O presidente Jair Bolsonaro ignorou uma última tentativa do agora ex-ministro do Turismo Marcelo Álvaro Antônio de permanecer no cargo.
No mesmo grupo em que Marcelo encaminhou as críticas ao ministro da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, ele encaminhou também desculpas pela forma como se manifestou.
Bolsonaro, porém, já estava decidido a demiti-lo, em um processo que durou dois dias e duas reuniões com Marcelo: uma na terça-feira (8) e outra nesta quarta-feira (9).
Em todo o processo, a avaliação é a de que Marcelo cometeu quatro erros. Primeiro, o que mais incomodou o presidente, foi o descumprimento de uma ordem dele dada após o episódio em que o ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente) criticou também Ramos. Bolsonaro pediu que quaisquer rusgas entre ministros fossem acertadas sem exposição pública. Marcelo Álvaro descumpriu a ordem.
Segundo, na mensagem no grupo Marcelo dizia que Ramos pediu a cabeça dele ao presidente. Em uma das reuniões, Bolsonaro disse ao próprio Marcelo Álvaro que isso nunca ocorreu.
Terceiro, o presidente rejeitou a avaliação de Marcelo feita na mensagem de que o Palácio do Planalto não tem base aliada. Foram apresentadas a ele o resultado das votações na Câmara nesta semana, nas quais o governo conseguiu aprovar com folga diversos projetos.
Quarto, a avaliação foi a de que ele nunca teve a mesma força entre bolsonaristas da ala ideológica que Salles tem, e que, portanto, se manteve no cargo mesmo após confrontar Ramos publicamente. A leitura foi a de que, ao mirar em Ramos, Marcelo acabou atingindo o presidente.
Fonte: CNN Brasil