subiu de R$ 6,97 trilhões em 2021 para R$ 7,22 trilhões em 2022. Eis a trajetória abaixo:

A dívida líquida do governo geral, por sua vez, encerrou 2022 em 57,9% (R$ 5,7 trilhões). Com isso, caiu 2,3 pontos percentuais em relação a 2021.

 
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O setor público consolidado –formado por governo federal, Estados, municípios e estatais– registrou superavit de R$ 126 bilhões em 2022. O resultado supera o obtido no ano anterior, quando foi de R$ 64,7 bilhões. Este também é o melhor saldo desde 2011 (R$ 128,7 bilhões).

Os dados foram divulgados nesta 2ª feira (30.jan.2023) pelo BC (Banco Central). Eis a íntegra do relatório (310 KB).

O resultado primário é formado pela subtração de receitas contra despesas, sem contar com as despesas com juros da dívida. Eis a trajetória ano a ano abaixo:

Em 2022, o resultado primário representa 1,28% do PIB (Produto Interno Bruto). Segundo o BC, o saldo positivo do governo federal foi de R$ 54,9 bilhões, enquanto os governos regionais (Estados e municípios) tiveram superavit de R$ 64,9 bilhões.

As empresas estatais, por sua vez, registraram resultado positivo de R$ 6,1 bilhões.

JUROS DAS DÍVIDAS

Quando se considera o pagamento dos juros das dívidas, o setor público consolidado teve deficit de R$ 460,4 bilhões em 2022. O valor representa 4,68% do PIB. No ano anterior, foi de R$383,7 bilhões (4,31% do PIB).

 

Fonte: Poder360 - Agência Brasil