Política

'Ninguém me pressiona', diz Bolsonaro sobre Brasil estar atrás na vacinação





O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou hoje que não se sente pressionado pelo fato de outros países já terem iniciado a vacinação contra o coronavírus enquanto o Brasil ainda não tem um prazo definido para vacinar a população.

"Ninguém me pressiona para nada, não dou bola para isso. É razão, razoabilidade, é responsabilidade com o povo, você não pode aplicar qualquer coisa no povo", disse Bolsonaro, durante passei por bairros de Brasília na manha de hoje. Países como Estados Unidos, Chile e México já começaram a vacinação da covid-19.

Bolsonaro também afirmou que "alguns não querem respeitar" a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) sobre a liberação do uso de vacinas contra o novo coronavírus.

O presidente não especificou a quem se referia, mas sua fala se insere na disputa política travada pelo Planalto em torno da vacinação da covid-19.

"Já assinei MP [Medida Provisória] de R$ 20 bilhões e entre eu e a vacina tem uma tal de Anvisa que eu respeito e alguns não querem respeitar, é só isso", disse Bolsonaro.

O presidente se referiu à edição da Medida Provisória, no último dia 17, que destina R$ 20 bilhões para aquisição de vacinas contra o coronavírus e outros itens necessários para a campanha de imunização.

A MP ainda será avaliada pelo Congresso Nacional, quem tem a prerrogativa para aprovar o texto, derrubá-lo ou alterá-lo.

A expectativa do Ministério da Saúde é que a população comece a ser imunizada em meados de fevereiro.

Ainda não há uma vacina aprovada pela Anvisa para uso no país.

Entre os imunizantes que poderão ser comprados pelo governo está a CoronaVac, de origem chinesa e fabricada em parceria com o Instituto Butantan (SP). O Ministério da Saúde está finalizando um acordo para adquirir 46 milhões de doses da vacina.

Também estão na mira do governo a compra da vacina desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca em parceria com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e a Universidade de Oxford, e a vacina da farmacêutica norte-americana Pfizer.

Bolsonaro voltou a afirmar que as fabricantes das vacinas desenvolvidas para a covid-19 não se responsabilizam por eventuais efeitos adversos do imunizante. Esse argumento foi utilizado pelo governo para cogitar a exigência de que as pessoas assinem um termo de consentimento para receber o imunizante.

"Em tudo que eu vi até agora de vacina que poderão ser disponíveis tem uma cláusula que diz o seguinte: eles não se responsabilizam por qualquer efeito colateral", disse o presidente.

Perguntado por jornalistas se a menção se referia apenas ao imunizante da Pfizer, Bolsonaro afirmou que a exigência se aplica a todas as vacinas.

"Todas elas, pelo que eu vi até agora, todas elas", disse Bolsonaro.

Até o momento, esse tipo de exigência não foi tornada pública por outras fabricantes de vacinas além da Pfizer.

O ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, afirmou que a assinatura do termo de consentimento seria necessário apenas para as vacinas que tiveram o uso autorizado de forma emergencial, e não mais quando os imunizantes obtiverem o registro definitivo pela Anvisa.

Passeio sem máscara por Brasília

Sem máscara e acompanhado por seguranças, o presidente Jair Bolsonaro foi a uma lotérica ao fim da manhã deste sábado (26).

O estabelecimento escolhido fica no Cruzeiro, um bairro de Brasília localizado a 11 quilômetros no Palácio do Alvorada, residência oficial do chefe do Executivo.

Após fazer um jogo, esteve em uma padaria, onde tomou um café. Bolsonaro ouviu felicitações de alguns apoiadores para o ano de 2021.

O presidente permaneceu no Distrito Federal neste final de semana, mudando os planos iniciais de ir até Guarujá, no litoral de São Paulo. A viagem ao litoral deve ocorrer na segunda-feira (28).

*Com informações do Estadão Conteúdo.

Fonte: UOL