Economia

IGP-10 sobe 0,05% em janeiro de 2023, diz FGV





Em 12 meses, o indicador acumula alta de 4,27%

O Índice Geral de Preços-10 (IGP-10) subiu 0,05% em janeiro, variação menor que no mês anterior, quando registrou alta de 0,36%. Em 12 meses, o indicador acumula alta de 4,27%. Em janeiro de 2022, o índice avançou 1,79%, mês em que acumulava elevação de 17,82% em 12 meses. O resultado foi divulgado hoje (17) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Para o coordenador dos Índices de Preços, André Braz, apesar de preços de importantes commodities ao produtor estarem em elevação, como são os casos do minério de ferro (11,92%), bovinos (2,40%), do café (5,23%) e feijão (10,30%), a queda registrada nos preços dos combustíveis, especialmente gasolina (-5,31%) e Diesel (-7,15%), contribuíram para a contenção do avanço da taxa do índice ao produtor, que registrou queda de 0,06% nesta edição.

“Este resultado favoreceu a desaceleração da taxa em 12 meses do IGP-10, a qual está em 4,27%, sendo o menor resultado para o IGP-10 desde novembro de 2019, quando acumulava alta de 3,33%”, observou.

 Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA)

Já o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que calcula a inflação no segmento, apresentou queda de 0,06% também em janeiro, o que significa movimento contrário em relação ao mês anterior. Naquele mês, o índice registrou alta de 0,31%. Na análise por estágios de processamento, os preços dos Bens Finais saíram do avanço de 0,30% em dezembro para recuo de 0,59% em janeiro. De acordo com o Ibre, o subgrupo alimentos processados, cuja taxa passou de 0,52% para -1,03%, foi a principal contribuição para o resultado. O índice relativo a Bens Finais (ex), que exclui os subgrupos alimentos in natura e combustíveis para o consumo, foi outro que mudou de rumo. Em janeiro caiu 0,33%, enquanto no mês anterior registrou aumento de 0,35%.

No grupo Bens Intermediários a queda se acentuou, saiu de -0,40% em dezembro para -1,33% em janeiro. “A principal contribuição para este movimento partiu do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, cuja taxa passou de -0,56% para -6,66%. O índice de Bens Intermediários (ex), obtido após a exclusão do subgrupo combustíveis e lubrificantes para a produção, caiu 0,18% em janeiro, após queda de 0,36% no mês anterior”, informou o Ibre.

A variação do grupo Matérias-Primas Brutas subiu de 1,12% em dezembro para 1,87% em janeiro. As principais influências para o avanço foram o café em grão, que registrou queda de 8,37% para alta de 5,23%; o minério de ferro passou de 12,08% para 11,92% e bovinos com recuo de 0,31% passou para avanço de 2,40%. No sentido oposto, os movimentos mais relevantes foram na soja em grão (-0,14% para -1,13%), na laranja (0,66% para -8,59%) e nas aves (-1,14% para -3,41%).

Índice de Preços ao Consumidor (IPC)

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), que mede o varejo, subiu 0,47% em janeiro, um pouco menos do que em dezembro, quando teve alta de 0,58%. Entre as oito classes de despesa componentes do índice, quatro recuaram: transportes (0,85% para 0,06%), alimentação (1,12% para 0,67%), habitação (0,46% para 0,12%) e despesas diversas (0,49% para 0,10%). “As principais contribuições para este movimento partiram dos seguintes itens: gasolina (1,82% para -0,71%), hortaliças e legumes (11,79% para 4,04%), tarifa de eletricidade residencial (1,58% para -0,53%) e serviços bancários (0,76% para 0,00%)”, completou o Ibre.

O resultado de janeiro apontou ainda que os grupos educação, leitura e recreação (-0,45% para 1,13%), comunicação (0,11% para 0,73%), vestuário (0,35% para 0,87%) e saúde e cuidados pessoais (0,58% para 0,69%) tiveram elevação nas suas taxas de variação. Conforme o índice, as maiores influências, partiram dos cursos formais (0,00% para 2,49%), da tarifa de telefone móvel (-0,10% para 0,92%), dos acessórios do vestuário (-1,13% para 1,51%) e dos artigos de higiene e cuidado pessoal (0,51% para 0,71%).

Índice Nacional de Custo da Construção (INCC)

Também em janeiro, o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,14%, enquanto no mês anterior ficou em 0,36%. Os três grupos componentes do indicador apresentaram variações na passagem de dezembro para janeiro. Materiais e equipamentos saiu de 0,27% para queda de 0,14%; serviços subiu de 0,35% para 0,44% e mão de obra caiu de 0,44% para 0,34%.

O IGP-10 é resultado da análise dos preços coletados entre os dias 11 do mês de dezembro de 2022 e 10 do mês de janeiro de 2023. 

 

Confira outras noticias

- Produção de motocicletas aumenta 18,2% em 2022, diz Abraciclo

Em dezembro foram fabricadas 85.117 unidades

A produção de motocicletas do Polo Industrial de Manaus – PIM chegou a 1.413.222 unidades no ano de 2022, sendo 18,2% superior ao registrado no ano anterior (1.195.149 motocicletas). Em dezembro foram fabricadas 85.117 motocicletas, 11,5% a mais do que o mesmo mês do ano passado (76.359 unidades) e 34,1% menor em relação a novembro (129.216 motocicletas). Os dados foram divulgados hoje (17) pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares (Abraciclo).

Na avaliação do presidente da Abraciclo, Marcos Fermanian, esses números comprovam a retomada de crescimento do segmento após enfrentar um primeiro bimestre desafiador devido à pandemia da covid-19 que voltou a atingir a cidade de Manaus. “Depois disso, o ritmo de produção cresceu mês a mês para atender ao consumidor que passou a utilizar a motocicleta como instrumento de trabalho, evitar a aglomeração no transporte público ou ter maior agilidade e mobilidade nos centros urbanos”.

A retração de dezembro era esperada devido às férias coletivas que já estavam programadas. “Nesse período, as fábricas aproveitam para realizar serviços de manutenção e instalar novos equipamentos nos centros de produção”, disse Fermanian.

De acordo com o levantamento mensal, no ano passado foram vendidas 1.361.941 unidades, o que representa alta de 17,7% na comparação com o ano de 2021 (1.156.776 unidades). Em relação ao mesmo mês do ano passado, houve alta de 17,7% (132.204 motocicletas) ante as 112.363 comercializadas e 7,3% superior às 123.214 unidades emplacadas em novembro.

Com 22 dias úteis, a média de emplacamentos em dezembro foi de 6.009 unidades/dia. Na comparação com o mesmo mês de 2021, que teve um dia útil a mais, houve alta de 23% (4.885 unidades por dia). Já em relação a novembro, com dois dias úteis a menos, foi registrado recuo de 2,5% (6.161 motocicletas por dia).

As exportações totalizaram 55.338 unidades em 2022, o que corresponde a uma elevação de 3,5% na comparação com o ano anterior (53.476 motocicletas). A projeção revisada era embarcar 59.000 unidades para o exterior. De acordo com levantamento do portal de estatísticas de comércio exterior Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, a Colômbia foi o principal destino, com 15.686 unidades e representando 27,6% do volume exportado. Em segundo lugar, ficou a Argentina (13.538 motocicletas com 23,8% das exportações), seguida pelos Estados Unidos (12.211 unidades e 21,5%).

Em dezembro, foram exportadas 3.926 motocicletas, volume 19,6% maior em relação ao mesmo mês de 2021 (3.283 unidades) e 6,3% superior ao embarcado em novembro (3.695 motocicletas). Segundo dados Comex Stat, que registra os embarques totais de cada mês, analisados pela Abraciclo, o principal destino foi a Argentina que recebeu 1.440 unidades, o que corresponde a 25,8% do total exportado. Em segundo lugar, ficaram os Estados Unidos (1.238 motocicletas e 22,2% das exportações), seguidos pela Austrália (1.160 unidades e 20,8%).

Projeções para 2023

A Abraciclo estima que as unidades instaladas no PIM deverão produzir 1.550.000 motocicletas em 2023. O volume representa alta de 9,7% na comparação com as 1.413.222 unidades que saíram das linhas de montagem em 2022.

No varejo, a perspectiva é que sejam emplacadas 1.490.000 motocicletas, o que corresponde a alta de 9,4% em relação a 2022 (1.361.941 unidades). As exportações deverão alcançar 59.000 unidades, aumento de 6,7% sobre o volume registrado no ano passado (55.338 motocicletas).

“Após três anos de pandemia, estamos aumentando a produção para atender ao crescimento da demanda do mercado, que retoma gradativamente aos volumes anteriores. Por outro lado, estamos atentos a possíveis incertezas econômicas, consequência da elevação dos custos globais de produção, da definição da política do novo governo, do andamento das reformas política e administrativa, do fator Custo Brasil, entre outros”, analisou Fermanian.

 

- Valor da Produção Agropecuária fecha 2022 em R$ 1,189 trilhão

Estimativa para 2023 é um índice 6,3% maior

O Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP) fechou 2022 em R$ 1,189 trilhão. De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o valor é o segundo maior da série histórica, iniciada há 34 anos. O faturamento das lavouras foi R$ 814,77 bilhões e o da pecuária de R$ 374,27 bilhões.

Em nota técnica publicada ontem (16), a pasta destaca que o VBP de 2022 foi marcado por resultados positivos para diversos produtos, crescimento das exportações do agronegócio e dos preços agrícolas. Por outro lado, o fator que mais prejudicou o desempenho do setor foi a seca, especialmente na Região Sul e parte do Centro-Oeste, “que resultou em prejuízos aos agricultores causados por perdas de produção de soja, milho e feijão”.

“Também a pecuária foi afetada devido às perdas de suprimento, fornecido por produtos como milho, soja e outros”, diz o documento.

Os produtos que mais se destacaram no ano passado foram algodão, café, milho, trigo e leite. “Esses cinco produtos atingiram, nesse ano, o maior valor do VBP em todo o período histórico. Preços e quantidades produzidas foram os principais fatores que promoveram esses produtos”, explicou o Mapa.

O VBP mostra a evolução do desempenho das lavouras e da pecuária no decorrer do ano, correspondente ao faturamento dentro do estabelecimento. É calculado com base na produção agrícola e pecuária e nos preços recebidos pelos produtores nas principais cidades do país dos 26 maiores produtos agropecuários nacionais.

O valor real da produção é obtido, descontada da inflação, pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI), da Fundação Getúlio Vargas (FGV). A periodicidade é mensal com atualização e divulgação até o dia 15 de cada mês.

Estimativa para 2023

Para 2023, o VBP estimado é 6,3% maior que o de 2022, podendo chegar a R$ 1,263 trilhão. As lavouras devem ter um aumento real de 8,3% e a pecuária de 1,9%. “Apesar das expectativas serem boas, há riscos climáticos que podem novamente afetar a Região Sul do país. No Rio Grande do Sul e Santa Catarina secas afetaram em dezembro plantações de soja e milho em algumas regiões”, diz o Mapa.

Até o momento, os pontos mais relevantes deste ano são de recuperação do VBP da soja que deve atingir R$ 406,4 bilhões. Em segundo lugar, conforme a pasta, observa-se um melhor desempenho para a pecuária, pois os preços situam-se em melhor nível do que em 2022. “Isso pode fazer com que a pecuária traga este ano uma boa contribuição para a formação da renda da agropecuária”, explicou.

Os cinco primeiros produtos de destaque no VBP de 2023 são soja, milho, cana, café e algodão, que representam 83,7% do VBP das lavouras. Já café, algodão e trigo devem ter um desempenho menos favorável.

 

- Conab diz que frutas registram queda de preços

No entanto, houve alta na cotação do tomate e da batata

Balanço divulgado hoje (17), em Brasília, pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revela queda de preços - no atacado - de produtos hortifruti como banana, laranja, mamão e melancia, em função da maior oferta e de menor demanda por parte de consumidores.

O 1º Boletim do Programa Brasileiro de Modernização do Mercado Hortigranjeiro (Prohort), no entanto, identificou alta, nas Centrais de Abastecimento (Ceasas), das cotações de batata e tomate, em parte pela transição de safras. O documento de janeiro apresenta cotações observadas em dezembro de 2022.

Para a Conab, a queda no preço da banana foi influenciada principalmente pela maior oferta da banana nanica, favorecida pelas chuvas e temperaturas de novembro em suas principais regiões produtoras, resultando no enchimento nos cachos e nas vendas ocorridas em dezembro e janeiro.

“No caso da banana prata, tivemos uma oferta controlada, mas com alta de preço para a banana prata. Houve ligeiro aumento da oferta e queda de preços para a banana nanica”, detalhou o gerente substituto de produtos hortifrutigranjeiros, Ênio Souza.

Mamão e laranja

O mamão também teve oferta controlada, no caso do papaia, enquanto o formosa acusou pequeno aumento de produção em regiões da Bahia, Rio Grande do  Norte e Ceará.

“As exportações [de mamão] em 2022 caíram principalmente por causa da baixa oferta nacional, decorrente de problemas nos anos anteriores, que resultaram em redução da área plantada”, argumentou Souza.

O preço da laranja apresentou tendência de queda de consumo – e consequentemente de preço – na maioria das centrais analisadas pela Conab. Segundo a companhia, essa queda se deve ao fato de dezembro ter sido um mês atípico - com Copa do Mundo, no início, e a concorrência com as frutas do natal, no fim do mês, como ameixa e pêssego.

“As cotações de laranja apresentaram poucas oscilações, oferta controlada no varejo, devido à boa absorção da fruta pela indústria produtora de suco. Então, temos boas perspectivas para a indústria de suco para exportação e perspectiva de crescimento no mercado europeu, além de conquista de mais espaço no mercado norte-americano e da manutenção do preço do suco em patamares elevados”, disse o gerente da Conab.

Melancia e maçã

As particularidades de dezembro influenciaram também o preço da melancia e da maça. No caso da melancia, esse fator foi potencializado pelo clima mais chuvoso, que resultou em um “menor fluxo de comercialização, impactando negativamente nas cotações”. A redução de preço foi determinada também pela maior oferta desse produto, em especial em São Paulo.

De acordo com a Conab, entre as frutas analisadas no documento, apenas a maçã teve alta nos preços em dezembro, com os estoques nas companhias classificadoras estando baixos, o que pressiona as cotações.

“Para a maçã, esses estoques baixos eram destaque no final de 2022, e os preços continuam elevados. Só não dispararam devido à rejeição dos consumidores em relação aos preços que já estavam em ascensão. Tem também a questão da concorrência com as frutas natalinas em dezembro”, acrescentou Ênio Souza.

Batata, tomate e alface

O levantamento da Conab identificou que, se por um lado a maioria das frutas teve redução de preços em dezembro, ao mesmo tempo batata e tomate ficaram mais caros.

“Em Rio Branco, a alta na cotação do tubérculo chegou a 61,4%. Esse aumento é explicado pela finalização da safra de inverno e entrada, ainda insuficiente para atender a demanda, da safra das águas”, explicou a Conab.

Situação similar foi observada com o tomate, onde ocorre a transição da safra de inverno para o verão. “A alta da média ponderada de preço em dezembro foi de 18,37% em relação à média de novembro. Os níveis atuais de disponibilidade do fruto nos mercados não sustentam os preços, pressionando-os para cima”, justificou.

No caso da batata, os preços estão em alta “na maioria dos mercados”, com o preço médio ponderado subindo 5,71% em relação a novembro. As maiores altas ocorreram nas Ceasas de Rio Branco, no Acre, (61,40%) e do Rio de Janeiro (20,38%).

“A alta não foi unânime, sendo que em São Paulo a cotação ficou 5,75% abaixo de novembro. Pelo lado da oferta, ocorreu a intensificação da safra das águas, sobretudo no Paraná, elevando as entradas nas Ceasas”, constatou a pesquisa.

Foi também verificado aumento no preço da alface, cuja cotação foi influenciada pelas condições climáticas das regiões produtoras. “Além disso, com as temperaturas mais elevadas no verão, a demanda pelas folhosas tende a aumentar, mantendo os preços em alta”.

Já cebola e cenoura apresentaram tendência de queda nos valores. “Na Ceasa de Curitiba, o preço do bulbo caiu 24,86%. Fato a se ressaltar é o aumento significativo da oferta da Região Sul em dezembro”, detalhou a Conab.

“Na comparação entre dezembro de 2022 com o mesmo período de 2021, a oferta sulista subiu mais de 400%. Mesmo com a queda registrada no mês passado, dado o longo período de alta, os preços continuam em níveis elevados”, acrescentou.

A cenoura registrou queda de 4,81% no preço médio ponderado, na comparação com a média de novembro. No âmbito nacional, a oferta teve alta de 12%, pressionando para mais uma queda nas cotações.

Frutas exportadas

O boletim da Conab também verificou que, em 2022, o acumulado de exportações de frutas foi menor em relação a 2021 tanto em volume quanto em receita.

As frutas enviadas ao exterior somam 1,04 milhão de toneladas, “queda de 15,9%, enquanto que o faturamento ficou em torno de US$ 1,08 bilhão, 11,6% abaixo daquilo que foi computado em 2021. O menor ritmo nas vendas ao mercado externo é explicado tanto pelo aumento nos custos de produção como pelos problemas climáticos em importantes áreas de cultivo que prejudicaram a produção das frutas no país”, finalizou o boletim da Conab.

Fonte: Agência Brasil