Economia

Ibovespa não resiste à piora externa e fecha em queda; dólar recua a R$ 5,56





A desvalorização do petróleo no exterior e a queda dos índices acionários norte-americanos contribuíram com o resultado negativo na bolsa

dolarFoto: Vladimir Solomyani/Unsplash

O dólar à vista caiu 0,37%, a R$ 5,5672 nesta quinta-feira (18). Na mínima, a cotação recuou 1,97%, para R$ 5,4776. Na máxima, reduziu a perda para apenas 0,02%, a R$ 5,5867. Apenas cinco moedas se valorizaram contra o dólar nesta quinta-feira. 

Na B3, o Ibovespa não resistiu à pressão exterior e fechou em queda de 1,47%, para 114.835 pontos

A reação do mercado vem após o Banco Central, através do Copom, subir 0,75 ponto percentual na taxa Selic, valor acima do esperado. Também contribuiu para o resultado negativo a desvalorização do petróleo no exterior e a queda dos índices acionários norte-americanos. 

Aqui, o Banco Central entidade também já previu novo aumento da mesma grandeza na próxima reunião, o que acalmou parte dos investidores.

O governo enviou nesta quinta-feira (18) ao Congresso uma Medida Provisória que detalha as regras do pagamento do novo auxílio emergencial.

Serão pagas quatro parcelas, de abril a julho, com valores de R$ 150, R$ 250 ou R$ 375, dependendo da família

Globalmente, o mercado também reagia ao comunicado do Fed, que manteve o juro americano entre 0% e 0,25% e apontou para um crescimento da economia e inflação locais.

Lá fora

Wall Street encerrou em forte queda nesta quinta-feira, atingida pelo aumento dos rendimentos dos Treasuries e por novas preocupações acerca da pandemia do coronavírus na Europa. As perdas nos mercados acionários norte-americanos aceleraram depois que o primeiro-ministro da França impôs um lockdown de um mês em Paris e em várias outras regiões devido à crise sanitária.

O Dow Jones recuou 0,46%, aos 32.862,37 pontos, o S&P 500 recuou 1,48%, aos 3.915,5 pontos, e o Nasdaq desvalorizou-se 3,02%, aos 13.116,17 pontos.

As ações de tecnologia são particularmente sensíveis ao aumento dos rendimento porque seu valor depende de balanços futuros, que têm descontos mais fortes quando os retornos dos títulos sobem.

As bolsas asiáticas fecharam em alta nesta quinta-feira (18), um dia após o Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) manter postura amplamente favorável à manutenção de estímulos monetários e indicar que seus juros permanecerão baixos por muito tempo ainda.

O índice acionário japonês Nikkei subiu 1,01% em Tóquio hoje, a 30.216,75 pontos, enquanto o Hang Seng avançou 1,28% em Hong Kong, a 29.405,72 pontos, o sul-coreano Kospi se valorizou 0,61% em Seul, a 3.066,01 pontos, e o Taiex registrou ganho de 0,44% em Taiwan, a 16.287,84 pontos.

Na China continental, o Xangai Composto teve alta de 0,51%, a 3.463,07 pontos, e o menos abrangente Shenzhen Composto subiu 0,87%, a 2.237,50 pontos.

Como era amplamente esperado, o Fed manteve ontem seus juros na faixa de 0% a 0,25% e disse que seguirá com uma política monetária acomodatícia até cumprir suas metas de inflação e emprego. O BC americano também sinalizou que não pretende elevar juros até o fim de 2023.

O anúncio do Fed veio num momento em que uma recente alta nos juros dos Treasuries - que acabou impulsionando os rendimentos de bônus asiáticos e europeus - alimenta temores de que pressões inflacionárias possam levar grandes bancos centrais a começar a reverter as agressivas medidas de estímulo que adotaram em reação à pandemia de Covid-19.

Ainda nesta quinta, o Banco da Inglaterra (BoE) também revisará sua política monetária. Na madrugada de amanhã, será a vez do Banco do Japão (BoJ).

Já na Oceania, a bolsa da Austrália contrariou o tom positivo da Ásia, à medida que os rendimentos de bônus do governo local saltaram em reação a dados melhores do que o esperado do mercado de trabalho doméstico.

A taxa de desemprego australiana caiu para 5,8% em fevereiro, e a previsão de analistas era que se mantivesse no patamar de 6,3% de janeiro. O S&P/ASX 200 recuou 0,73% em Sydney, a 6.745,90 pontos. 

Fonte: CNN Brasil com informações de Reuters e Estadão Conteúdo