Além dos idosos com mais de 70 anos, os profissionais de saúde que já foram anunciados como contemplados com o reforço, agora, o Ministério da Saúde vai atender aqueles com mais de 60 anos. São cerca de 7 de milhões de brasileiro nessa condição
Presente no evento, o ministro interino da Saúde Rodrigo Cruz ressaltou que a dose de reforço será ofertada seis meses após a segunda, conforme já havia sido divulgado para outros públicos. Segundo ele, a decisão ocorreu após a análise de dados feita pela pasta.
"Ao avaliar os dados, a gente verificou a necessidade de ampliar a dose de reforço para todos os adultos acima de 60 anos", disse ele.
Cruz afirmou que, com a medida, as autoridades acreditam que "em breve estaremos livre dessa pandemia". Segundo ele, a distribuição dessas doses de reforço deve começar ainda nesta semana.
Até então, a Saúde havia anunciado a aplicação da terceira dose da vacina em idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos — pessoas com câncer ou transplantados, por exemplo — a partir do dia 15 de setembro. Na semana passada, o Ministério da Saúde também aprovou a dose de reforço para profissionais de saúde, depois de seis meses após a imunização completa. Alguns estados, no entanto, já haviam estendido a dose adicional para maiores de 60 por conta própria.
A aplicação da dose de reforço da vacina contra covid-19 é feita preferencialmente com o imunizante da Pfizer, mas também poderá ser feita com outra vacina de vetor viral, como da Janssen e da AstraZeneca.
Antes de o governo de São Paulo iniciar o reforço da imunização, Queiroga afirmou que a pasta não recomendaria o uso da CoronaVac para a aplicação da terceira dose na imunização. Segundo ele, a vacina da Pfizer será priorizada porque já possui registro definitivo na Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Apesar de o Ministério da Saúde ter recomendado o uso das vacinas de Pfizer, AstraZeneca e Janssen como reforço na proteção contra a covid-19, os estados do Rio de Janeiro e São Paulo incluíram a CoronaVac como uma opção para a dose extra. A aplicação de uma terceira dose da vacina do Butantan é segura e não causa reações graves, mas especialistas criticam a decisão de usá-la como dose de reforço porque ela é menos eficaz, especialmente entre os idosos.
Já a indicação de uma dose de reforço das vacinas para toda a população ainda requer mais evidências, avaliou o vice-presidente da SBI (Sociedade Brasileira de Infectologia) e diretor clínico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, Alberto Chebabo, que afirma não ter dúvidas dessa necessidade no caso dos idosos.
O Brasil chegou ontem à marca de 87,4 milhões de habitantes que completaram a vacinação contra a covid-19. Já são 87.436.784 brasileiros que tomaram a segunda dose ou a dose única do imunizante contra a doença, o que representa 40,99% da população do país. Os números são do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.
Houve a aplicação de 742.328 segundas doses e 1.752 doses únicas, em um total de 744.080 pessoas com esquema vacinal completo. Já 468.526 brasileiros receberam a primeira e outros 61.868 tomaram a de reforço.
No total, foram aplicadas 1.274.474 doses de vacina contra a covid-19 neste intervalo de tempo, na soma de primeiras, segundas, únicas e de reforço.
Até o momento, 145.005.445 brasileiros foram vacinados com a primeira dose de imunizante contra a doença, o equivalente a 67,98% da população nacional. Quanto à dose de reforço, já houve a aplicação de 669.515 doses ao todo.
A farmacêutica Pfizer anunciou que aplicou as primeiras injeções para avaliar em humanos uma vacina contra a gripe utilizando RNA mensageiro, uma tecnologia já utilizada na vacina contra a covid-19.
A empresa de biotecnologia norte-americana Moderna também anunciou ter lançado testes sobre o mesmo produto no início de julho.
O ensaio clínico da Pfizer, que está sendo feito nos Estados Unidos, vai avaliar a segurança de uma dose dessa nova vacina e a sua capacidade de provocar uma reação de imunização em pessoas saudáveis que tenham entre 65 e 85 anos.
Segundo os dados publicados em um site governamental norte-americano, os testes envolvem centenas de participantes.
As atuais vacinas utilizam vírus inativados, um processo de produção mais demorado. A eficácia das vacinas usadas neste momento é de 40% a 60%.
Segundo a Pfizer, "a flexibilidade da tecnologia de RNA mensageiro e a sua produção rápida" podem facilitar o fornecimento e a eficácia das vacinas contra a gripe.
A Organização Mundial da Saúde considera que a gripe é responsável por 3 milhões a 5 milhões de casos de doença grave por ano, causando entre 290 mil e 650 mil mortes.
A Pfizer prevê ainda estudar a utilização da tecnologia RNA mensageiro para combater outros vírus respiratórios, doenças genéticas e câncer.
Fonte: UOL - Agência Brasil