Política

Terminou o jogo: Lula é preso





Após um impasse que durou dois dias,  o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi preso pela Polícia Federal na noite de sábado (07). Ele foi condenado há 12 anos e 1 mês, com início em regime fechado, pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção envolvendo o caso do triplex, em Guarujá. A prisão de Lula repercutiu na mídia internacional.

Na quinta-feira (05), o juiz federal Sérgio Moro determinou a prisão de Lula após ele ter um pedido de habeas corpus negado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Na determinação, Lula tinha até às 17h de sexta-feira (06) para se apresentar voluntariamente à Polícia Federal, em Curitiba. No entanto, o ex-presidente optou por não comparecer.

Com a decisão, a Polícia Federal deveria cumprir o mandado de prisão, que aconteceu somente neste sábado após negociação com a defesa do ex-presidente. Lula não era considerado foragido, pois o prazo encerrado era para entrega voluntária.

O ex-presidente foi preso na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, em São Bernardo Campo, onde estava desde a última quinta-feira com família e líderes do Partido dos Trabalhadores (PT).

Lula foi encaminhado para a sede da Polícia Federal, onde permanecerá em sala reservada para que inicie o cumprimento da pena, ficando separado dos demais presos para não correr risco de integridade moral ou física. No despacho, Sérgio Moro determinou a execução da pena de prisão contra os ex-executivos da OAS José Adelmário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro, e Agenor Franklin Magalhães Medeiros. Os dois já estão presos na carceragem da PF em Curitiba.

Prazos

O prazo para que Lula se apresentasse na sede da Polícia Federal expirou às 17h de sexta-feira. No entanto, o ex-presidente optou por não comparecer e decidiu permanecer no prédio do sindicato.

A defesa de Lula aguardava a decisão sobre o pedido de habeas corpus solicitado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), que foi negado.

Após expirado o prazo, a polícia estava autorizada a cumprir o mandado de prisão. Entretanto, negociações com a defesa de Lula definiram que a entrega seria feita neste sábado. A defesa entrou com um novo pedido de habeas corpus, desta vez no Supremo Tribunal Federal, que novamente foi negado.

Durante o dia, o ex-presidente participou de uma missa e discursou, por 55 minutos, para centenas de militantes que o acompanhava na sede do sindicato. Na ocasião, ele negou os crimes pelos quais foi condenado e ressaltou que iria se entregar à polícia para provar sua inocência. Além disso, o petista questionou a decisão da Justiça. “Quem quiser votar com base na opinião pública largue a toga e vá ser candidato. Escolha um partido político e vá ser candidato”.

Por volta de 17h, o petista saiu do sindicato e entrou em um veículo, possivelmente para entregar-se à polícia, como a defesa havia definido com o órgão. No entanto, militantes impediram o ato fazendo com que ele retornasse para o prédio.

Carros da Polícia Federal estavam nas proximidades do sindicato aguardando que o ex-presidente saísse e fosse ao encontro deles. No início da noite, a senadora e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, explicou aos militantes que a Polícia Federal havia dado meia hora para que eles resolvessem a situação e, caso não fosse resolvida, Lula seria responsabilizado.

Minutos após, o ex-presidente saiu do sindicato a pé, cercado por militantes, atravessou a rua e entrou no carro e foi levado para fazer exame de corpo de delito e em seguida encaminhado para a sede da PF.

Lula é o primeiro ex-presidente brasileiro preso por crime comum. Antes dele, outros ex-presidentes foram presos, mas por motivos políticos.

 Redação