Cotidiano

Após 1 ano de pandemia, Bolsonaro anuncia comitê anticovid com autoridades





Após um ano desde a eclosão da pandemia do coronavírus no Brasil, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou hoje a criação de um comitê com autoridades para discutir medidas contra a crise sanitária.

A declaração foi dada após reunião convocada sob pressão para discutir ações contra a pandemia e tentar minimizar conflitos entre ele, governadores e congressistas, no Palácio da Alvorada, em Brasília.

Não foram fixados prazos para a criação desse novo grupo, que trabalhará de forma coordenada e sob liderança política e técnica do governo federal.

"Resolvemos, entre outras coisas, que será criada uma coordenação junto aos governadores com o senhor presidente do Senado Federal. Da nossa parte, um comitê que se reunirá toda semana com autoridades para decidirmos ou redirecionarmos o rumo do combate ao coronavírus", declarou Bolsonaro.

O encontro contou com a presença ainda do presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, e de ministros, entre outros membros do primeiro escalão do governo federal. A ideia é que se chegasse a um consenso maior para que se consiga combater a pandemia de forma mais eficiente e pressionar Bolsonaro contra seu discurso negacionista.

Na fala após o encontro, Bolsonaro ressaltou a necessidade de uma vacinação em massa. Ele não mencionou, porém, o colapso em alguns hospitais por falta de insumos e as constantes reduções na previsão de recebimento de doses de vacinas contra a covid-19 pelo Ministério da Saúde.

Diferentemente de manifestações públicas anteriores, nas quais sempre afirmou que "vida e economia" andavam juntas, Bolsonaro disse hoje que a vida deve ser colocada "em primeiro lugar".

No ano passado, Bolsonaro fez pouco da vacina CoronaVac por ser chinesa e encampada por um de seus principais rivais políticos, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e protelou a compra de imunizantes da Pfizer e da Janssen por não concordar com os termos da compra, por exemplo. A compra das vacinas dessas duas últimas empresas só foi fechada na semana passada, por exemplo.

O governo federal se focou na vacina desenvolvida pela Universidade de Oxford/AstraZeneca, que está sendo aplicada no país. No entanto, o processo de produção e aplicação dela tem cronograma atrasado devido a questões técnicas.

Apesar de ter se mostrado mais aberto a estimular a vacinação em massa, Bolsonaro voltou a falar em "tratamento precoce".

"Tratamos também da possibilidade de tratamento precoce. Isso fica a cargo do ministro da Saúde, que respeita o direito e o dever do médico off-label de tratar os infectados", disse.

Bolsonaro também destacou a gravidade da situação ao declarar que "uma nova cepa, um novo vírus" surgiram no país. Ainda de acordo com o presidente, medidas tomadas pelo novo comitê, dentro de um esforço conjunto, "sem que haja qualquer conflito e politiização" do problema. "Creio que esse seja realmente o caminho para sair dessa situação."

 

Fonte: UOL