Política

Bolsonaro cumprimenta Biden e exalta relação 'sólida' entre Brasil e EUA





O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cumprimentou o recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, exaltando a relação entre os dois países e citando valores, segundo ele, em comum, como a defesa da democracia e liberdades individuais.

"Cumprimento Joe Biden como 46º presidente dos EUA. A relação Brasil-EUA é longa, sólida e baseada em valores elevados, como a defesa da democracia e das liberdades individuais. Sigo empenhado e pronto para trabalhar pela prosperidade de nossas nações e o bem-estar de nossos cidadãos", escreveu Bolsonaro em uma rede social.

O presidente ainda divulgou a carta enviada a Biden, em que diz que brasileiros e norte-americanos estão unidos por "estreitos laços de fraternidade". Bolsonaro listou o que considera serem interesses em comum na economia, no combate à corrupção e no desenvolvimento sustentável, como o compromisso como o Acordo de Paris, ao qual o americano prometeu retornar.

"É minha convicção que, juntos, temos todas as condições para seguir aprofundando nossos vínculos e agenda de trabalho, em favor da prosperidade e do bem-estar de nossas nações", acrescenta Bolsonaro. "Ao desejar a Vossa Excelência pleno êxito no exercício de seu mandato, peço que aceite, senhor presidente, os votos de minha mais alta estima e consideração."

Bolsonaro foi o último líder dos países do G-20 a reconhecer a vitória de Biden nas eleições de 3 de novembro. O brasileiro parabenizou o democrata em 15 de dezembro, enquanto a maioria dos chefes de Estado se manifestou em 7 de novembro, quando Biden foi declarado vencedor pelas projeções dos veículos de imprensa.

Antes de reconhecer a vitória do democrata, Bolsonaro se colocou ao lado de Donald Trump, defendendo — sem provas — a tese infundada de que houve fraude na eleição, apesar de a Justiça americana ter recusado dezenas de recursos feitos pela campanha do republicano. Mesmo após parabenizar Biden, Bolsonaro voltou a falar em fraude em 7 de janeiro deste ano.

Sem pompa, sem Trump

Aos 78 anos, Biden se tornou o presidente americano mais velho da história em uma cerimônia de posse que foi, em grande parte, despojada de pompa e circunstância habitual, devido à pandemia e às preocupações com a segurança após o ataque ao Capitólio, no último dia 6, que deixou cinco mortos.

Aliado de Bolsonaro, o agora ex-presidente Donald Trump se recusou a se encontrar com Biden e comparecer à posse, desrespeitando um último protocolo em seu caminho antes de deixar a Casa Branca e rompendo com uma tradição política vista como um símbolo da transferência pacífica de poder.

O republicano, que nunca admitiu a derrota na eleição, não mencionou Biden pelo nome em suas declarações finais como presidente, feitas na manhã de hoje, quando exaltou o histórico de seu governo e prometeu voltar "de alguma forma". Ele embarcou no Air Force One pela última vez e foi para seu resort em Mar-a-Lago, na Flórida.

 

Fonte: UOL