Saúde

Amapá é o estado com o menor número de exames de mamografias





 

Segundo a pesquisa, a dificuldade para agendar e realizar o exame ainda é o principal motivo para baixa no número.

 

Nesta semana, a Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM), em parceria com a Rede Brasileira de Pesquisa em Mastologia, revelou que entre as 11,5 milhões de mamografias que deveriam ser em 2017, apenas 2,7 milhões de fato foram realizadas (ou 24,1%). Este resultado é o pior nos últimos 5 anos e refere-se aos atendimentos do Sistema Único de Saúde (SUS). O Amapá é o estado que apresenta o resultado mais grave em relação aos números de atendimentos.

O presidente da SBM reforça que valorizar o diagnóstico precoce torna o tratamento mais eficaz e barato. “Existe uma relação direta entre chance de cura e tamanho de tumor”, afirma. Além do Amapá, Rondônia e Distrito Federal também obtiveram posição crítica no levantamento.

Segundo a pesquisa, esperava-se que 76,9 mil mulheres em Rondônia se submetessem a esse exame. Entretanto, foram registradas somente 5,7 mil (7,4%) em 2017. No Distrito Federal, foram apenas 5 mil exames (3,1%), ante um potencial total de 158,7 mil. O Amapá, por sua vez, contabilizou 260 mamografias no SUS (1,1%). O ideal seria ficar na casa dos 24 mil.

“A dificuldade para agendar e realizar a mamografia ainda é o principal motivo para o baixo número de exames”, afirma o mastologista Ruffo de Freitas Junior, coordenador do estudo, em comunicado à imprensa. “Isso, claro, além da triste realidade encontrada em hospitais com equipamentos quebrados e falta de técnicos qualificados para operá-los”, completa.

Além da dificuldade de acesso, o medo do tratamento e a dor causada pela compressão das mamas durante o exame são motivos que afastam as mulheres da mamografia. Para Frasson, esses problemas se resolvem com informação.

Atualmente, o tratamento contra o câncer é altamente personalizado e envolve menos reações adversas do que antes. Além disso, a cirurgia de reconstrução dos seios já está disponível nos hospitais públicos.

Quanto aos incômodos do exame, não dá pra negar que eles existem. Acontece que a compressão garante muito mais nitidez ao resultado. É uma dor que passa e que pode evitar um problemão mais pra frente, afirma o estudo.

Mamografia

A mamografia ou mastografia é um exame de rastreio por imagem, que tem como finalidade estudar o tecido mamário. Esse tipo de exame pode detectar um nódulo, mesmo que este ainda não seja palpável. O câncer de mama é o segundo tipo de tumor maligno mais comum entre as mulheres no Brasil e no mundo, ficando só atrás do de pele. De acordo com o Inca, ele responde por cerca de 28% dos casos novos todo ano.

Redação