Política

CPI da Covid está travada. Pacheco se compromete a criar comitê nacional





A reunião de líderes do Senado desta quinta-feira (18) foi marcada por muita emoção e choro. Antes mesmo da morte do senador Major Olímpio (PSL-SP), os senadores foram afetados pelo agravamento da crise da covid-19. A pauta de votações da semana que vem não foi definida.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), foi mais uma vez cobrado a instalar uma CPI que apure as omissões do governo federal na pandemia. O mineiro não se comprometeu, mas disse que vai atrás do presidente Jair Bolsonaro e de representantes de outros Poderes para criar um gabinete de crise contra a doença. De acordo com relatos de líderes, a primeira reunião deve acontecer na próxima semana.

A ideia foi bem recebida pela maioria dos líderes. "Ele propôs e é provável que essa ideia tenha efervescido entre o Executivo e o Legislativo. As pessoas todas defenderam a CPI e ele apresentou essa possibilidade. Não é em substituição a CPI, mas acho que é uma grande vitória pelo esforço conjunto, acho que é uma oportunidade para reavaliar políticas, discutir prioridades, avaliar estoques", declarou o líder da maioria, Renan Calheiros (MDB-AL), declarou aoCongresso em Foco.

O alagoano afirmou que a morte de Major Olimpio faz parte de um quadro nacional e que isso precisa da organização dos principais representantes da República.

"Quadro óbvio de ocupação de leitos da UTI acima de 90%. Notícias que os insumos, o kit da intubação vai faltar em 20 dias. É preciso tomar providências imediatamente e isso exige um esforço conjunto com a participação e união de todos para o enfrentamento da pandemia e para salvar o maior número possível de vidas".

O senador Jean Paul Prates (PT-RN), líder da minoria, também viu a ideia como positiva. "Essa proposta do presidente do Senado é positiva. Começa com uma reunião, claro que é uma concertação que vai ter várias fases. Eu espero pelo menos. Conversando regularmente, vamos ter tarefas para cada área, diretrizes e tal", afirmou em entrevista coletiva.

"Me parece que é uma grande voto de confiança no novo ministro [da Saúde, Marcelo Queiroga], que é médico, que tem uma expectativa em torno dele de reverter algumas posturas do presidente da República. Ele tem um entendimento do isolamento e às vezes até o lockdown específico em algumas áreas, situações. Ele é muito próximo ao que a massa crítica em geral acredita que é dever do governo fazer", afirmou o petista sobre o substituto do general Eduardo Pazuello na gestão federal da saúde.

No entanto, Jean Paul teme que haja uma concentração de atribuições no Ministério da Saúde. "Minha preocupação é que não se aproveite. Só no ministério, tudo passe por ali. Se não, vai tolher muito as frentes, seja no nível municipal, estadual ou outras ações, que não só sejam compra de vacinas. Inclusive do Judiciário, Ministério Público etc".

Colega de partido de Major Olimpio, o deputado Delegado Waldir (PSL-GO) se pronunciou após a notícia da morte cerebral  do senador.

Questionado pelo Congresso em Foco se o partido tomaria alguma atitude para pressionar a instalação da CPI, o deputado, que já foi líder do governo Bolsonaro na Câmara, disse que basta sensibilidade do presidente da Casa para que a comissão seja criada.

“Não é questão de pressionar. Se o Pacheco tiver amor no coração, sensibilidade pela vida…  É o terceiro senador que falece. São 300 milhões de brasileiros... isso não precisa de nenhuma atitude, basta sensibilidade. A não ser que a alma e o coração do Pacheco tenham sido vendidas também para o capeta”, afirmou.

 

Fonte: Congresso em Foco