O Brasil chegou a 978 casos de varíola dos macacos, também chamada de monkeypox, de acordo com balanço de hoje do Ministério da Saúde. A maioria das infecções foi registrada em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A pasta também informou, em nota ao UOL, que monitora os casos e acompanha os contatos dos pacientes por meio de articulação direta com os estados.
Confira os números por estado:
A OMS (Organização Mundial de Saúde) informou que já foram reportados mais de 18 mil casos da doença em 78 países. Em entrevista coletiva hoje, o diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, explicou que mais de 70% dos casos foram registrados na Europa e 25% nas Américas.
Do total de pacientes, 10% tiveram que ser internados para tratar a doença. Além disso, até o momento, houve cinco mortes informadas. A entidade afirma que o surto pode ser interrompido com informação e medidas para barrar a transmissão.
No sábado (23), a OMS decretou emergência sanitária global para a varíola dos macacos, termo usado quando há "um evento extraordinário que constitui um risco à saúde pública de outros Estados através da disseminação internacional da doença."
A entidade recomenda a vacinação das pessoas que tiveram contato com infectados. Uma vacina já foi aprovada no Canadá, Estados Unidos e União Europeia, e outras duas são consideradas, informou a OMS.
A varíola dos macacos é causada por um vírus e transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode se dar por meio de abraço, beijo, relações sexuais ou secreções respiratórias. A transmissão também ocorre por contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies que foram utilizadas pelo infectado.
Não há tratamento específico, mas, de forma geral, os quadros clínicos são leves e requerem cuidado e observação das lesões. O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/AIDS, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.
O paciente pode ter febre, dor no corpo e apresentar manchas, pápulas [pequenas lesões sólidas que aparecem na pele] que evoluem para vesículas [bolha contendo líquido no interior] até formar pústulas [bolinhas com pus] e crostas [formação a partir de líquido seroso, pus ou sangue seco].
- OMS aconselha redução de parceiros a gays e bissexuais como prevenção à varíola dos macacos
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou, nesta quarta-feira (27), novas medidas de prevenção à varíola dos macacos.
Em entrevista à imprensa, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, afirmou que mais de 18 mil casos já foram relatados à OMS de 78 países, com mais de 70% dos casos com origem na Europa e 25% das Américas.
Adhanom voltou a falar que o surto pode ser interrompido, desde que países e indivíduos se informem e considerem os riscos da transmissão.
“A melhor maneira de fazer isso é reduzir o risco de exposição. Isso significa fazer escolhas seguras para você e para os outros. Para homens que fazem sexo com homens, isso inclui, no momento, reduzir o número de parceiros sexuais, reconsiderar o sexo com novos parceiros e trocar detalhes de contato com novos parceiros para permitir o acompanhamento, se necessário”, disse o diretor-geral da OMS.
O diretor-geral da OMS também orientou que os serviços de saúde ofereçam informações sobre a doença com o objetivo de reduzir o risco de infecção, além de prestar os cuidados necessários ao tratamento dos infectados.
Novamente, Adhanom afirmou que o estigma e a discriminação podem trazer impactos negativos no combate à doença.
“Embora 98% dos casos até agora estejam entre homens que fazem sexo com homens, qualquer pessoa exposta pode pegar a varíola dos macacos, razão pela qual a OMS recomenda que os países tomem medidas para reduzir o risco de transmissão a outros grupos vulneráveis, incluindo crianças, gestantes e aqueles que são imunossuprimidos”, disse.
Além da transmissão por contato íntimo, a doença também pode ser transmitida por meio de contato próximo entre pessoas na mesma casa, como abraços e beijos, e em toalhas ou roupas de cama contaminadas.
A OMS recomenda a vacinação direcionada para aqueles expostos a alguém com a doença e para aqueles com alto risco de exposição, incluindo profissionais de saúde, profissionais de laboratório e aqueles com múltiplos parceiros sexuais.
Neste momento, a OMS não recomenda a vacinação em massa contra a varíola dos macacos.
“Uma vacina contra a varíola, chamada MVA-BN, foi aprovada no Canadá, na União Europeia e nos EUA para uso contra a varíola. Duas outras vacinas, LC16 e ACAM2000, também estão sendo consideradas para uso contra a varíola dos macacos”, disse Adhanom.
A doença é causada por um vírus que pertence ao gênero ortopoxvírus da família Poxviridae. Existem dois grupos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central).
As infecções humanas com o tipo de vírus da África Ocidental parecem causar doenças menos graves em comparação com o grupo viral da Bacia do Congo, com uma taxa de mortalidade de 3,6% em comparação com 10% para o da Bacia do Congo.
“A coisa mais importante sobre a varíola dos macacos é que ela causa uma erupção cutânea que pode ser desconfortável, pode causar coceira e pode ser dolorosa. Portanto, a coisa mais importante sobre cuidar de alguém com essa doença é basicamente cuidar da pele e cuidar de quaisquer sintomas que alguém possa ter, como dor ou coceira”, afirma a cientista Rosamund Lewis, líder técnica sobre varíola dos macacos do Programa de Emergências da Organização Mundial da Saúde (OMS).
O vírus da varíola dos macacos é transmitido de uma pessoa para outra por contato próximo com lesões, fluidos corporais, gotículas respiratórias e materiais contaminados, como roupas de cama. O período de incubação é geralmente de 6 a 13 dias, mas pode variar de 5 a 21 dias.
“A varíola dos macacos se espalha pela proximidade, cara a cara, pele a pele, contato direto. É assim que sempre foi descrito. Pode haver algumas coisas novas acontecendo neste surto agora. Não sabemos tudo. Ainda há muito o que aprender”, disse a pesquisadora da OMS.
A OMS alerta que alguns desses casos estão sendo identificados em pacientes gays, bissexuais e outros homens que fazem sexo com homens. A doença pode ser transmitida pelo contato com a pele durante o sexo, incluindo beijos, toques, sexo oral e com penetração com alguém que tenha sintomas.
Fonte: Poder360 - CNN Brasil