Até o momento, mais de 158,3 milhões de pessoas tomaram pelos duas doses de vacina contra a covid-19, o que representa quase 80% do público-alvo. Apesar disso, o Ministério da Saúde informou que cerca de 21,5 milhões de pessoas estão aptas a tomar a segunda dose, mas não retornaram aos postos de vacinação. A população entre 18 e 29 anos de idade possui maior número de aptos, somando quase 5,4 milhões de pessoas.
A imunização contra a covid-19 está disponível com primeira e segunda dose para crianças de 5 a 11 anos. Já o público de 12 a 39 anos de idade, além do esquema primário com duas doses, pode tomar a dose de reforço quatro meses após a segunda dose.
A população acima de 40 anos está apta a tomar também a segunda dose de reforço contra a covid-19, quatro meses depois do primeiro reforço. Diversos estados já estão aplicando a quarta dose para o público abaixo dos 40 anos. Estados e Distrito Federal já receberam mais de 581 milhões de imunizantes, segundo dados do LocalizaSUS.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu autorizar a aplicação emergencial da vacina CoronaVac em crianças de 3 a 5 anos de idade. O imunizante é produzido pelo Instituto Butantan. Apesar disso, ainda não há prazo para o início da utilização do imunizante no plano nacional de vacinação. A decisão caberá ao Ministério da Saúde. O titular da pasta, Marcelo Queiroga, declarou que essa possibilidade será avaliada pela área técnica.
-Internação de menores de 5 anos por covid aumentou em 2022
O último grupo etário sem cobertura vacinal do Brasil aumentou a sua participação nas internações em UTI por covid. Os menores de 5 anos eram menos de 1% das internações até outubro do ano passado. Passaram a quase 8% em abril e ficaram em 5% em junho.
A Anvisa aprovou a aplicação da vacina CoronaVac em crianças de 3 a 5 anos. Ainda não há uma data exata para o início da vacinação nacionalmente.
“À medida em que você vacina, há um desvio da doença para as faixas etárias não controladas. Sem dúvida a vacinação é a responsável por isso”, afirma o infectologista Renato Kfouri.
Isabella Ballalai, vice-presidente da Sbim (Sociedade Brasileira de Imunizações) diz que a retirada das restrições complica o cenário. “As crianças estão sem máscara e sem vacina, com todo mundo circulando. Como não se usa mais máscara no Brasil, estão mais suscetíveis a serem contaminadas nas novas ondas”, diz.
Embora as internações tenham aumentado, o percentual de crianças de até 5 anos entre os mortos por covid continua abaixo de 1% em 2022. Foram ao menos 46.607 mortes registradas no ano, sendo 277 de crianças menores de 5 anos (0,6%).
As crianças mais vulneráveis às mortes por covid ainda permanecerão sem acesso à vacina. Uma análise das 1.000 mortes desse grupo etário registadas no SIM (Sistema de Informação sobre Mortalidade) de 2020 a 2021 mostra que 84% ocorreram entre crianças abaixo de 2 anos.
Os dados analisados pelo Poder360 compreendem o período de 2020 e 2021 e se referem às mortes cuja causa básica (a que foi identificada como a principal) registrada foi a covid-19.
Mais da metade dessas mortes ocorreram com bebês com menos de 1 ano.
“A letalidade se concentra de 28 a 11 meses. Há uma imaturidade do sistema imunológico nesse período. As vias aéreas dos bebês tem menor calibre, obstruem com facilidade, e capacidade de troca de ar reduzida”, diz Kfouri.
Um impacto maior para a saúde pública virá, portanto, quando houver aprovação de vacina para crianças menores.
Os EUA aprovaram em junho a aplicação de vacinas da Moderna e da Pfizer em bebês a partir de 6 meses. No Brasil, aguarda-se que a Pfizer faça o pedido de registro emergencial ao Ministério da Saúde.
Uma alternativa para melhorar a imunidade dos bebês é a vacinação de grávidas. “Foi constatado que vacinar as gestantes ajuda a dar mais proteção aos recém-nascidos. Estuda-se hoje dar uma dose de reforço às grávidas para que os bebês sejam mais protegidos”, diz Ballalai.
A lógica seria a mesma que já é aplicada para a vacina de coqueluche: aplicar a vacina na grávida pouco tempo antes do parto para elevar o nível de anticorpos e fazer com que essa proteção seja transferida ao bebê.
Dados dos CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças) dos EUA mostram que a vacinação na gravidez pode reduzir em até 60% a hospitalização de bêbes com covid.
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- Covid-19: ministério explica esquema de aplicação da vacina Janssen
O Ministério da Saúde divulgou recomendação para quem iniciou o esquema vacinal contra a covid-19 com o imunizante da Janssen. Segundo a pasta, imunizante deve ser aplicado quatro vezes: dose única inicial, seguida da primeira, da segunda e da terceira dose de reforço.
A primeira dose de reforço da Janssen deve ser aplicada entre 2 e 6 meses após a dose única, com o mesmo imunizante. Já a segunda aplicação de reforço deve ser feita 4 meses depois da primeira dose de reforço. Nesse caso, podem ser usadas as vacinas da Pfizer, Astrazeneca ou a própria Janssen.
De acordo com ministério, pessoas com idade superior a 40 anos podem tomar o terceiro reforço, que deverá ser aplicado após o intervalo de quatro meses do segundo. Nesses casos, a recomendação é que também sejam usadas as vacinas Astrazeneca, Pfizer ou Janssen.
"É importante ressaltar que esse esquema é recomendado apenas para quem iniciou a vacinação contra a covid-19 com a Janssen, ou seja, tomou a dose única do imunizante. As pessoas que começaram o esquema vacinal (primeira e segunda dose) com outros imunizantes e se vacinaram com a Janssen como dose de reforço não se encaixam nessas recomendações”, informa a pasta.
Segundo informações do LocalizaSUS, estados e Distrito Federal já receberam mais de 581 milhões de imunizantes.
Fonte: Agência Brasil - Poder360