Cotidiano

Greve dos rodoviários gera confusão entre sindicato e empresas





 

Sindicato protestou em frente à Praça da bandeira por reajuste salarial de trabalhadores e melhorias nos transportes coletivos. Ônibus tiveram pneus furados.

 

Sem negociação com as empresas que prestam o serviço de transporte coletivo no estado, o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários no Amapá (Sincotrrap) deflagrou greve e mobilizou-se, na manhã de quarta-feira (27), em frente à Praça da Bandeira, no centro de Macapá.

Manifestação gerou confusão entre o sindicato e seguranças contratados pelas empresas de ônibus. Por volta de 8h30, alguns ônibus que faziam seus trajetos foram parados pelos grevistas e tiveram pneus furados. Seguranças contratados pelas empresas foram ao local para fazer a retirada do veículo, gerando discussão entre os envolvidos.

Em entrevista concedida ao Jornal do Dia, funcionários, que não quiseram se identificar, relataram que algumas pessoas chegaram a ser agredidas durante a confusão. Além de que passageiros exigiam reembolso por ônibus parado na greve.

A confusão foi encerrada e os ônibus retirados do local. Outros transportes coletivos mudaram sua rota para não serem parados na greve. Com cartazes e microfone, o sindicato relatou as principais reivindicações da categoria, além das dificuldades enfrentadas pelos rodoviários no local de trabalho.

Na ocasião, o sindicato ressaltou a importância dos funcionários participarem do movimento, tendo em vista que, a luta é para garantir os direitos da classe. “Você também é trabalhador, o que estamos lutando aqui é para toda a categoria”.

Em vídeos divulgados nas redes sociais, passageiros cobravam o dinheiro de suas passagens nos ônibus que foram parados pela greve. Uma moça, não identifica, relata que o movimento deveria ser pacifico e deixar os ônibus passarem.

“O que era para ser pacífico se tronou uma grande confusão, não estão deixando os ônibus passarem. Cadê o direito de ir e vir? Queremos o dinheiro de nossas passagens, pois não chegamos ao nosso destino”, frisou no vídeo.

A paralisação do transporte coletivo foi anunciado na última quinta-feira (21) pelo sindicato após Assembleia Geral com os rodoviários. A greve afetou tanto o transporte municipal quanto o intermunicipal, que faz a linha Macapá/Santana. Apenas 50% dos ônibus circularam nesta quarta-feira.

Reivindicações

Desde o início do ano as empresas e os trabalhadores rodoviários vêm realizando rodadas de negociações com vistas à convenção coletiva de trabalho 2018/2019.

Uma reunião realizada na terça-feira (19) entre dirigentes do Sincottrap e Setap buscou achar um consenso sobre a convenção coletiva de trabalho 2018/2019. Os rodoviários apresentaram uma contra proposta que ficou de ser analisada pelo Setap.

Em assembleia geral realizado na quarta-feira, 20, o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amapá (Setap) ofereceu um aumento de 2% no salário-base (valor acima da inflação, cujo acumulado nos últimos 12 meses foi de 1,59%), equivalente a um aumento de R$ 32,00 e R$ 24,00 para motoristas e cobradores, respectivamente, aumento de R$ 460 para R$ 480 no auxílio-alimentação.

Além disso, outra divergência diz respeito ao auxílio-saúde, que corresponde a um repasse mensal de R$ 27.500 feito ao Sincottrap para assistência aos rodoviários. O valor pactuado foi ampliado para R$ 30 mil, estendendo para sócios e não sócios e sendo dividido para todas as empresas. Os rodoviários ainda destacam que o valor referente a assistência está atrasado desde de setembro de 2017.

De acordo com o sindicato, a decisão foi unanime pelos trabalhadores que exigiram melhorias para trabalhar. Além disso, os rodoviários declararam que 2% é pouco se comparado aos lucros que as empresas tiveram após o aumento da passagem. O Sincottrap está cobrando um aumento de 6%. Auxílio alimentação de R$ 500, vale refeição R$ 12,00 e auxílio saúde no valor de R$ 50 mil.

 Redação