Os Estados Unidos declararam nesta 5ª feira (4.ago.2022) que a varíola dos macacos é uma emergência de saúde pública.
O anúncio foi feito por Xavier Barcera, Secretário de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, em um pronunciamento a jornalistas.
“Estamos preparados para levar nossa resposta ao próximo nível no combate a esse vírus. Pedimos a todos os americanos que levem a varíola a sério”, afirmou.
Os Estados Unidos registraram um total de 6,617 casos de varíola dos macacos até esta 5ª feira (4.ago) e os Estados de Nova York e Califórnia lideram o número de infectados. Enquanto os Estados de Wyoming e Montana ainda não contabilizaram casos da doença. Nova York declarou emergência no Estado no dia 30 de julho e a Califórnia na última 3ª feira (2.ago).
Também na 3ª, o presidente norte-americano Joe Biden nomeou Robert Fenton, da Fema (Agência Federal de Gerenciamento de Emergências dos EUA) como coordenador nacional de resposta à varíola dos macacos no país. Ele é responsável pelo combate à disseminação do vírus em escala federal e por aconselhar Biden a respeito do assunto.
Em 23 de julho, a OMS (Organização Mundial da Saúde) decretou emergência global por conta da varíola dos macacos. Este é o nível mais alto de alerta da organização. Mundialmente já são mais de 26 mil casos registrados em 87 países.
Os EUA são o país com o maior número de casos, representando cerca de 23% das infecções. O país não tem histórico de manifestar periodicamente casos da varíola dos macacos, como é o caso da Nigéria e de Gana, ambos países africanos onde a doença é considerada endêmica.
- Varíola dos macacos: entenda o que muda após EUA declararem emergência
Com mais de 6.600 casos de varíola dos macacos registrados nos Estados Unidos, as autoridades de saúde e o governo do presidente Joe Bidendeclararam hoje que a doença é uma emergência de saúde pública no país. Desde 23 de julho, a OMS (Organização Mundial de Saúde) enfrenta a monkeypox como uma emergência de saúde pública e de preocupação internacional. Entenda o que acontece a seguir e o que muda com o anúncio.
O estado de emergência garante recursos financeiros, compras de mais vacinas contra a doença, contratação de mais funcionários de saúde e melhor atendimento aos infectados. Isso também permite que sejam "puladas" algumas etapas de burocracia para facilitar a aquisição de imunizantes e outros eventuais insumos para enfrentar a varíola dos macacos. Além disso, é um de alerta à população sobre o estado da infecção em solo norte-americano.Varíola dos macacos: São Paulo tem 2 grávidas e 5 crianças infectadas
Antes da declaração nacional, estados e cidades norte-americanas já haviam decretado a emergência, incluindo Nova York, Califórnia, Illinois e São Francisco.
Entidades criticaram lentidão de Biden, que demorou mais de três semanas desde o primeiro caso da doença para decretar emergência.
A mídia norte-americana, como a CNN, acredita que o presidente demorou a fazer a declaração para que o país conseguisse estocar o máximo de vacinas contra a varíola dos macacos antes de liberar verbas para novos imunizantes.
Os Estados Unidos já estão vacinando contra a monkeypox, mas os estados que participam da campanha dão preferência ao grupo até agora mais comumente contaminado com a varíola dos macacos. Em Los Angeles, o site de saúde pública diz que são elegíveis para a imunização "homens gays, bissexuais e transgêneros com mais de 18 anos e que fizeram sexo com vários parceiros ou com desconhecidos nos últimos 14 dias".
Em Washington DC, a vacinação começará amanhã e a recomendação é a mesma, mas incluindo profissionais do sexo independente de gênero ou orientação sexual, além de trabalhadores de lugares onde há atividade sexual, como clubes e saunas.
Apesar disso, é importante ressaltar que esse não é o único grupo se infectando com a monkeypox e qualquer pessoa pode contrair a doença.
O Brasil ainda aguarda a chegada de 50 mil doses da vacina, que virão pela OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde) ainda em agosto. O governo de São Paulo debate com o Ministério da Saúde qual será o público-alvo no primeiro momento.
O ministro da Saúde Marcelo Queiroga tem expectativa que o país consiga produzir a vacina em solo brasileiro, com a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e o Instituto Butantan.
O Brasil já tem mais de mil casos de varíola dos macacos e na segunda-feira, boletim divulgado pelo Ministério da Saúde registrou 1.369 casos da doença, a maioria deles em São Paulo e no Rio de Janeiro. A pasta trata a doença como um surto, que é o primeiro estágio da evolução de contágio, antes de epidemia e pandemia, como aconteceu com a covid-19.
Fonte: UOL - Poder360