Segundo dados do Sistema de Informações de Agravos de Notificação (SINAN) - Ministério da Saúde - durante os anos de 2012 a 2022, o Amapá notificou 607 casos positivos de hepatites B e C. Porém, no período de 2019 e 2021, os números tiveram uma queda significativa para as duas doenças.
Em 2016, houve um pico de notificações de 56 casos de hepatite B, contudo, nos anos subsequentes de 2019 a 2021, os números caíram de 35 casos para apenas 11. Os públicos mais afetados foram de 20 a 39 anos e de 40 a 59 anos de idade.
Em relação à hepatite C, nesse período de 10 anos (2012 a 2022), o Amapá apresentou 287 casos confirmados da doença, sendo a maior parte em Macapá e os públicos mais atingidos foram de 40 a 59 anos e acima de 60 anos. Apesar dos números consolidados, o relatório aponta para uma queda no diagnóstico que varia entre 5 a 10 casos da doença nos últimos dois anos.
Durante todo o período analisado foram 320 casos de Hepatite B notificados, a maior parte deles foram registradas em Macapá, Santana, Laranjal do Jari e Oiapoque. Já nas mulheres grávidas, em 2021 não foram observados casos desse tipo de doença.
No Amapá, a Superintendência de Vigilância em Saúde (SVS-AP) atua no monitoramento e auxílio técnico da doença junto aos municípios.
“Percebemos nesses anos de análise, que a doença tem afetado principalmente essa faixa etária de jovens adultos e adultos, pois se trata de um grupo exposto a mais fatores de risco, como sexo sem proteção, uso de drogas, procedimentos com instrumentos não higienizados e contato com sangue contaminado”, explica João Farias, coordenador de Doenças Transmissíveis da SVS/AP.
Hepatite B e C
A hepatite é uma doença inflamatória ocasionada por vírus como HAV (Hepatite A), HBV (Hepatite B), HCV (Hepatite C), HDV (Hepatite D e HEV (Hepatite E). As mais comuns no Brasil são as Hepatites A, B e C.
A doença é silenciosa, mas juntas, as hepatites B e C provocam cerca de 80% das mortes por câncer de fígado. No Brasil, de 1999 a 2020, 254.389 pessoas foram diagnosticadas com hepatite B e 262.815 com a hepatite C.
As infecções podem causar doença hepática crônica, cirrose hepática e carcinoma hepatocelular.
A prevenção se dá pelo uso da camisinha, não compartilhamento de seringas ou objetos com contato com sangue e as mulheres grávidas podem ser orientadas através do pré-natal.
Tratamento
Após o diagnóstico em unidade básica de Saúde, o tratamento da Hepatite B pode incluir repouso, dieta, hidratação e não ingestão de bebidas alcoólicas. Em caso de hepatite crônica, são incluídas medicações antivirais e imunomoduladores.
A hepatite C, por sua vez, tem como tratamento antivirais utilizados durante 8 a 12 semanas.
Fonte: Portal Governo do Amapá