O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021 começa a ser aplicado amanhã (21) em todo o país nas modalidades impressa e digital. Tanto as provas quanto o tema da redação serão iguais nas duas modalidades. Ao todo, 3,1 milhões de candidatos farão o exame.
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pela realização das provas, divulgou nesta semana os números oficiais do exame, que é a principal forma de ingresso no ensino superior público, pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), de obtenção de bolsas por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni) e de participação no Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
Ao todo, 3.109.762 de candidatos farão o Enem impresso e 68.891, o Enem digital. A maioria está nos estados de São Paulo (470.809), Minas Gerais (300.868) e Bahia (239.101). As mulheres representam 61,6% dos candidatos e as pessoas negras, soma de pretos e pardos, 54% dos inscritos.
O Enem impresso será realizado em 11.074 locais de prova em 1.747 municípios. Nessa modalidade, são mais de 460 mil pessoas envolvidas na aplicação do exame, entre coordenadores estaduais, municipais, aplicadores, corretores de redação e supervisores. Quase 50 mil pessoas atuam apenas no transporte, segurança e distribuição das provas. Outros mais de 20 mil profissionais dos Correios também fazem parte da operação.
Já o Enem digital envolve mais de 17 mil pessoas na realização das provas. O exame nesse formato será aplicado em 831 locais de prova em 99 municípios.
Este será o segundo Enem aplicado neste ano, já que as provas de 2020 foram adiadas por causa da pandemia e acabaram sendo aplicadas em janeiro e fevereiro.
Assim como a edição de 2020, o Enem 2021 terá regras especiais devido à da pandemia. O uso de máscara facial será obrigatório nos locais de aplicação. Participantes que estiverem com covid-19 ou com outras doenças infectocontagiosas não devem comparecer ao exame e podem solicitar a reaplicação. O descumprimento das regras poderá levar à eliminação do candidato.
No dia da prova, além da máscara de proteção facial, é obrigatório levar documento de identificação original, com foto. Não são aceitos documentos digitais. Entre as identificações aceitas estão a Carteira de Identidade (CNH), o passaporte e a Carteira de Trabalho emitida após 27 de janeiro de 1997.
Outro item obrigatório é a caneta esferográfica de tinta preta fabricada em material transparente. Ela é necessária para preencher o cartão de respostas no Enem impresso e para escrever a redação tanto no Enem impresso quanto no Enem digital. É recomendado ainda que os participantes levem lanche e água, já que a prova tem uma duração longa.
É recomendado também que se leve no dia do exame o Cartão de Confirmação da Inscrição. Nele está, entre outras informações, o local de prova. O cartão pode ser acessado na Página do Participante.
Caso necessitem comprovar que participaram do exame, os estudantes podem, também, na Página do Participante, imprimir a Declaração de Comparecimento para cada dia de prova, informando o CPF e a senha. A declaração deve ser apresentada ao aplicador na porta da sala em cada um dos dias. Ela serve, por exemplo, para justificar a falta ao trabalho.
No primeiro dia do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021, no próximo domingo (21), os candidatos farão, além das provas objetivas de linguagens e ciências humanas, a única prova subjetiva da avaliação, a redação.
Os portões abrem às 12h e fecham às 13h. Não é permitido entrar após o fechamento dos portões. As provas começam a ser aplicadas às 13h30 e terminam às 19h. O horário é o de Brasília. No próximo domingo (28), os participantes fazem as provas de matemática e ciências da natureza.
Para testar os conhecimentos, os estudantes podem acessar gratuitamente o Questões Enem, um banco que reúne todas as questões do Enem de 2009 a 2020. No sistema, é possível escolher quais áreas do conhecimento se quer estudar. O banco seleciona as questões de maneira aleatória.
Confira outras notícias:
- Plataforma reúne vantagens em ensino superior privado em todo país
Instituições privadas de ensino superior oferecem uma série de benefícios para os estudantes que desejam cursar uma faculdade em 2022. Esta semana, as instituições lançaram uma plataforma conjunta, onde os estudantes podem buscar os cursos de graduação e de pós-graduação que desejam e receber descontos, ganhar cursos extras ou outras vantagens personalizadas.
Para isso, é preciso fazer o cadastro em https://www.futuria.com.vc/. Lá é possível fazer uma busca por cursos em cidades e instituições de ensino. Após o preenchimento do cadastro, o usuário recebe uma mensagem por e-mail com o voucher do benefício da instituição selecionada. Com o tíquete em mãos, basta procurar a instituição de ensino, conhecer os detalhes e se matricular.
A plataforma faz parte do movimento #EuSouOFuturo, cujo objetivo é sensibilizar a sociedade e incentivar o ingresso e a manutenção da formação dos alunos de graduação e pós-graduação em todo o país. É uma iniciativa da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) e da Universia, ligada ao Santander Universidades, braço educacional do banco.
Cada instituição decide a condição especial da oferta. Fazem parte da iniciativa Ser Educacional, YDUQS, UniCesumar, Ânima Educação, UniCarioca, Trivento Educação, Unip, Cruzeiro do Sul Educacional, entre outras mantenedoras que, juntas, representam grande parte do ensino superior do país. Segundo a Abmes, são ofertadas milhares de vagas em cursos de graduação e de pós-graduação, nas modalidades presencial, híbrida e a distância das mais diversas áreas do conhecimento com condições especiais e personalizadas.
"Depois de tantos problemas com relação a tudo o que o Brasil enfrentou é hora de retomar a importância da educação superior para o futuro do jovem. Por isso que nós reunimos todas as nossas associadas interessadas e o Santander Universidade por meio de iniciativa que eles já têm para valorizar a educação", afirmou o diretor presidente da Abmes, Celso Niskier.
Um levantamento realizado pela associação mostrou que 44% dos jovens têm dúvida sobre retornar aos estudos após a pandemia, principalmente pela falta de recursos financeiros. Dos participantes, 66% afirmaram não ter condições de arcar com o investimento em uma graduação. Eles também destacaram o medo de retornar presencialmente às aulas e a incerteza de conseguir uma colocação no mercado de trabalho.
De acordo com o superintendente executivo do Santander Universidades Brasil, Nicolás Vergara, é importante sensibilizar e mobilizar o máximo de jovens e todos os que quiserem voltar ou ingressar na faculdade, apoiando-os nessa ação. "Colocamos a Futuria, nossa plataforma voltada para educação, neste momento exclusivamente para a captação dos interessados, porque acreditamos no ensino superior como alavanca de formação e evolução não só do indivíduo, mas do país", concluiu.
- TCU nega pedido de afastamento do presidente do Inep
O ministro Walton Alencar Rodrigues, do TCU, negou neste sábado (20) medida cautelar proposta por parlamentares após denúncias de interferência política no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Nove deputados federais de oposição acionaram o tribunal pedindo recomendações para adequações necessárias à viabilização do exame, marcado para começar neste domingo (21). Eles também pediram o afastamento do presidente do Inep, Danilo Dupas.
Walton Alencar Rodrigues, que é relator do processo aberto para analisar os pedidos, no entanto argumentou que não há indícios de que o presidente do Inep deva ser afastado, como foi requerido, e que não há “medidas que se possa adotar para aumentar a segurança ou a qualidade das questões, sem comprometer a realização do exame no prazo programado.”
Apesar de ter negado a medida cautelar, o ministro autorizou diligências para apuração dos fatos relatados pelos deputados, e determinou que a análise seja feita “nos mesmos autos”.
As polêmicas começaram após o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmar, em 15 de novembro, durante viagem para a Expo Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, que o Enem neste ano “começa agora a ter a cara do governo”, ao responder uma pergunta sobre uma crise institucional no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
Órgão responsável pelo Enem, o Inep teve uma baixa de 37 servidores que pediram demissão coletiva de seus cargos em resposta ao que classificaram como “má gestão” do instituto, conforme ofício obtido pela analista de política da CNN Basília Rodrigues.
“O que levou àquelas demissões, não quero entrar em detalhes, mas é um absurdo que se gastava com poucas pessoas lá. Inadmissível”, disse Bolsonaro.
“O que eu considero muito é que começa a ter a cara do governo as questões da prova do Enem. Ninguém precisa estar preocupado com aquelas questões do passado, que caía tema de redação que não tinha nada a ver com nada, realmente é algo voltado para o aprendizado”, completou.
O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou em entrevista à CNN, em 16 de novembro, que não houve interferência no exame, e que as polêmicas não passam de “ruídos pré-Enem”.
“O Enem está garantido, as provas já foram impressas e encaminhadas. Não há como interferir. A ideia de que houve interferência é uma narrativa de quem quer politizar a educação. A educação não tem partido”, afirmou Ribeiro.
Sobre as baixas no Inep, Ribeiro afirmou que “nenhum servidor foi demitido”. Segundo o ministro, isso acontece porque eles são servidores concursados que colocaram seus cargos à disposição. “Quem quiser sair, pode sair, porque já recebi contatos de outros do Inep que têm qualificações técnicas para assumir os cargos”.
O chefe da Educação ainda disse que eles só irão sair após a aplicação das provas, pois as demissões só tem validade após publicadas no Diário Oficial, o que ainda não ocorreu.
“Demos-lhes a competência de preparar as provas, então vão estar conosco até o final. Após, se resolverem reafirmar a demissão de cargos comissionados, eles podem fazer. Ninguém foi mandado embora”, completou.
O presidente Jair Bolsonaro voltou a fazer críticas ao Enem, em 17 de novembro, dizendo que o exame prega “ativismo político e comportamental”.
Fazendo uma comparação com Catar, ele disse que o país do Oriente Médio investimento e progresso e que, se o Brasil quiser evoluir igualmente, precisa seguir na mesma linha.
“Aqui, há décadas investem em educação. Olha o padrão do Enem do Brasil, pelo amor de Deus. Aquilo mede algum conhecimento? Ou é ativismo político e comportamental?”, questionou Bolsonaro.
Após aparecer de surpresa na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados para prestar esclarecimentos em 17 de novembro, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, endossou a afirmação do presidente Jair Bolsonaro de que o Enem teria a cara do governo.
Segundo o ministro, isso significaria que a prova acontece com “competência e honestidade”.
Políticos de oposição enviaram, em 16 de novembro, ao Tribunal de Contas da União (TCU), um pedido de investigação do Enem após se reunirem com a ministra Ana Arraes, presidente da corte.
O grupo afirmou que iria protocolar um documento de auditoria após as denúncias de “má gestão” dos funcionários do Inep que pediram demissão conjunta.
Os parlamentares ainda pediram o afastamento cautelar do presidente do Inep, Danilo Dupas, que já chegou a prestar esclarecimentos na Câmara dos Deputados na última semana.
O Congresso Nacional irá montar uma comissão mista de deputados e senadores para apurar a demissão conjunta dos servidores do Inep.
A comissão pretende chamar os servidores exonerados para prestar depoimentos que esclareçam se as alegações de que houve interferência do governo na elaboração das questões realmente ocorreu.
Pelo Senado, a coordenação dos trabalhos será feita senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Na Câmara, ficará com a deputada Rosa Neide (PT-MT).
O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, irá comparecer à Câmara em 1º de dezembro para responder sobre o assunto, após a aprovação de um requerimento extrapauta na Comissão Especial de Educação.
O Tribunal de Contas da União (TCU) abriu uma investigação, em 18 de novembro, para apurar possíveis irregularidades no Enem, após parlamentares de oposição se reunirem com a presidente do órgão, ministra Ana Arraes.
Oficialmente, a apuração será sobre “possíveis irregularidades na organização do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2021, especialmente acerca de fragilidade técnica e administrativa relacionadas às interferências na gestão do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep)”.
A Justiça Federal no Distrito Federal negou, também em 18 de novembro, um pedido para o afastamento do presidente do Inep, Danilo Dupas.
A ação, apresentada pela Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e pelo Instituto Campanha Nacional Pelo Direito à Educação, se baseava nas denúncias feitas por ex-servidores do Inep de suposta interferência do governo federal na elaboração do Enem.
Fonte: Agência Brasil - CNN Brasil