Ônibus de monitoramento equipado com cinco câmeras é utilizado para reforçar a fiscalização. O trabalho tem o apoio da Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (CTMac).
Órgãos de segurança intensificaram o trabalho de fiscalização e orientação sobre o uso de linhas enceradas para empinar pipas, em Macapá. Duas pessoas já foram vítimas de acidentes envolvendo “cerol”, em 2018, de acordo com informações da Guarda Civil Municipal. Somente no balneário da Fazendinha, mais de 60 carretéis foram apreendidos, na primeira semana das férias escolares.
O cerol tão é um material feito a partir da mistura de cola com vidro moído e mesmo limalha de ferro. O produto é aplicado diretamente em linhas de pipa, com o uso de cola ou goma de tapioca. O resultado da mistura é um material totalmente cortante, que pode expor ao perigo, tanto o usuário do produto, quanto pessoas sem nenhum tipo de envolvimento com aquilo.
Desde 2005, a prática da atividade usando o cerol nas linhas é proibida por lei municipal. A pessoa que utilizar linhas enceradas poderá pagar multa de R$150. Em caso de reincidência, a multa pode ser cobrada no dobro do valor primário. Rui Seco, comandante da Guarda Civil Municipal, em entrevista ao Portal G1, disse que os riscos são para todos: motoqueiros, ciclistas, pedestres e até a própria pessoa que está em posse da linha encerada e pode sofrer cortes nas mãos.
Duas pessoas já foram vítimas em 2018. Ademir Corrêa, cabo da Polícia Militar (PM), de 32 anos, foi a primeira vítima do ano. Ele teve o pescoço cortado ao trafegar de motocicleta pela Rodovia JK, próximo ao Monumento Marco Zero. O corte foi pequeno, mas a linha deixou marcas avermelhadas e causou grande susto na vítima.
A Guarda Municipal conta com um ônibus de monitoramento equipado com cinco câmeras para reforçar a fiscalização. O trabalho de fiscalização tem o apoio da Companhia de Trânsito e Transporte de Macapá (CTMac). Somente no balneário da Fazendinha, mais de 60 carretéis foram apreendidos. “Tinham garotos que estavam querendo burlar a fiscalização colocando o cerol dentro de recipientes de bronzeador e protetor solar. Mas, com o sistema de monitoramento, nós conseguimos interceptar e apreender os materiais. Agora, vamos levar esse trabalho para o centro da cidade”, disse o inspetor.
Edilson Brito, presidente do Sindicato dos Mototaxistas do Amapá, Edilson Brito, de 37 anos, considera a situação como grave. Ele destaca a preocupação com a categoria e o cumprimento da exigência da lei de trânsito em relação à antena protetora, também conhecida como “corta linha”.
“Essa prática de empinar pipa com linha chilena ou encerada coloca em risco a vida dos nossos mototaxistas e outros motoqueiros. Se chegar a pegar o pescoço de algum condutor pode até levar a óbito em segundos. Nós temos uma preocupação muito grande com a categoria”, enfatizou.
Redação