Cotidiano

Com produção local, preço do trigo no AP não difere do nacional





 

Em alguns supermercados, produto fabricado no estado se equipara ao mesmo valor de fabricantes nacional.

 

Funcionando desde 2016 no Amapá, a indústria de fabricação de trigo tinha como objetivo abastecer o mercado local, beneficiando o consumidor com um produto abaixo do mercado nacional. Entretanto, após três anos de operação, o que se observa é que o produto local não difere no preço de outras marcas que vem de fora e necessitam de pagamento de imposto para seu tráfego.

Atualmente, os grãos de trigo são importados, chegando ao estado através de balsas. O produto é destinado à indústria, que está localizada no município de Santana e é liderada por um grupo empresarial francês, para ser moído, embalado e revendido aos consumidores amapaenses e exportado para o mundo.

Entretanto, a produção local não refletiu no barateamento do produto, fazendo com que os amapaenses não sentissem o impacto. Nos supermercados, o produto local varia de R$2,00 a R$ 2,20, enquanto que outras marcas nacionais estão na faixa de R$ 2,20 a R$ 2,50.

Vale ressaltar que as marcas vindas de outras regiões passam por uma série de impostos, fazendo com que o produto fique mais caro na mesa do consumidor. Em compensação, o trigo industrializado no Amapá faz parte da Zona Franca Verde, inclusive com o símbolo do órgão em suas embalagens, proporcionando aos empresários isenção em impostos, que consequentemente deveriam deixar o produto mais barato.

De acordo com o decreto aprovado pelo presidente da República, empresas beneficiadas pela Zona Franca Verde recebem incentivo com isenção do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) por fabricarem produtos que têm como matéria-prima ingredientes da Amazônia.  Na esfera estadual, o Governo do Amapá diminuiu de 17% para 7% o Imposto Sobre Circulação de Serviços às empresas que comercializarem no estado produtos oriundos da Zona Franca Verde, afetando diretamente no mercado local os valores dos produtos.

Além disso, a empresa tinha como propósito contribuir com a distribuição emergente do estado, gerando riquezas e empregos para a sociedade.

Importação de trigo

Um levantamento da Associação Brasileira da Industria de Panificação e Confeitaria (Abip) aponta que o Brasil é um dos maiores importadores do trigo. Para produzir o pão, consumido diariamente, as empresas precisam comprar o cereal no mercado internacional.

De acordo com a associação, os motivos que levam a indústria a buscar no mercado externo o produto para o consumo são a baixa oferta e a falta de qualidade. A demanda do setor é de 11 milhões de toneladas. Do total produzido no país, apenas 30% serve para panificação, a maioria é destinada para produção de outras famílias.

Na prática, a comercialização do trigo no exterior serve como uma troca de moeda onde o Brasil oferta algum produto local para obter o produto no exterior.

 Redação