Cotidiano

Apagão que atingiu Amapá e outros estados foi causado por falha humana





 

A queda de energia que atingiu vários estados do país no último dia 21 foi causado por uma falha humana, informou o Operador Nacional de Sistema Elétrico (ONS). De acordo com o órgão, a primeira versão da nota técnica apontou um ajuste de proteção indevido no disjuntor da Subestação Xingu, no Pará. O apagão atingiu mais de 70 milhões de pessoas das regiões Norte e Nordeste.

No Amapá, 15 municípios ficaram sem energia, exceto Oiapoque, que é abastecido por uma usina termelétrica. Em Macapá, a falta de energia causou transtorno aos moradores, principalmente no trânsito, onde vários congestionamentos foram registrados. Além disso, estudantes foram liberados mais cedo das escolas e operadoras de telefonia não estavam funcionando.

No dia do ocorrido, a ONS emitiu uma nota informando que o apagão teria sido ocasionado por uma “perda de carga”.

“Uma perturbação no SIN causou o desligamento de cerca de 18.000MW, majoritariamente localizados nas regiões Norte e Nordeste, correspondendo a 22,5% da carga total do SIN naquele momento”, dizia um trecho da nota.

De acordo com o diretor-geral, Luiz Eduardo Barata, em entrevista concedida à Agência Brasil, a empresa Belo Monte Transmissão de Energia (BMTE) não repassou a ONS o que havia estabelecido o limite de segurança no disjuntor.

“Como desconhecia o ajuste, o operador determinou a passagem de uma carga superior ao limite, e o sistema interrompeu a circulação de corrente entre os dois lados da subestação, causando um excesso de geração de energia elétrica de um lado e falta do outro. A falha é humana, porque alguém programou o ajuste, e esse ajuste foi um ajuste indevido", explicou Barata.

Todo o problema desequilibrou o sistema que gerou o desligamento da energia em quase 98% das linhas de transmissão do Nordeste e 86% do Norte.

Um problema adicional fez o blecaute tomar dimensão maior na região Nordeste: duas unidades na Usina Hidrelétrica de Paulo Afonso, na Bahia, foram desligadas por descoordenação no sistema de proteção.

O ONS informou que o problema já foi solucionado. Como medida de prevenção, a Subestação do Xingu passou a ter dois disjuntores, funcionando com um sistema de alarmes, em vez de desligarem caso ocorra uma sobrecarga no sistema.

O relatório do ONS foi enviado aos agentes envolvidos. Em um prazo de 15 dias, o operador apresentará a versão final do relatório à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que responsabilizará e definir as possíveis punições aos envolvidos no apagão.

 
Redação