Política

Waldez Góes e outros políticos foram impedidos de visitar Lula





 

Um grupo de nove governadores e três senadores estiveram reunidos na tarde de terça-feira (10) na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba, com o objetivo de visitar o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva, onde está preso desde a noite do último sábado (07). No entanto, a Justiça negou o pedido de visita, alegando que as visitas têm dias específicos para serem feitas.

Ao todo, 11 governadores, 3 senadores e um ex-deputado compõe a comitiva que solicitou a visita ao petista. No entanto, somente nove governadores compareceram foram a Curitiba, entre eles o governador do Estado do Amapá, Waldez Góes (PDT); do Acre, Tião Viana (PT); de Alagoas, Renan Filho (PMDB); da Bahia, Rui Costa (PT); do Ceará, Camilo Santana (PT); do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB); da Paraíba, Ricardo Coutinho (PSB); de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) e do Piauí, Wellington Dias (PT).

Entre os senadores estavam Roberto Requião (PMDB), Gleisi Hoffmann (PT) e Lindbergh Farias (PT).

Em nota, o governador do Estado do Amapá, Waldez Góes frisou que a iniciativa era um gesto de solidariedade ao ex-presidente. “Viemos trazer ao ex-presidente Lula nossa solidariedade pela sua trajetória de lutas e porque fez muito pela Amazônia - historicamente esquecida -, pelo Amapá e pelo povo brasileiro. A hora é de serenidade e de união pela manutenção das garantias democráticas”, afirmou.

Em seu despacho, a juíza Carolina Moura Lebbos afirmou que “com o efetio, não há fundamento para a flexibilização do regime geral de visitas do próprio à carceragem da Polícia Federal. Desse modo, deverá ser observado o regramento geral. Portanto, incabível a visitação das pessoas indicadas na petição de evento 4. Indeferido o requerimento”, concluiu a magistrada.

Em entrevista ao portal de notícias UOL, o governador do Maranhão, Flávio Dino frisou que a Justiça Federal descumpriu a Lei de Execução Penal ao impedir a visita da comitiva.

No entanto, a Polícia Federal ressaltou que até quatro parentes de primeiro e segundo grau podem visitar os presos. A visita acontece todas às quartas-feiras, em um período pela manhã e outro a tarde. Além disso, o órgão frisou que a Lei de Execução Penal diz que companheiros, parentes e amigos podem visitar os presos em dias determinados.

A comitiva disse ainda que antecipou o dia da visita por achar que o pedido seria deferido. Após serem impedidos de visitar o ex-presidente, os políticos deixaram uma carta, assinada por todos, para ser entregue à ele.

Em um trecho do texto, eles falam da intenção de visita e ressaltam que estão ao seu lado. “Estivemos aqui e sempre estaremos ao seu lado, firmes na luta. Infelizmente, a Lei de Execução Penal não foi cumprida adequadamente e não podemos abraça-lo pessoalmente. Mas, por nosso intermédio, milhões de brasileiros e brasileiras estão solidários e sendo sua voz por um Brasil justo, democrático, soberano e livre”.

Sem privilégios

Na última segunda-feira (09), o juiz federal Sérgio Moro, da 13º Vara Federal, determinou que o ex-presidente não deveria ter nenhum privilegio em relação às visitas, sendo assim, aplicado o regime geral de visitas da carceragem da Polícia Federal.

A determinação é para não inviabilizar o funcionamento da repartição pública, afirmou Moro. Além disso, ele determinou que Lula deverá receber visitas somente nas quartas-feiras, com exceção de seus advogados que podem vê-lo o dia que desejar.

As visitas deverão ocorrer no horário de 8h30 às 11h30 e das 13h30 às 17h30, em grupos de até três pessoas.

Apesar da determinação, ainda não está confirmado se o ex-presidente já poderá receber visitas nesta quarta-feira (11).


Redação