Cotidiano

Com 48,5%, Amapá apresenta uma das maiores taxas de mortes no país





 

Nos últimos 10 anos, estado registrou mais de 2 mil mortes neste período. Outras seis unidades federativas das regiões Norte e Nordeste estão com as maiores taxas de mortes neste período.

 

De 2006 a 2016, o Amapá apresentou um crescimento de 48,5% de mortes registradas no país. Segundo dados do Atlas da Violência 2018, levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, o Amapá está entre os sete estados que apresentaram os maiores índices de homicídios neste período. O levantamento foi divulgado na terça-feira (05).

Segundo o Atlas da Violência, a evolução das taxas de homicídios entre as Unidades da Federação foi bastante heterogênea. Os estados de Sergipe (64,7%), Alagoas (54,2%), Rio Grande do Norte (53,4%), Pará (50,8%), Amapá (48,5%), Pernambuco (47,3%) e Bahia (46,9%), todos das regiões Norte e Nordeste, apresentaram as maiores taxas de homicídios por 100 mil habitantes.

Em relação ao Amapá, é possível perceber que o índice se manteve estável entre 2006 a 2015, com poucas variações. Entretanto, em 2016, houve um salto na taxa de mortes registradas no estado. Em números absolutos, o Amapá registrou de 2015 a 2016, uma variação de 27,4%. Já nos últimos cinco anos, de 2011 a 2016, a variação foi de 59,9%.

Em relação ao número de homicídios, o estado apresentou uma taxa de 88,6% com 2.651 mortes registradas nos últimos 10 anos. Já de 2015 para 2016, o estado teve uma variação de 30%.

Jovens mortos

O Atlas da Violência mostra, ainda, o índice de jovens, de 15 a 29 anos, mortos por unidade federativa nos últimos anos. De acordo com os dados, houve aumento na quantidade de jovens assassinados em 2016 em vinte estados. Acre e Amapá apresentaram as maiores variações entre 2015 e 2016, com 84,8% e 41,2%, respectivamente. Em todo o Brasil, foram 33.590 jovens assassinados neste ano, sendo que 94,6% do sexo masculino.

Se tratando da taxa de homicídios de jovens, por grupo de 100 mil habitantes, em 2016, o Amapá apresentou 101% de crescimento, estando, inclusive, acima da média nacional de 65,5%. Sergipe foi o estado que apresentou a maior taxa, com 142,7%.

Em relação ao número de homicídios de jovens, o Amapá apresentou uma variação de 82%, com 1.652 mortes registradas nos últimos 10 anos. Já de 2015 para 2016, o estado teve uma variação de 41,2%.

Homens mortos

Quando se observa o gênero deste jovem, o Amapá apresenta a 6ª maior taxa de homens mortos no país em 2016, com 196,6%. Em termos de variação da taxa de homicídios de jovens homens, o país apresentou, em 2016, elevação de 8,0% em relação ao ano anterior. O estado do Acre segue despontando com a maior elevação no ano de 2016, 89,4%, seguido pelo Amapá, com 39,7%.

Sobre a taxa de homicídios de negros, por 100 mil habitantes, o Amapá apresentou uma variação de 51,5% nos últimos 10 anos. Entre 2015 a 2016, a variação foi de 32,6%. Em contrapartida, o estado é um dos registraram taxas de homicídios entre não negros baixa, com 7,8%. Os dados evidenciam a desigualdade racial vivida no país.

Morte de mulheres

O Amapá registrou uma variação de 30,8%, com 173 mulheres mortas nos últimos 10 anos, uma variação ficando acima da média nacional, registrada em 15,3%. Entre 2015 a 2016, o estado teve uma queda de 5,6%.

Sobre a taxa de homicídios de negras, por 100 mil habitantes, o Amapá apresentou uma variação de 10,4% nos últimos 10 anos. Entre 2015 a 2016, a variação foi de 6,4%. Em contrapartida, o estado apresentou uma queda considerável nas taxas de homicídios entre não negras, com -37,7%.

Monitor da Violência

Entre janeiro a março deste ano, o Amapá registrou 82 mortes violentas. Os dados divulgados pela Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública (Sejusp) fazem parte do “Monitor da Violência”, elaborado pelo portal de notícias G1 Nacional. A nível nacional, foram mais de 11 mil pessoas mortas neste período.

O levantamento contabiliza os homicídios dolosos, latrocínios e lesões corporais seguido de mortes, que juntos, compõe o chamado crimes violentos. Segundo os dados, janeiro foi o mês com mais índices de assassinatos, registrando 31 crimes, com média de um por dia. Deste quantitativo, 27 foram homicídios dolosos, três latrocínios e um lesão corporal seguido de morte.

Em fevereiro, o mapa registrou uma queda se comparado com o mês anterior, onde foram 24 crimes, sendo que 21 casos de homicídios dolosos e três lesões corporais seguidas de mortes. Já em março, o índice voltou a subir e registrou 27 crimes violentos, todos homicídios dolosos.

Entre os casos registrados em março está a morte do fisioterapeuta Edenildo dos Santos Barreto, de 27 anos, executado com 9 tiros na praça da Orla de Macapá.

O outro caso registrado foi a morte do policial militar, Amauri do Nascimento Barros, morto com dois tiros após sair de uma festa. Na época, a Polícia Civil suspeitava de latrocínio, tendo em vista que, o militar morreu próximo de seu carro e sua arma não foi encontrada. Uma pessoa suspeita de cometer o crime foi presa.

Dados de 2017

Em 2017, o Amapá registrou 318 mortes violentas, um taxa de 39,9% por um índice de 100 mil habitantes. Comparado com o ano anterior, é possível perceber que o índice registrou uma queda de 2,2%.

Deste quantitativo, 299 foram homicídios dolosos, 14 latrocínios e 5 lesões corporais seguidas de mortes.

 Redação