Economia

Fim do auxílio e pandemia fazem varejo ter pior dezembro da história, diz IBGE





As vendas no varejo brasileiro recuaram 6,1% em dezembro na comparação com o mês anterior e subiram 1,2% sobre um ano antes, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (10).

Trata-se da pior variação para dezembro da série histórica que teve início em 2000. Entre as explicações, estão o fim do auxílio emergencial em dezembro e os impactos nefastos da pandemia para o bolso dos brasileiros, de acordo com o diretor do CNN Brasil Business, Fernando Nakagawa.

Já no acumulado do ano, a alta de 1,2% é a menor desde 2016, quando o varejo recuou 6,2%. A expectativa em pesquisa da Reuters era de queda de 0,5% na comparação mensal e de avanço de 6% sobre um ano antes.

Todas as dez atividades do comércio varejista, contando com varejo ampliado, fecharam dezembro com queda frente a novembro. Artigos de uso pessoal e doméstico caíram 13,8%, enquanto tecidos, vestuário e calçados recuaram 13,3%. Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação tiveram queda de 6,8%, assim como móveis e eletrodomésticos caíram 3,7%. Na lista ainda aparecem livros, jornais, revistas e papelaria, com recuo de 2,7%, além de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos com queda de 1,6%, combustíveis e lubrificantes com declínio de 1,5% e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo com recuo de 0,3%.

No varejo ampliado, a queda em veículos, motos, partes e peças foi de 2,8% enquanto em material de construção, o recuo foi 1,8%.

O cenário é diferente no acumulado anual de 2020. Cinco setores tiveram alta: material de construção (10,8%), móveis e eletrodomésticos (10,6%), artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (8,3%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (4,8%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (2,5%).

Para André Perfeito, economista-chefe da Necton, as vendas no varejo em dezembro foram um total desastre. "A queda na margem foi de nada menos que 6,1% enquanto a projeção mediana era de -0,8%. Este resultado confirma a hipótese da recuperação em raiz quadrada, ou seja, depois da volta em V a retirada de incentivos estagnou a economia", afirmou.

Fonte: Agência Brasil com Reuters