Cotidiano

Amapá vive 2ª onda da Covid-19 e restrição em portos e aeroportos não está descartada, diz SVS





Superintendência de Vigilância em Saúde aponta alta de 183% nas mortes pela doença entre novembro e dezembro e a ocupação de leitos acima de 80%.

Com aumento nas médias de casos e mortes por Covid-19 nas primeiras duas semanas de 2020, o Amapá entrou na segunda onda da Covid-19, de acordo com avaliação do chefe da Superintendência de Vigilância em saúde do estado, Dorinaldo Malafaia. 

O novo estágio da pandemia no Amapá, segundo ele, exige medidas mais duras de restrição para evitar aglomerações e reduzir os riscos em atividades econômicas e sociais. 

"Temos a entrada do Amapá em segunda onda, bem no início mais em segunda onda de coronavírus. A partir disso, as decisões que serão tomadas vão seguir uma rigidez de acordo com esse cenário epidemiológico", declarou Malafaia. 

Na quarta-feira (13), através de redes sociais, o governador Waldez Góes (PDT) anunciou que na sexta-feira (15) vai alinhar com as prefeituras os termos para um novo decreto estadual, que passará a valer a partir de sábado (16) - o atual vence nesta sexta, com restrições de circulação de pessoas em praças, calçadas e logradouros públicos após às 22h.

Malafaia, em entrevista na manhã desta sexta ao programa Estação de Notícias, da CBN Macapá, declarou que não estão descartadas fiscalizações mais intensas em portos, aeroportos e rodoviárias para coibir a livre circulação de pessoas. 

"Não descartamos o controle mais rígido do fluxo dos portos, no que diz respeito a esse trânsito que ocorre com Amazonas, Santarém e Pará, não descartamos também a fiscalização intensa no aeroporto de Macapá. E também a fiscalização mais intensa nas medidas de distanciamento social. Isso tudo que precisamos fazer agora é preventivo para evitar essa tragédia que está acontecendo em Manaus", ressaltou. 

Sobre os indicadores calculados pela Vigilância e que endossam a entrada na segunda onda, o superintendente aponta a alta na ocupação dos leitos para Covid-19 que supera os 80%, além do aumento de 138% no número de mortes pela doença entre novembro e dezembro

O último mês do ano foi o pior desde julho na incidência de infectados e óbitos. Em dezembro, Malafaia acredita que as reuniões familiares e de amigos nas festas de fim de ano foram cruciais para a disseminação do vírus, assim como aglomerações em praças e balneários. 

"Tenho certeza. Avaliamos os picos de oscilações e eles são em decorrências de pontos, seja de festividades, feriados, aglomerações. Não chegamos ainda no ápice dos dados desse mês, mas vamos chegar a esse ponto, por causa das festas de fim de ano", avaliou. 

Sobre a recomendação do Comitê Judicial da Saúde, do Tribunal de Justiça do Amapá (Tjap) para aplicação de "lockdown" no estado, com base nos dados de incidência, Dorinaldo não descartou a medida, mas que será avaliada pelo governo. 

O chefe da SVS citou ainda a situação do Amazonas, que vive um colapso na rede de saúde com recorde de mortes e enterros. A capital do estado, Manaus, está com falta de abastecimento de oxigênio e pediu ajuda a outros estados, inclusive para receber pacientes

Dorinaldo declarou que, no momento, não há como o Amapá colaborar com o estado em função da situação de alta de casos encarada no momento.

Fonte: G1