A campanha Fevereiro Roxo dá visibilidade para lúpus, fibromialgia e Alzheimer, três patologias com dois elementos em comum: são de origem desconhecida e não possuem cura. Mas o diagnóstico precoce dessas doenças facilita o tratamento, o que impulsiona a qualidade de vida dos pacientes.
Lúpus
Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES), é uma doença autoimune. Nessa condição, as células de defesa atacam as células saudáveis do corpo, provocando inflamações em diversas partes do organismo, principalmente nas articulações, rins, cérebro, coração, pulmões, pele e olhos.
De acordo com o reumatologista do Hospital das Clínicas Alberto Lima (Hcal), Marco Túlio, o tratamento ofertado pelo Estado envolve o uso de remédios anti-inflamatórios, antimaláricos, corticoides e imunossupressores.
“Por não existir um exame específico para diagnosticar lúpus, o processo envolve a observação médica de vários fatores. São avaliados os sintomas e o histórico de saúde familiar também é analisado para determinar o tratamento adequado”, completou o médico.
Os principais sintomas são: febre acima de 37,5º; manchas avermelhadas na pele, principalmente na face e demais locais de fácil exposição ao sol; queda de cabelo; sensibilidade à luz; cansaço excessivo; dor e rigidez muscular; articulações inchadas e doloridas.
Os sintomas normalmente aparecem em episódios de crise e de maneira intensa. Duram alguns dias ou semanas e desaparecem. Em alguns casos os sintomas se apresentam de forma constante.
Fibromialgia
A fibromialgia é uma síndrome clínica e crônica que causa dores por todo o corpo, sobretudo na musculatura. Ainda não existe uma causa consolidada para a doença, mas sabe-se que os pacientes apresentam maior sensibilidade à dor do que as pessoas que não convivem com a doença.
“Dor generalizada; fadiga excessiva; falta de energia e disposição; son o não reparador; problemas intestinais; cefaleia; alterações cognitivas; distúrbios emocionais e psicológicos, como ansiedade e depressão” são os principais sintomas da doença, explicou o médico especialista em dor, Felix Rocha.
No Amapá, o Governo do Estado passou a ofertar, desde dezembro de 2021, as carteiras de atendimento prioritário em empresas públicas, privadas e concessionárias de serviço público, para pacientes com fibromialgia.
As carteiras podem ser adquiridas – mediante laudo médico – no Centro de Referência em Práticas Integrativas e Complementares em Saúde no Amapá (Cerpis), localizado na av. Fab, nº 849, centro de Macapá.
Em janeiro de 2022 o consultório da dor, destinado ao atendimento de pacientes com fibromialgia, foi inaugurado também no Cerpis. Atualmente o centro atende aproximadamente 300 pessoas com diagnóstico fechado para fibromialgia.
Alzheimer
É um distúrbio cerebral degenerativo de causa ainda desconhecida. A doença é irreversível, progressiva e afeta toda a cognição – memória recente, raciocínio, capacidade de planejamento, atenção e demais funções cognitivas –, o que dificulta a execução de tarefas diárias simples.
Alguns dos sintomas são perda da memória recente, dificuldade de acompanhar conversações, passividade, irritabilidade, agressividade, dificuldade para reconhecer caminhos conhecidos, desconfiança injustificada e tendência ao isolamento.
A doença normalmente acomete pessoas com idade superior a 60 anos, mas pode ocorrer em indivíduos mais jovens. O Alzheimer evolui lentamente e o quadro clínico costuma ser dividido em:
Estágio 1: inicialmente ocorrem mudanças significativas na memória, personalidade, habilidades visuais e espaciais;
Estágio 2: na fase moderada, são perceptíveis problemas na comunicação, dificuldade em realizar as atividades cotidianas, alterações na coordenação motora e comprometimento na qualidade do sono;
Estágio 3: na fase avançada da doença, é notada resistência as tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, problemas nas deglutição e deficiência motora gradual;
Estágio 4: na fase terminal do Alzheimer, o paciente fica restrito ao leito, apresenta dor ao engolir, mutismo e pode desenvolver infecções intercorrentes.
Segundo o neurocirurgião Isaias Cabral, o diagnóstico é feito através de exames de imagem, avaliação neuropsicológica e análise de fatores clínicos relacionados a doença.
“O tratamento apenas retarda o avanço da doença e ajuda a preservar algumas funções intelectuais dentro do possível”, completou o médico.
Fonte: Portal Governo do Amapá