Política

Bolsonaro volta a atacar recomendação da OMS de isolamento: Chega de mimimi





Quando se fala, "essa atividade é essencial, aquela não"... atividade essencial é toda aquela necessária para o chefe de família levar o pão pra dentro de casa, porra"Jair Bolsonaro, presidente do Brasil

Bolsonaro também voltou a criticar a imprensa, chamando a mídia de "partideco político de esquerda". "Será que hoje à noite vai dizer que eu estava sem máscara de novo?", afirmou. O presidente ficou sem equipamento de proteção facial contra coronavírus durante todo o evento.

Ele ainda reclamou de governadores e prefeitos, que tomaram medidas de restrição e circulação de pessoas para evitar que o vírus se espalhe e cause mais mortes. O presidente ironizou as aglomerações nas quais costuma participar ou incentivar e defendeu que os políticos devam ir "para o meio do povo". "Não fiquem me acusando de fazer aglomeração, aqui tem aglomeração, em todo lugar tem."

Incorretamente, Bolsonaro diz não ter poder

Bolsonaro também voltou a fazer afirmações incorretas durante o discurso em Goiás. Ele disse: que a OMS não recomenda o isolamento físico; que a compra de vacinas estava condicionada à aprovação da Anvisa; que teve seus poderes retirados atuar na pandemia; e que o país é o que mais vacina no mundo.

Bolsonaro ainda disse que "muita gente" não quer apurar quem foi o responsável pela facada que recebeu em setembro de 2018. "Até hoje nunca foi descoberto o responsável porque tinha muita gente, e ainda tem , que não quer apurar a verdade." No entanto, dois inquéritos da Polícia Federal concluíram que Adélio Bispo, que está condenado e preso até hoje, foi o autor do crime e que ele agiu sozinho.

Sem citar o STF (Supremo Tribunal Federal), como fez ontem, Bolsonaro disse que deseja que seu poder seja "restabelecido".

Eu fui eleito para comandar o Brasil. Espero que esse poder me seja restabelecido, porque sou um democrata"Jair Bolsonaro

Na verdade, o Supremo não tirou poderes do presidente, mas afirmou que, em questões de saúde pública, sua atuação é "concorrente" com a de prefeitos e governadores.

O presidente disse que não existem vacinas para compra no mundo todo. "Por que vocês não falam em vacina em países da África ou América do Sul? Porque não tem dinheiro, não tem economia". Ele defendeu o uso de tratamento "off label", com o qual costuma se referir a remédios sem eficácia no combate ao coronavírus. Também voltou a dizer que uma comitiva irá ao exterior acompanhar estudos para um spray contra a covid-19.

Ministro também minimizou aglomerações

A cerimônia teve a participação dos ministros Onyx Lorenzoni (Secretaria Geral), Augusto Heleno (GSI), Tarcísio Freitas (Infraestrutura) e Fábio Faria (Comunicações), que discursou sobre o leilão do 5G. Fábio Faria ainda defendeu as aglomerações feitas por Jair Bolsonaro, dizendo que elas envolveriam apenas cerca de dez pessoas, embora elas envolvam muito mais apoiadores do que as estimadas pelo ministro

O vice-governador de Goiás, Lincoln Tejota (Cidadania), representou Ronaldo Caiado (DEM), que está com infecção urinária. Ele pediu a duplicação da rodovia BR-153.

Fonte: UOL