Saúde

Amapaenses fora do Brasil contam experiência de serem vacinadas contra a Covid-19





Médica na Itália e professora aposentada nos Estados Unidos tomaram a primeira dose do imunizante e se dizem esperançosas pela chegada ao Brasil.

Com a expectativa da aprovação e aplicação das primeiras doses em território nacional, a vacinação contra a Covid-19 já é realidade para vários brasileiros pelo mundo, por onde a imunização já começou. Entre os felizardos, duas amapaenses, que vivem na Itália e Estados Unidos. Ambas relataram o ambiente e vivência nas cidades em meio aos riscos do novo coronavírus. 

Em comum entre a médica Larissa Ghammachi, de 32 anos, e a professora aposentada Marília Récio, de 69 anos, está o desejo de que a vacina chegue de forma rápida ao Brasil e que parentes, amigos e a população como um todo seja prevenida na pandemia. 

A primeira a ser imunizada foi Larissa, no dia 9 de janeiro. Nascida em Macapáe vivendo na cidade italiana de Pescara, ela diz que recebeu a vacina da Pfizer, desenvolvida em parceria com a BioNTech. O prazo entre as duas doses é de 21 dias.

A médica diz que foi uma das primeiras a receber por estar na linha de frente. Atuando na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) de um hospital da rede pública, ela conta que encarou de frente os efeitos da Covid-19 entre os pacientes que tratou, a maioria acima dos 50 anos. 

"Aqui teve um plano de vacinação bem certinho feito pelo governo e soubemos que no dia 2 de janeiro a vacinação seria em todo o país. Cada região disponibilizou um site e eu me inscrevi. Começou pelos profissionais de saúde. Quando soube fiquei muito feliz, não via a hora de fazer, fiquei muito animada e não tive nenhuma reação a não ser uma leve dor no braço", relatou. 

Larissa reforça que a imunização em nenhum momento descartará hábitos simples de prevenção que devem ser continuados, como o uso de máscara, as medidas de higiene e o distanciamento social. 

"Como médica recomendo que todos vocês tomem, quem puder, independente da vacina que chegue no estado, seja da Fiocruz, seja do Butantan, não existe a melhor vacina. Nesse caso, que estamos numa pandemia muito grave, a melhor vacina é a que está mais perto da gente. Não tenham medo, se tiver, se informe, pergunte a um medico informado e atualizado", completa.

A professora Marília Récio, com quase 70 anos, foi a primeira imunizada entre os parentes. Moradora de Macapá, ela deixou o Amapá em maio com o marido para manter o isolamento numa casa da família no estado americano da Flórida. 

"Quando eu me propus a vir para cá, eu disse que só ia sair daqui vacinada. Não sei de que jeito, que iria conseguir, mas só iria vacinada. Busquei a todo tempo, sites, hospitais e me mandavam aguardar que eu iria entrar numa lista", contou. 

E o dia veio, na manhã de 12 de janeiro ela recebeu um telefonema e se deslocou até um hospital onde foi imunizada com a vacina da Moderna. Aliviada, ela aguarda até fevereiro, quando tomará a segunda dose. 

"Tem muita gente que não acredita, que a vacina vai causar problema. Nós temos que acreditar na ciência. Estudam muito para se chegar a fazer uma vacina dessas. Temos que confiar, ter fé, que tudo vai dar certo. Eu confio demais na ciência", completou.

Agora o desejo de Marília é que a imunização chegue mais rápido possível ao Brasil para que os demais familiares sejam vacinados, especialmente a mãe dela, de 97 anos. 

"Eu oro por isso, que os nossos governantes tomem pulso firme nisso e que se proponham a fazer o melhor e mais rápido possível para trazer a vacina. Não é o álcool, não é a máscara, o cuidado que a gente tá tendo que vai acabar com a pandemia. Quem vai acabar é a vacina", enfatizou.

Fonte: G1 Amapá - John Pacheco