Cotidiano

Efeito do desemprego: 54,9% dos amapaenses estão inadimplentes





 

Levantamento do Serasa aponta que índice de inadimplência de consumidores do país bateu recorde e atingiu 61,8 milhões. Economistas associam dívidas ao desemprego.

 

O Amapá é o estado com a segunda maior taxa de inadimplentes do país. Ao todo, são 54,9% dos amapaenses com alguma pendência nas dívidas. Dados da Serasa Experian mostram que no país, o número de consumidores inadimplentes era de 61,8 milhões em junho, considerado o maior registro desde 2016.

Na comparação com junho de 2017 (60,6 milhões), o índice teve aumento de 1,98%.A inadimplência chega a um montante de R$ 273,4 bilhões, com média de quatro dívidas por Cadastro da Pessoa Física (CPF), totalizando R$ 4.426 por pessoa.

Entre os estados, Roraima bate o recorde de devedores com 58,5%. Em contrapartida, os estados de Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraíba possuem as menores taxas de inadimplentes, com índices abaixo de 35% da população de cada unidade federativa. No Brasil, 40,3% da população adulta está inadimplente.

Segundo os economistas da Serasa Experian, o enfraquecimento do ritmo de crescimento econômico contribui para manter em patamares elevados as taxas de desemprego no país e, consequentemente, os níveis recordes de inadimplência do consumidor.

Inadimplência por faixa etária

A inadimplência dos idosos, embora não seja a faixa mais elevada, foi a que mais cresceu nos últimos dois anos.  Em junho deste ano, 35,0% dos brasileiros com mais de 61 anos de idade estavam com contas atrasadas. Se comparado ao mesmo período de 2016, a inadimplência desse público registrou crescimento de 2,6 pontos percentuais.

A faixa etária mais inadimplente continua sendo a dos adultos entre 36 e 40 anos, com 47,3% dos brasileiros inadimplentes. No entanto, observa-se que, nos dois últimos anos, a fatia de adultos inadimplentes cresceu muito menos do que a dos idosos.

Informações por segmentos:

Apesar de as dívidas atrasadas com bancos e cartões de crédito terem a maior representatividade dentro do índice, na comparação interanual, a participação desse segmento caiu 1,5 ponto percentual enquanto a participação dos segmentos de utilities, telefonia, serviços e financeira aumentou.

Economia enfraquecida

Os efeitos causados pela economia no Brasil tem desmotivado também varejistas. O Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), realizado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostra que houve uma queda de 4,3%. O nível de confiança é o menor desde agosto de 2017.

De acordo com o levantamento, os varejistas estão decepcionados com as condições correntes da economia. Para 64% dos empresários do comércio entrevistados pelo órgão, houve uma piora no cenário econômico.

“Tanto a insatisfação com a situação atual quanto as expectativas para o crescimento da economia impactaram significativamente o indicador de confiança de julho”, afirma Fabio Bentes, chefe da Divisão Econômica da CNC.

O levantamento da entidade mostra que, embora a maior parte dos varejistas (73,2%) ainda acredite na melhora da economia nos próximos meses, o grau de otimismo reduziu-se ao menor patamar dos últimos dois anos. Apesar de seguir na zona positiva, com 143,4 pontos, o componente que mede as expectativas dos comerciantes registrou recuo de 2,2% na variação mensal e queda de 1% na comparação com julho de 2017 – a primeira queda anual desde o auge da crise em maio de 2016.

Consequentemente, o índice de contratações cai devido ao medo da economia não melhorar. De acordo com a pesquisa, a intenção para contratação nos próximos meses apresentou uma redução de 2,8%. A criação de vagas deve ser dada de forma menos intensa.

“A maior parte dos empresários (56,9%) pretende contratar trabalhadores nos próximos meses. Esse percentual, no entanto, já difere significativamente da proporção de varejistas dispostos a contratar em janeiro deste ano (61,1%)”, afirma Bentes. 

Redação; Com informações do Serasa Experian