Cotidiano

Justiça do Amapá celebra os 263 anos de Macapá





“Meu endereço é bem fácil, é ali no meio do mundo”, define a letra do compositor Zé Miguel. Macapá, a única capital brasileira por onde passa a Linha do Equador, nascida com o nome de Adelantado de Nueva Andaluzia, em 1544, quando o Rei da Espanha, Carlos V, concedeu a Francisco Orellana este lugar, neste 04 de fevereiro celebra seus 263 anos. O grande navegador naufragou e jamais chegou por aqui. Mas, ao longo de dois séculos e meio, milhares de pessoas chegaram e, junto com os povos originários desta terra, ergueram uma sociedade rica em referências culturais, sábia na relação com o meio ambiente e acolhedora no trato humano. “Sou uma desses milhares de pessoas, e agradeço a bênção de ter vindo para Macapá nos idos de 1991, após aprovação no 1º Concurso Público para Magistrados realizado pelo Poder Judiciário local, recém-instituído”, disse o desembargador João Lages, presidente do Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP). “Aqui encontrei generosidade, beleza, amigos e um povo ávido por crescer, mantendo uma simplicidade sem igual que o torna diferenciadamente humano”, destacou ainda o magistrado. “Moro no bairro do Laguinho, um dos mais tradicionais da cidade, o que me imprime ainda mais o orgulho de ser macapaense por adoção e enraíza o amor que tenho por este lugar”, complementou.

Em 04 de fevereiro de 1758, o Adelantado de Nueva Andaluzia, agora sob a posse portuguesa, recebe o nome de Vila de São José de Macapá, fundada pelo governador geral do Estado do Grão-Pará, capitão general Francisco Xavier de Mendonça Furtado, quando estabeleceu um destacamento militar, criado em 1738, erguendo o Pelourinho como marco de fundação na Praça São Sebastião, atual Praça Veiga Cabral.

Ali começou Macapá, a capital do estado do Amapá, cidade que cresceu sem perder o jeito de cidade-menina. Localizada no litoral do rio Amazonas, tem nas águas do rio-mar sua identidade profunda, é ribeirinha por excelência. Em cada cais de sua orla aportam frutas, peixes, camarão e toda sorte de produtos que enriquecem a peculiar culinária regional. Aportam também pessoas vindas das mais diversas ilhas e recantos da floresta, trazendo um tesouro de sotaques, conhecimento e esperança.

Cidade de fé, tem no padroeiro São José, erguido sobre a Pedra do Guindaste, seu guardião maior. Acorda com o sol flamejando sobre as águas do Amazonas, iluminando o centro histórico, com a Fortaleza de São José de Macapá, a velha Intendência e a Matriz do patriarca, e descansa no entardecer de um pôr-do-sol que doura as águas do Lago do Quilombo do Curiaú. É mágico esse lugar, onde o vento sopra incessante, sábio de que o calor úmido segue obstinado por todas as estações do ano.

Macapá é o “Lugar da Chuva”, como o título da obra literária da escritora Luli Rojanski. Pela força da natureza ela se expressa durante metade do ano, em forma de respingos suaves e também de “toró” bravio, acompanhado por trovões e tempestades. Terra de natureza eloquente e extrema, que ainda resiste em proteger seus mistérios bem guardados pelos povos indígenas e populações tradicionais. Segredos de cura, de fauna e flora abundantes, cachoeiras vibrantes e esconderijos paradisíacos.

E para aqueles que ainda não tiveram a oportunidade de visitar, conhecer ou morar em Macapá, fica o convite. “É fácil o meu endereço, vá lá quando o sol se pôr. Na esquina do rio mais belo, com a Linha do Equador”.

Fonte: Justiça do Amapá - Assessoria de Comunicação Social - Márcia Corrêa